Acordei com o barulho da chuva. Tomei café da manhã no albergue com as compras que eu tinha feito no dia anterior: pão com recheio e suco de cereja.
Conheci duas chinesas na cozinha, e ficamos conversando um bom tempo. A curiosidade foi mútua. Elas perguntaram o que era aquele "festival" que fazemos no Brasil. Então tive que contar o que era o carnaval, e elas logo perguntaram o que o carnaval comemora. Na verdade fiquei sem saber responder direito, pois nunca parei pra pensar sobre isso. Celebramos o que ? A alegria de ser brasileiro ? Será que é uma tentativa de esquecer os nossos problemas durante 5 dias ? Pode ser isso, mas já é algo tão incorporado na nossa cultura, que nem nos damos conta. Elas contaram que tem algo semelhante na China em fevereiro, que é a celebração do ano novo chinês. E ficaram surpresas quando falei que no Brasil não tem só negros e mulatos como na seleção brasileira, tem também brancos, orientais e qualquer mistura dessas raças todas. Elas com certeza achavam também que tem jacaré, macaco e cobra pelas ruas das cidades brasleiras, hehehe. Elas foram embora pegar o trem delas. Encontrei com os espanhóis que havia conhecido no dia anterior, e tirei uma foto com eles:
Fiquei um tempo na internet do albergue mandando noticias pra casa, e depois fui almoçar na mesma taverna onde tinha ido no dia anterior (U Dwau Mary).
Voltei pro albergue, peguei minha bagagem e fui andando pra estação. Estava chuviscando, mas fui assim mesmo. Andei algo assim como 1 Km carregando uma mochila de 12 Kg, mais uma mochila pequena e uma bolsa de viagens.
Não havia trem direto de Český Krumlov pra Viena. Tive primeiro que ir pra České Budějovice. O trem saiu às 17h. Esse trem parecia aquelas maria-fumaças de 50 anos atrás que ainda existem no Brasil em alguns lugares do interior. Pra percorrer uma distância de cerca de 30km, o trem demorou 50 minutos, e parou umas 10 vezes em pequenos vilarejos.
A estação de České Budějovice, e o trem que eu peguei pra chegar lá:
Peguei meu trem pra Viena meia hora depois. Era um trem mais moderno, com cabines, que andava mais rápido. Tinha poucos passageiros. Peguei uma cabine só pra mim:
No meio da viagem, o fiscal conferiu meu bilhete e falou alguma coisa em tcheco que eu não entendi. Lógico que ele não falava inglês. Só entendi algo como 'vagon' e ele ficou apontando para o vagão da frente. Entendi que era para trocar para o vagão da frente. Obedeci prontamente. Porém, depois de uma hora mais ou menos, ao atravessar a fronteira com a Áustria, entrou o fiscal austríaco, conferiu meu bilhete e falou qualquer coisa em alemão que eu não entendi. Pra variar, lógico que ele não falava inglês. O trem havia parado numa cidade austríaca chamada Gmund e já estava parado durante uns 10 minutos. Tinha algo de errado, dizia meu disconfiômetro. Ele continuava a falar coisas inteligíveis em alemão e gesticulava para eu sair. Enfim, entendi uma única palavra que por sorte eu sabia o significado: wachten (esperar). Eu perguntei em inglês se era para esperar no vagão, e ele não entendeu, mas fez sinal pra eu sair do trem. Estava chovendo, esfriou e não tinha ninguém na estação além de mim e do fiscal. Onde estavam as outras pessoas que embarcaram em České Budějovice e iam pra Viena ? Eu já estava farejando perrengue. O pior foi que eu vi que a locomotiva havia partido sozinha, ou seja, os vagões estavam sozinhos no trilho, sem a locomotiva. O fiscal falou mais outras coisas que eu não entendi, mas apontou pra outro trem que havia chegado. Entrei nele e tudo parecia ter se acertado. Pelo menos parecia. Só relaxei quando chegou na estação final e vi a placa escrito 'Wien'. Eu cheguei a imaginar que iria parar na Transilvânia ou na Bósnia por engano !!!
Em Viena já estava escuro quando eu cheguei. Peguei o metrô dentro da estação de trem, e saltei na estação Keplerplatz. O albergue (Meininger Hostel) ficava a poucas quadras de lá, na rua Columbusgasse.
O albergue era excelente. Já havia ficado em dois albergues dessa rede, um em Berlim e outro em Munique, e todos eles eram grandes, limpos e com ótima infra-estrutura. O albergue ocupava um prédio com vários andares de quartos, era bem grande. Fiz o checkin na recepção e subi pro quarto pra tomar um banho. O banheiro ficava dentro do quarto (coisa rara nos albergues). Meu quarto tinha 6 camas. A galera que estava no quarto achei meio estranha, não foram muito receptivos. Saí pra procurar alguma coisa pra comer. Estava tudo fechado. A rua da estação de metrô onde desci (Favoritenstrasse) era de pedestres e tinha várias lanchonetes e restaurantes, mas todos estavam fechados. Avistei um M amarelo láaaaaa longe ! Era mais uma vez o McDonald's me salvando de uma noite esfomeada. Mas ao chegar lá, a surpresa desagradável: uma placa na porta estava escrito "fechado" em alemão e dizia que só funcionava até 23h (eram 23:05 !!!!) Andei mais dois quarteirões e achei uma lanchonete de turcos (sempre eles, salvando os mochileiros da fome nas madrugadas, seja qual for o país), onde comi duas fatias de pizza.
voltei pro albergue e fui dormir.
Conheci duas chinesas na cozinha, e ficamos conversando um bom tempo. A curiosidade foi mútua. Elas perguntaram o que era aquele "festival" que fazemos no Brasil. Então tive que contar o que era o carnaval, e elas logo perguntaram o que o carnaval comemora. Na verdade fiquei sem saber responder direito, pois nunca parei pra pensar sobre isso. Celebramos o que ? A alegria de ser brasileiro ? Será que é uma tentativa de esquecer os nossos problemas durante 5 dias ? Pode ser isso, mas já é algo tão incorporado na nossa cultura, que nem nos damos conta. Elas contaram que tem algo semelhante na China em fevereiro, que é a celebração do ano novo chinês. E ficaram surpresas quando falei que no Brasil não tem só negros e mulatos como na seleção brasileira, tem também brancos, orientais e qualquer mistura dessas raças todas. Elas com certeza achavam também que tem jacaré, macaco e cobra pelas ruas das cidades brasleiras, hehehe. Elas foram embora pegar o trem delas. Encontrei com os espanhóis que havia conhecido no dia anterior, e tirei uma foto com eles:
Fiquei um tempo na internet do albergue mandando noticias pra casa, e depois fui almoçar na mesma taverna onde tinha ido no dia anterior (U Dwau Mary).
Voltei pro albergue, peguei minha bagagem e fui andando pra estação. Estava chuviscando, mas fui assim mesmo. Andei algo assim como 1 Km carregando uma mochila de 12 Kg, mais uma mochila pequena e uma bolsa de viagens.
Não havia trem direto de Český Krumlov pra Viena. Tive primeiro que ir pra České Budějovice. O trem saiu às 17h. Esse trem parecia aquelas maria-fumaças de 50 anos atrás que ainda existem no Brasil em alguns lugares do interior. Pra percorrer uma distância de cerca de 30km, o trem demorou 50 minutos, e parou umas 10 vezes em pequenos vilarejos.
A estação de České Budějovice, e o trem que eu peguei pra chegar lá:
Peguei meu trem pra Viena meia hora depois. Era um trem mais moderno, com cabines, que andava mais rápido. Tinha poucos passageiros. Peguei uma cabine só pra mim:
No meio da viagem, o fiscal conferiu meu bilhete e falou alguma coisa em tcheco que eu não entendi. Lógico que ele não falava inglês. Só entendi algo como 'vagon' e ele ficou apontando para o vagão da frente. Entendi que era para trocar para o vagão da frente. Obedeci prontamente. Porém, depois de uma hora mais ou menos, ao atravessar a fronteira com a Áustria, entrou o fiscal austríaco, conferiu meu bilhete e falou qualquer coisa em alemão que eu não entendi. Pra variar, lógico que ele não falava inglês. O trem havia parado numa cidade austríaca chamada Gmund e já estava parado durante uns 10 minutos. Tinha algo de errado, dizia meu disconfiômetro. Ele continuava a falar coisas inteligíveis em alemão e gesticulava para eu sair. Enfim, entendi uma única palavra que por sorte eu sabia o significado: wachten (esperar). Eu perguntei em inglês se era para esperar no vagão, e ele não entendeu, mas fez sinal pra eu sair do trem. Estava chovendo, esfriou e não tinha ninguém na estação além de mim e do fiscal. Onde estavam as outras pessoas que embarcaram em České Budějovice e iam pra Viena ? Eu já estava farejando perrengue. O pior foi que eu vi que a locomotiva havia partido sozinha, ou seja, os vagões estavam sozinhos no trilho, sem a locomotiva. O fiscal falou mais outras coisas que eu não entendi, mas apontou pra outro trem que havia chegado. Entrei nele e tudo parecia ter se acertado. Pelo menos parecia. Só relaxei quando chegou na estação final e vi a placa escrito 'Wien'. Eu cheguei a imaginar que iria parar na Transilvânia ou na Bósnia por engano !!!
Em Viena já estava escuro quando eu cheguei. Peguei o metrô dentro da estação de trem, e saltei na estação Keplerplatz. O albergue (Meininger Hostel) ficava a poucas quadras de lá, na rua Columbusgasse.
O albergue era excelente. Já havia ficado em dois albergues dessa rede, um em Berlim e outro em Munique, e todos eles eram grandes, limpos e com ótima infra-estrutura. O albergue ocupava um prédio com vários andares de quartos, era bem grande. Fiz o checkin na recepção e subi pro quarto pra tomar um banho. O banheiro ficava dentro do quarto (coisa rara nos albergues). Meu quarto tinha 6 camas. A galera que estava no quarto achei meio estranha, não foram muito receptivos. Saí pra procurar alguma coisa pra comer. Estava tudo fechado. A rua da estação de metrô onde desci (Favoritenstrasse) era de pedestres e tinha várias lanchonetes e restaurantes, mas todos estavam fechados. Avistei um M amarelo láaaaaa longe ! Era mais uma vez o McDonald's me salvando de uma noite esfomeada. Mas ao chegar lá, a surpresa desagradável: uma placa na porta estava escrito "fechado" em alemão e dizia que só funcionava até 23h (eram 23:05 !!!!) Andei mais dois quarteirões e achei uma lanchonete de turcos (sempre eles, salvando os mochileiros da fome nas madrugadas, seja qual for o país), onde comi duas fatias de pizza.
voltei pro albergue e fui dormir.
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