quinta-feira, 20 de agosto de 2015

[Mochilão 14] Dia 10: San Andrés

Algumas informações sobre San Andrés: 

- É uma ilha de apenas 26 Km2 que fica a 780 Km da costa colombiana.

- Fica muito próxima à costa da Nicarágua, que já reivindicou a soberania sobre a ilha algumas vezes.

- Tem cerca de 70 mil habitantes. 

- Foi uma colônia britânica a partir do século 17. A Colômbia conseguiu a soberania da ilha quando tornou-se independente da Espanha no século 19. 

- A cultura local teve pouca influência da Colômbia, e tem muito mais semelhança com a de outras ex-colônias britânicas do Caribe, como a Jamaica. 

- A população local fala 3 idiomas: espanhol, inglês e criollo sanandresano (mistura de inglês, espanhol e línguas africanas, incompreensível para nós brasileiros). 

- A maior parte da população de San Andrés é formada pelos nativos da ilha, os "raizales", que são os negros descendentes de escravos e uma minoria de brancos descendentes de colonos britânicos. Os raizales conversam entre si no idioma criollo sanandresano. 

- A maioria dos lugares de San Andrés, como praias e pontos de mergulho, têm nomes em inglês que remontam à época em que a ilha era colônia britânica. 

- É livre de impostos de importação, o que a torna um enorme duty free. Há na ilha diversas lojas de eletrônicos, perfurmes, cosméticos, roupas, calçados e bebidas, que geram empregos para a população no comércio local, já que muitos turistas que visitam a ilha aproveitam para fazer compras.

- É conhecida por ter o "mar de siete colores", com diferentes tons de azul.

- Mapa da ilha: 



----

O café da manhã foi no bar do hostel, que ficava num terraço com vista para o mar. Dava para ver até a barreira de corais no horizonte, onde o mar tinha uma cor mais clara: 


Vista do terraço:



Dando uma volta na orla:





Algumas construções mais antigas na ilha têm influência britânica:


Christian Mission Church, com missas em inglês:


Reservei esse dia pra dar a volta na ilha num carrinho de golfe parando nos lugares turísticos. É o passeio mais tradicional que os turistas fazem. A volta completa pela estrada que percorre as praias da ilha dá 33 Km. Dá para fazer em cerca de 8h sem pressa.

Passei num supermercado primeiro e comprei algumas coisas pra levar no passeio (água e biscoitos). Deu 7.800 pesos (R$10,50).

Comprei também uma "careta" (máscara de mergulho) com snorkel. Custou 35 mil pesos (R$47). Outra coisa que comprei foi uma sapatilha própria para caminhar no mar (12 mil pesos = R$16), algo muito importante nas praias da ilha, que tem rochas com corais e ouriços.

Como estava sozinho, pensei em alugar uma bicicleta ou uma scooter para dar uma volta pela ilha, mas me aconselharam a alugar um carrinho de golf, porque seria muito mais seguro, já que o trânsito na ilha é muito bagunçado. Muitos turistas se acidentam lá andando de scooter.

Aluguei este carrinho de golf por 90 mil pesos (R$122), com combustível incluído, das 10h até 18h. Este é o principal meio de transporte dos turistas na ilha. Este modelo que aluguei leva até 4 pessoas, mas há modelos maiores (Kawasaki Mule), que levam mais gente e andam mais rápido.


Há diversas locadoras de carrinhos de golf na orla do centro, principalmente no trecho próximo aos píers onde atracam os barcos que fazem passeios.

O aluguel foi bem informal. O funcionário anotou meu nome, hotel, telefone, e cobrou 20 mil pesos (R$27) como depósito de garantia, devolvendo no final se o carrinho estiver ok. Ele deu um cartão com o nome e telefone dele para que eu pudesse entrar em contato caso desse algum problema no carrinho durante o passeio. 

Ele deu uma aula rápida de como pilotar o carrinho, que tem um câmbio com apenas duas marchas: frente e ré. Não tem embragem. Só pisar no acelerador que anda. E até que anda rápido. Deve chegar a uns 40 Km/h.

Então, pé na estrada rumo ao sul da ilha ! Fui descendo pela estrada que percorre o litoral leste da ilha, onde estão as praias. O lado oeste é rochoso e não tem nenhuma praia.


Depois de alguns kilômetros sem ver praia nenhuma, já que as casas e hotéis obstruíam a vista para o mar, eis que aparece Rocky Cay, uma praia com rochas por onde se caminha até chegar a uma pequena ilha.






Essa praia é bonita, com água verde clara, mas não chega a impressionar. O legal nesse lugar é poder caminhar até a ilha, que aparece no meio da foto abaixo:




Pedi para um casal que estava na praia para tomar conta da minha mochila (já que não tinha como deixá-la guardada no carrinho de golf) e fui me jogar naquele marzão ! Bom demais...água morninha !!

Caminhando por cima das rochas até a ilha:




Chegando na ilha, que é de rochas vulcânicas:


A ilha tinha um monte de bandeiras do Chile (?!):


Barco naufragado perto da ilha:


De volta ao carrinho de golf: 


Pé na estrada de novo:


A parada seguinte foi na Playa San Luís, que achei a mais bonita na ilha, com água numa impressionante tonalidade azul turquesa. É a praia mais vazia de San Andres, por ficar bem afastada do centro, onde ficam os principais hotéis. Alguns trechos estavam desertos.

No começo da praia há casas na areia obstruindo a vista de quem passa pela estada:




A paradisíaca Playa San Luís:





Voltei pro carro para continuar o passeio:



Um outro trecho da Playa San Luís sem construções na areia:






Um vídeo que gravei lá:




Depois de dar um mergulho e curtir um pouco a praia, parei em outro trecho dessa praia que tinha uma piscina natural:







Continuando o passeio rumo ao sul da ilha:


Palmeiras a perder de vista:




Depois de percorrer todo o litoral leste da ilha e chegar à Punta Sur, fui subindo pelo litoral oeste, que é formado por rochas vulcânicas e não tem nenhuma praia. A atração lá são os pontos de mergulho, como o La Piscinita e o West View.

Parando em La Piscinita:


Este trecho do litoral, lamentavelmente, foi privatizado. O "dono" é um restaurante, que colocou cercas e um portão. Para entrar lá, paga-se 4 mil pesos (R$5,40), e a funcionária te entrega alguns pães de forma para dar para os peixes.





La Piscinita é um ótimo lugar para mergulhar com snorkel. Jogando o pão na água, aparecem váaarios peixes, alguns até grandes. Muito legal !!

Não há praia neste lado da ilha e a profundidade perto da rocha é de cerca de 8 metros. Há uma escada para as pessoas saírem da água e subirem de volta para o restaurante.


Como não tenho GoPro, tirei umas fotos debaixo d'água com a minha "GoPobre", ou seja, minha câmera embalada numa capa de plástico a prova d'água. É claro que as fotos ficaram horríveis, borradas e completamente distorcidas. Não dá nem pra publicar. Estas fotos abaixo eu baixei da internet:




Alguns km ao norte fica o West View, um outro ótimo ponto de mergulho. Da mesma forma que o La Piscinita, é um trecho privatizado do litoral onde paga-se 4 mil pesos (R$5,40) para entrar, ganhando também pão para jogar para os peixes.





O Westview é o lugar preferido pelas crianças porque tem trampolim e toboágua:






O Aquanautas é um mergulho feito em West View com uma espécie de "capacete de astronauta" que recebe oxigênio da superfície através de um cabo. É bem caro: custa 90 mil pesos (R$122) por 30 minutos de mergulho. Não fiz.


Foto que baixei da internet mostrando o capacete:


Já passava das 17h e estava chegando a hora de devolver o carrinho de golf no centro da cidade. Me enrolei um pouco para conseguir encontrar a locadora no centro da cidade, mas consegui chegar lá às 18h em ponto.

Depois que tomei banho no hostel, constatei o estrago que o sol fez em mim. Eu estava um camarão, mesmo tendo passado fitro solar o tempo todo. Meu filtro fator 30 que sempre uso no Rio não deu conta do forte sol caribenho. Tinha que ter usado algum mais forte, de 60 pra cima.

Jantei no Tabolara, um restaurante bem simples perto do hostel. Eu era o único turista comendo lá. Esta zona onde o hostel ficava era menos turística e muito mais barata que a zona hoteleira próxima à Playa Sprat Bight.


Cardápio na parede:

"Pechuga a la plancha" : filé de frango, arroz, feijão manteiga e tostones (banana da terra frita). Deu R$12 mil pesos (R$16,20) com uma bebida incluida. 


A bebida includa chamava-se "aguadepanelas", algo que os colombianos adoram. Esclarecendo: não é água de louça suja. :-) "Panela" em espanhol é rapadura. Esse bebida é feita de rapadura derretida na água fervendo, e misturada com limão. Depois é servida gelada. Gostei. Parece Ice Tea. 



De noite não havia nada no hostel. O bar estava vazio. Para onde foram todos ? 

Encontrei na recepção com um dos paulistas que tinha conhecido ontem no bar, e tomamos umas cervejas lá (Club Colombia - 3500 pesos = R$4,80). Troquei uma idéia também com um colombiano de Bogotá gente boa que estava no meu quarto. Ele disse que conheceu o Rio no ano passado e que adorou, se divertiu muito.

Fui dormir cedo para conseguir acordar às 6:30, já que tinha reservado o passeio para Cayo Bolivar.

Um comentário: