quinta-feira, 26 de maio de 2005

[Mochilão 2] Dia 8: Madri - Lisboa

Após 7h de viagem de ônibus, cheguei em Lisboa de manhã cedo. Quando cheguei ainda estava escuro e fazia muito frio, 12 graus. Esperei um pouco até amanhecer, pois queria comer alguma coisa e a lanchonete da rodoviária ainda estava fechada. A rodoviária de Lisboa é também uma moderna estação de trens. Enquanto eu estava esperando a lanchonete abrir, veio um mendigo pedir esmola. Resmungou algo no numa língua que parecia russo. Devia ser algum imigrante do leste europeu, eu pensei. "Do you speak english ?", perguntei. Ele repetiu algo na língua dele. Foi aí que eu percebi que ele estava falando português, pois consegui entender "moeda". Respondi que não tinha e ele foi embora. Esse foi o meu primeiro contato com o português de Portugal. Na hora que a lanchonete abriu, dei uma olhada no cardápio. Tinha "tostas quentes", "prego" , "sandes" e "bifanas". E agora ? Escolhi "tostas quentes", que devia ser misto quente. Na mosca ! E estava muito bom !!!

Fui pegar o metrô para o centro da cidade. Durante o trajeto, o sistema de som ia anunciando as estações, e era engraçado escutá-las com sotaque lusitano. Muitos brasileiros por todos os lados, e também africanos (angolanos).

Desci na estação Rossio, bem no centro da cidade, e fui procurar o Aljubarrota Guest House, o albergue com nome esquisito onde eu ia ficar. Era um sobrado numa rua de pedestres. A recepcionista me atendeu e mostrou o quarto, que dividi com um suiço. Ela me perguntou se eu queria o pequeno almoço. Eu falei que pretendia almoçar mais tarde, queria dar uma volta pela cidade primeiro. Ela riu e explicou que pequeno almoço é "como vocês chamam de café da manhã no Brasil". Ah, bom. Respondi que queria sim o pequeno almoço. Essa eu não esqueceria. O engraçado é que eu tinha que fica pedindo pra ela repetir toda hora, pois não entendia nada. O filme deveria vir com legenda !!! Eu juro que entendia melhor os espanhóis em Madri, do que os portugueses. No banheiro, havia um cartaz escrito "Não te esqueças de descarregar o autoclismo da retrete". Heim ??? Por sorte, desta vez tinha legendas em inglês, o que facilitou o meu entendimento: "Don't forget to flush the toilet". Ah, bom !

Desci e fui fazer o reconhecimento do território. Do lado do albergue ficava a Rua Augusta, uma das principais ruas de pedestres de Lisboa. Limpíssima e muito simpatica, com mesas de bares e restaurantes na calçada:

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No final dessa rua fui parar na Praça do Comércio, às margens do Rio Tejo:

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Tudo ali me parecia incrivelmente familiar. É como se eu já tivesse estado ali alguma vez. Aquele lugar é como devia ser a Praça XV no Rio há algumas décadas, antes da construção da Perimetral. O Rio Tejo lembra a Baia de Guanabara, e tem até uma ponte ligando as duas margens (Ponte Vasco da Gama) muito semelhante a Ponte Rio-Niterói.

Os taxis em Lisboa são todos Mercedes. Eu realmente não estava na praça XV !!

A todo tempo passavam bondes semelhantes aos de Santa Teresa.

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Bonde moderno:

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Ali perto da Rua Augusta fica o Elevador de Santa Justa, que leva ao Bairro Alto. Alguma semelhança com Salvador ??

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Praça do Róssio:

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Nesta praça é possivel avistar o lindo Castelo de São Jorge, que fica num morro próximo:

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Subi as ladeiras do bairro da Alfama até chagar ao Castelo:

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Depois subi no elevador de Santa Justa, e tirei esta foto do Castelo:

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A noite só dei uma volta pelas redondezas do albergue e tomei uma cerveja Sagres. Uma coisa que me chamou a atenção. Na Rua Augusta, no meio do vai e vém das pessoas, ficam uns caras mal-encarados parados no meio do caminho. Quando você passa perto, eles ficam sussurrando em inglês "HEMP ? HASH ?" (Maconha ? Haxixe ?). Surreal !

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