quinta-feira, 19 de maio de 2005

[Mochilão 2] Dia 1: Santo Domingo - Madri

Este mochilão foi histórico pra mim. Foi a primeira vez que fui sozinho para a Europa. Sentia um misto de medo e excitação. Ele começou com uma história inacreditável em Santo Domingo. Eu estava morando lá a trabalho havia 4 meses com mais alguns brasileiros da minha empresa. Meu vôo pra Madri saía às 22H. Meu plano era ficar 1 mês na Europa, voltar pra Santo Domingo e no dia seguinte de manhã cedo voltar pro Brasil. Como não daria tempo de me despedir dos amigos dominicanos na volta, resolvi chamar todo mundo pro Red (um bar conhecido lá) pra um chope de despedida antes do meu embarque. Fui de carro pro bar já com a minha mochila, e combinei com uma amiga dominicana que ela iria comigo pro aeroporto depois do chope, e depois ela traria o carro de volta pro prédio. Estacionei o carro em frente ao Red, e deixei minha bagagem no porta-malas. Chegou todo mundo, ficamos tomando chope até 20H, me despedi da galera, e aí revolvi ir logo pro aeroporto com a Yanine. Quando saí do bar, a surpresa: o carro não estava mais lá. Havia sido rebocado com minha bagagem, passaporte e 1500 euros. Sim, eu dei muito mole de deixar passaporte e dinheiro no carro, eu admito ! Mas nunca achei que o carro fosse rebocado, pois Santo Domingo é uma cidade onde o trânsito parece não ter lei. Me desesperei. Eu tinha apenas 1 hora pra encontrar o carro e chegar no aeroporto, que era afastado da cidade. O guarda de trânsito informou que o carro havia sido rebocado pro depósito, que ficava na periferia da cidade. A Jennifer e a Lizbeth foram comigo de carro até lá. O lugar era sinistro, e já estava escuro. Começou a chover forte. Eu já estava perdendo as esperanças de pegar aquele vôo. Eu jamais encontraria aquele lugar sem ajuda de alguém que morasse lá. O depósito era um terreno baldio que mais parecia um ferro-velho, cheio de lama. Eu pecebi que as meninas estavam com medo. Entramos e procuramos o policial. Mostrei o documento do carro e ele me mostou onde estava o carro. A primeira coisa que fiz foi abrir o porta-malas pra ver se minha mochila estava lá. E estava !!! UFA !!! Que alivio. O policial só quis anotar o número da minha habilitação e pronto. Achei que ele fosse cobrar multa, ou "una pequeña ayuda", mas não cobrou nada ! Já era 21H e teoricamente eu já deveria estar no aeroporto fazendo check in. Eu já estava pensando em desistir, mas a Lizbeth insistiu pra ir comigo, que dava tempo. Partimos em disparada. Sorte que Santo Domingo não tinha pardal de velocidade. Chegamos lá às 21:45, faltando 15 minutos pro vôo decolar. A única chance que eu tinha de embarcar era se o vôo estivesse atrasado. Combinei com a Lizbeth que se eu demorasse mais de 5 minutos pra voltar pro carro, é porque eu tinha conseguido embarcar, e aí ela podia levar o carro de volta pra minha casa. Cheguei no check in, e para minha surpresa, O VÔO ESTAVA ATRASADO e só ia decolar às 23H !!! Foi um MILAGRE !!! Quando o avião finalmente decolou e vi as luzes de Santo Domingo aos poucos desaparecendo pela janela, senti um alívio como jamais tinha sentido. 7 horas depois, eu estava chegando em Madri.

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