terça-feira, 31 de maio de 2016

[Mochilão 15] Dia 6: Calgary - Banff


Fazia tempo que não dormia tão bem. Acordei com as baterias recarregadas.

Abri a janela.  Era uma bela manhã de sol. Fazia 16 graus, mas parecia mais. 




O café da manhã era servido na recepção, mas não havia lugar para comer lá. Tinha que carregar tudo pro quarto.




Comendo no quarto:


A frente do hotel:



Antes de pegar a estrada, resolvi conhecer um pouco de Calgary. Queria ver o centro da cidade, mas achei que seria furada ir de carro. Por sorte, esse hotel ficava pertinho de uma estação de trem (Banff Trail):



Estação Banff Trail:



Do outro lado dessa estação de trem havia um bairro tipicamente americano, só de casas de madeira sem muros e grades nas janelas, como vemos nos filmes.






Comprei a passagem num caixa eletrônico ($3,15 = R$8,50). Tive que pagar no cartão, porque o caixa não aceitava dinheiro.


Embarcando:



Me chamou a atenção que os passageiros não precisavam passar por nenhuma roleta para embarcar no trem. É na base da confiança, mas quem for pego sem passagem tem que pagar uma multa.

Dentro do trem que peguei estavam representadas toda as etnias possíveis e imagináveis do mundo. Incrível a quantidade e a diversidade dos imigrantes no Canadá.

Desci na estação City Hall, no coração de Calgary:



Calgary é a terceira maior cidade do Canadá, e é a capital da província de Alberta. É conhecida como a "Dubai" do Canadá porque é a capital do petróleo. É uma cidade riquíssima, sede de muitas multinacionais do ramo de petróleo. Também tem um lado meio caipira. Os habitantes adoram um rodeio e um chapéu de cowboy. A música country dos EUA faz um sucesso enorme na cidade. É como se fosse o Texas do Canadá.

O centro da cidade tem arranha-céus de arquitetura arrojada, como Dubai. São raras as construções antigas. A impressão é a de que a cidade viveu um "boom" muito recente e por isso tudo parece muito novo.


Filial local da Shell:




A construção que mais chama a atenção é a Calgary Tower. No alto dela há um mirante.


Uma rua de pedestres:



Quiosque vendendo cachorro-quente:


Um dos raros prédios antigos da cidade:


Muitas barraquinhas e food trucks vendendo comida na rua:


Rua de pedestres com muitos bares e restaurantes:




Uma praça:



Painel de uma igreja: "A time to say yes, a time to say no" (?)




Muitos prédios comerciais do centro de Calgary são interligados por passarelas. Durante o inverno, a temperatura na cidade pode chegar a -30 graus, e o que as pessoas menos desejam é ficar na rua. Por isso foram construídas as passarelas.






Chaminé de uma antiga fábrica:


Um pub ocupando uma construção antiga de madeira:




Outra construção antiga convertida em bar/restaurante:



Prince Island's Park, um parque próximo ao centro:









Placa alertando para piso escorregadio no inverno (!!):


Prédio do centro vistos do parque, que fica numa ilha do rio Bow:


Ponte que cruza o rio Bow:



Rio Bow:


Gansos:



Centro da cidade visto do parque:


Edifícios residenciais:



Carros da Car2Go, que são alugados por hora e ficam estacionados nas ruas para quem quiser alugá-los, como se fossem bicicletas públicas:




Para variar um pouco, Calgary também tem uma Chinatown. Aliás, qual grande cidade acima da linha do equador não tem??





Chinese Cultural Centre:







Postes em estilo chinês em Chinatown:



Lojas de produtos chineses:



Os food trucks estão por todos os lados no centro de Calgary:





Obra de arte na frente de um dos arranha-céus:



Uma praça limpíssima com piso e bancos de madeira:




A Calgary Tower lá no fundo:



Calgary Tower:



O ingresso para subir no mirante da Calgary Tower custou $18 (R$48).



Vista da cidade:



Calgary fica aos pés das Montanhas Rochosas (ao fundo na foto):


Do outro lado fica a imensidão das prairies, como são chamadas as pradarias (ou pampas canadenses), que cobrem boa parte da região central do país.




Peguei o trem de volta pro hotel para meter o pé na estrada.


Esse hotel fica na Trans-Canada Highway, a estrada mais longa do mundo, cortando o Canadá de costa a costa. Foi justamente essa estrada que precisei pegar para ir de Calgary a Banff (145 Km).

Essa estrada é excelente e quando passei tinha pouco movimento. Apesar de Banff ficar nas Montanhas Rochosas, sobe-se bem pouco (de 1.000m em Calgary para 1.400m em Banff). A subida na estrada é imperceptível.

Todo mundo dirigia na estrada com o farol baixo ligado, mesmo sendo de dia. Devia ser alguma lei local. Resolvi fazer o mesmo.

Dirigi respeitando rigorosamente os limites de velocidade, mas reparei que eram poucos que respeitavam isso. Não vi ninguém me passando a 200 Km/h, mas a maioria estava acima do limite.

As Montanhas Rochosas surgindo aos poucos na paisagem:


Guichê de entrada do Parque Nacional de Banff, onde paga-se uma taxa de $9,80 (R$26) por dia. O caixa me deu um papel para colar no pára-brisa.



O Parque Nacional de Banff é o mais importante do Canadá e o que recebe mais visitantes.



Cheguei a Banff depois de 1:30h de viagem.




Me hospedei no Samesun Backpackers Lodge. A diária custou $37 (R$99) em quarto coletivo (6 camas) com café da manhã e garagem incluídos.




Recepção: 




Ao chegar no quarto, conheci um australiano e um irlandês, ambos muito gente boa. Trocamos uma idéia rápida e depois saí para dar uma volta pela cidade.

A rua do hostel:








Banff lembra muito Bariloche por causa do estilo das construções e das montanhas nevadas no horizonte. É um lugar muito fotogênico. Nem estava tão frio quanto eu esperava. Fazia aproximadamente 10 graus quando cheguei.








Como eu estava com um pouco de pressa para explorar o máximo possível da cidade, passei no McDonald's e comi um Big Mac ($5,45 = R$14,60).

Cascade Gardens:




Banff tem uma infinidade de trilhas, e é um lugar ideal para andar de bicicleta:




O Rio Bow, o mesmo que passa por Calgary:


The Fairmont Banff Springs, o hotel mais luxuoso de Banff:






Recepção do hotel:




De volta ao centro da cidade, bateu uma fome. Já eram 8 da noite. Resolvi jantar neste pub, o Tommy's:






Depois de alguns dias no Canadá você começa a reparar que os garçons todos seguem mais ou menos o mesmo script:

- Recepcionar o cliente na porta sorrindo muito e perguntando "How are you doing?"
- Levar o cliente para alguma mesa. 
- Anotar o pedido do cliente. 
- Entregar o prato pedido na mesa sorrindo mais ainda.  
- Passar alguns minutos depois na mesa e perguntar "Is everything ok?" sorrindo ainda mais.
- Depois que o cliente termina, perguntar "Anything else?"
- Se a resposta for negativa, levar a conta para o cliente mesmo se ele não pediu. [Isso no Brasil seria considerado uma ofensa, porque o cliente se sentiria expulso do lugar pelo garçom, mas no Canadá e nos EUA isso é normal. Ninguém fica muito tempo conversando nos bares e restaurantes depois de comer como no Brasil. A rotatividade das mesas é bem maior]
- Se o cliente pagar com dinheiro, e o valor for maior que o da conta, perguntar "Do you need change?". 
- Se a resposta for negativa, é porque o excedente ficou como gorjeta (geralmente 10-15%). Dizer "Thank you" e sorrir como se tivesse ganhado na loteria. 

Achei em geral o serviço dos bares/restaurantes muito bom e eficiente, ainda que os sorrisos nem sempre me parecessem autênticos. Nos EUA é a mesma coisa. Eles tentam otimizar ao máximo a rotatividade das mesas e atender bem os clientes para garantir a gorjeta que não é garantida e incluida na conta como no Brasil. 


Canadian Molson Lager (500ml) por $6 (R$16).


Lasanha ($15 = R$40)


Quando saí do pub já estava começando a escurecer e estava batendo um vento congelante. Já não tinha quase ninguém na rua. Voltei pro hostel. 



No quarto encontrei com o irlandês e conversamos mais um pouco. Entender o que ele falava era desafiador. Acho o sotaque irlandês o mais difícil de todos. Comentei que estava de carro lá e que iria fazer um passeio no dia seguinte pelos lagos das redondezas. Convidei-o pra ir também, e ele topou. Na sala de TV do hostel conhecemos uma holandesa e um australiano e chamei-os para ir com a gente também. 

Fui com o irlandês para o bar do hostel e tomamos umas cervejas lá ($5,50 = R$14,70). O bar era bem maneiro e tinha até música ao vivo. Ele ficou contando as loucas aventuras dele no Nepal. 

Apareceu depois no bar uma morena americana linda perguntando se eu era "o cara que estava de carro e ia para o Lake Louise". A notícia se espalhou rápido, hehe! Ela perguntou se podia ir com a gente. Mas of course, for sure! Combinamos de nos encontrar na portaria de manhã cedo, às 9h, depois do café da manhã.