sexta-feira, 20 de maio de 2005

[Mochilão 2] Dia 2: Madri

Cheguei em Madri a tarde, após 7h de vôo, mais 6 horas de fuso. Chegou a hora de passar pela temida imigração. Eu não tinha muito o que temer, mas confesso que estava tenso. Estava com tudo certo: 1500 euros na carteira, cartões de crédito, reservas impressas, passagens, seguro saúde. Mas vai saber. Se o policial não fosse com a minha cara, já era. Escolhi a fila que tinha o policial com cara de mais "bonzinho". Entreguei o meu passaporte, ele digitou algumas coisas e começou a sabatina:

- Adónde vas ?
- A Madrid.
- Qué viniste hacer aquí ?
- Turismo.
- Cuánto traes de dinero ?
- 1500 euros.
- Conoces a alguien aquí ?
- Sí.

< Este foi o meu erro. Dizer que conhecia espanhóis. Isto me tornava um potencial imigrante ilegal. >

- Tienes una carta de invitación de un español ?
- No.

Ele fez uma cara feia, ficou digitando várias coisas, e não perguntou mais nada. Tinha algo de errado acontecendo. Resolvi não pagar pra ver e me antecipei. Era hora de virar o jogo.

- Voy a un hotel en el centro de Madrid. Después viajo por vários países. Tengo aquí los pasajes y las
reservas de hoteles.

Mostrei um bolo de folhas que eu tinha levado com todas as reservas. Ele viu que eu era realmente apenas um mochileiro, carimbou o passaporte e mandou eu passar. Ufa... mal a viagem começava, e eu já havia passado por dois perrengues.

Peguei o metrô até o centro de Madri. Faziam agradáveis 25 graus. O albergue (Cat's Hostel) ficava nas proximidades da Puerta del Sol. Para quem não conhece, Madri é a cidade das "Puertas". Na Idade Média, a cidade era cercada por muros, e para entrar e sair, haviam várias portas. Hoje os muros não existem mais, mas algumas portas foram mantidas, como a Puerta de Alcalá e a Puerta de Toledo. A Puerta del Sol é apenas o nome de uma praça, mas a porta não existe mais.

Esta é uma foto do albergue:

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Fiz o checkin. No meu quarto haviam 2 beliches. Conheci dois irlandeses e um argentino. Era bem gente boa a galera do quarto. Saí pra dar uma volta pelas redondezas. Fui primeiro na Puerta del Sol, a praça que era ali do lado do albergue:

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Uma coisa que achei interessante em Madri é que os nomes das ruas são escritos em azulejos estilizados, com uma pintura diferente para cada rua:

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Fui conhecer a Plaza Mayor e o Palacio Real, que são sensacionais !!!

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Passei pela Gran Via, que é uma das principais avenidas da cidade. Era final de tarde, e estava bem movimentada. Chamou a atenção a quantidade de bares que colocam mesas na calçada, mas tudo com muita elegância. Madri me lembrava uma Buenos Aires mais rica e desenvolvida.
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Fui caminhando pela Gran Via até a Puerta de Alcalá, passando pelo imponente prédio do Banco de España.

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Isto é primeiro mundo: os ônibus todos tem GPS, tornando possível saber no ponto quais são os próximos que estão chegando, e quanto tempo falta para eles chegarem:

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A noite Madri fica ainda mais bonita, com as imponentes construções iluminadas, e com um movimento ainda maior nas ruas. A cidade ferve a noite, e por isso mesmo lembrava Buenos Aires. Os argentinos devem ter herdado dos espanhóis o gosto pela noite. A Gran Via estava cheia de gente, de movimento, de vida.

Fui comer um "bocadillo" (sanduíche) no famoso Museo del Jamón, uma rede de lanchonetes especializada em sanduíches de presunto. Escolhi o bocadillo de jamón serrano, que é o presunto defumado típido de Madri. É o equivalente do presunto de Parma. Muito bom !!! Voltei pro albergue, fiz uma social com a galera do quarto, fui tomar uma cerveja no pub que tinha no subsolo do albergue, e depois cama !

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