terça-feira, 13 de julho de 2004

[Mochilão 1] Dia 14 - San Pedro de Atacama

Madrugamos hoje às 4:30 da manhã. O frio era intenso, abaixo de zero. A van estava esperando a gente no albergue e partimos em direção aos Geisers del Tatio, a principal atração turística do deserto do Atacama. Viajamos cerca de 100km por estradas esburacadas numa van lotada de gringos, subindo a 4300m de altitude. Quando chegamos, ainda estava escuro. Ao sair da van, fiquei na dúvida se não havíamos sido teletransportados para Marte. Dificil descrever só com palavras o que estava diante dos meus olhos. Em meio a escuridão, ao ar rarefeito e ao frio intenso de -5 graus, estávamos num platô com dezenas de buracos no chão, dos mais diversos tamanhos, de onde jorrava água quente e saía uma fumaça o tempo todo, com um cheiro estranho.

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Não podia ser o planeta Terra. Nenhum sinal de vida, a não ser os turistas que saiam às pencas das vans que não paravam de chegar. Começou a amanhecer. O cenário ficou mais incrível ainda com sol ainda tímido querendo aparecer no horizonte.

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Os geisers são formados por águas de rios subterrâneos que entram em contato com a lava do vulcão Tatio e fervem, sendo expelidas pra superfície.

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Apesar de ser bonito, não podíamos nos aproximar muito dos buracos maiores, que eram verdadeiras crateras, pois o risco de uma erupção repentina de água fervendo sempre existia. O guia nos contou que um turista havia morrido ali há pouco tempo por tropeçar e cair num buraco daqueles. No lugar havia também uma piscina de águas termais, mas não havíamos levado roupa de banho.

Veja alguns vídeos que gravamos no local:



Mais tarde a van nos levou de volta pra San Pedro, mas antes fez uma parada rápida em um pequeno vilarejo, onde o Novello comeu carne de Lhama. No caminho vimos também vicunhas, que também são comuns na região.
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De volta a San Pedro, demos uma descansada no albergue de tarde. A noite saímos comer algo, e depois fomos pra noitada. Caminhando pelas ruas empoeiradas, encontramos um bar que tinha uma pista tocando musica eletrônica. Tomamos uma cerveja lá, e conhecemos mais dois brasileiros (paulistas, pra variar, hehe). O lugar tava meio vazio, tinha só umas chilenas meio marrentas. Os paulistas disseram que conheciam outro lugar melhor, e fomos com eles pra lá. Esse outro bar era bem melhor, estava mais cheio e animado. Tocava música eletrônica tambem. Tinha umas gringas soltas por lá, nada muito interessante. Quando estava no melhor da festa, o DJ desligou o som, as luzes foram acesas, e o gerente do bar pediu pra todos se retirarem. Já estava quase esquecendo que estava no Chile. Os carabineros (polícia chilena) haviam entrado exatamente as 2 da manhã, cortando o barato da galera. Não tinha jeito, game over, viramos todos abóbora. Nessa hora bateu uma saudade do Brasil. Era a hora em que qualquer night estaria bombando no Rio. Voltamos meio frustrados pro albergue e cama.

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