quarta-feira, 19 de agosto de 2015

[Mochilão 14] Dia 9: Cartagena-San Andrés


Último dia em Cartagena. Aproveitei a manhã para conhecer uma das maiores atrações turísticas da cidade, o Castillo de San Felipe de Barajas. 

No café da manhã do hostel conheci dois brasileiros que tinham chegado de San Andrés e disseram que a ilha é um paraíso. Troquei uma idéia com eles e eles me passaram algumas dicas.

Arrumei minha mochila e fiz o checkout. Eram 11h da manhã quando saí do hostel. O sol estava de lascar. Me enchi de protetor solar para encarar o passeio do castelo, que me falaram que tem poucas sombras.

Na rua do hostel, o cara que tinha me abordado no primeiro dia me reconheceu e tentou vender novamente sua commodity: 

- Hola, Brasil ! Como estás ? 
- Bien. 
- Maconha ? Maconha ?
- No, amigo. No quiero maconha. Gracias.

Me livrei do moço insistente e fui caminhando em direção ao castelo, que fica do lado de fora da ciudad amurallada. 

Nesta parte Cartagena é uma cidade normal, sem o colorido dos casarões coloniais:


Em 10 minutos de caminhada debaixo daquele sol eu já estava pingando. Parei numa lanchonete para comprar uma garrafa d'água (2 mil pesos = R$2,70). A balconista era uma chinesa falando um espanhol bem enrolado. Entrou na lanchonete uma velhinha negra muito pobre e maltrapilha pedindo esmola, e a balconista começou a berrar de forma bem grosseira: "Acá dentlo noooo ! Fuelaaa ! Fuelaaaa de acá !".

Há uma pobreza bem vizível nas ruas de Cartagena. Fui abordado muitas vezes por gente pedindo esmola. Há muitos camelôs, guias e vendedores insistentes. Os bairros periféricos da cidade, longe das atrações turísticas da ciudad amurallada, são muito pobres e favelizados.

Uma pequena favela com barracos de madeira às margens da lagoa que separa a ciudad amurallada do restante da cidade:


Avistando o castelo ao passar pela ponte por cima da lagoa:


O Castillo San Felipe de Barajas foi o maior castelo construído pelos espanhóis nas Américas, erguido entre 1639 e 1657. Fica no alto do morro San Lazaro. Teve um importante papel na defesa de Cartagena contra ataques de ingleses, franceses e holandeses.

O melhor horário para visitá-lo é no final da tarde, que é menos quente, e dá para ver o pôr-do-sol lá de cima. Só que eu precisava pegar meu vôo para San Andrés de tarde, então tive que visitar o castelo debaixo daquele sol escaldante.

A entrada custou 17 mil pesos (R$23), mais 10 mil pesos (R$13,50) do audioguia.


Subindo a ladeira do castelo:


O audioguia tinha cerca de 30 pontos de interesse no castelo, e pra cada um contava sua história. A visita completa durou cerca de 1:30h.


Vista lá de cima:


Armazéns de pólvora: 


Topo do castelo:





Sistema de captação de águas pluviais para consumo:


Outra parte do castelo:




Bandeira da Colômbia no topo do castelo:


Entrando num dos túneis que cortam o castelo:




Hora de voltar para a ciudad amurallada e ir para o aeroporto.

O trânsito em Cartagena é bem bagunçado fora da ciudad amurallada. É engarrafado e os motorostas buzinam muito. O transporte público é bem ruim, e resume-se às "busetas", como são chamados este micro-ônibus coloridos que circulam pela cidade.


Propaganda do Bancolombia, patrocinador da seleção colombiana: "Unidos, es posible un mejor país":


Almocei no mesmo restaurante de ontem, o D'Alex, na Plaza Fernandez de Madrid, perto do hostel:



Pedi um "Filete de pescado al limón" (peixe marinado no limão com abacate, arroz, salada e banana da terra frita) e um "jugo de guanábana" (suco de graviola). Deu 20 mil pesos (R$27).


Voltei pro hostel, peguei minha bagagem, e peguei um taxi para o aeroporto (12 mil pesos = R$16,20). O preço da corrida foi negociado antes com o taxista, porque os taxis em Cartagena não usam taxímetro.

No checkin tive que preencher o formulário de entrada em San Andrés, semelhante àqueles formulários de imigração que são distribuidos em vôos internacionais. É necessário informar no formulário, entre outras coisas, o tempo da estadia na ilha e o endereço da hospedagem. Tive ainda que pagar a taxa de entrada na ilha de 50 mil pesos (R$ 67,50).

Embarcando no vôo da Copa Airlines rumo a San Andrés:



San Andrés é uma ilha paradisíaca que fica a 780Km de Cartagena. Apesar de fazer parte do território colombiano, fica bem mais próxima à Nicarágua, que inclusive já andou reivindicando algumas vezes a soberania da ilha.

O voo de Cartagena a San Andrés demorou pouco mais de 1h.


Quando o avião começou a descer e se aproximar da ilha, a paisagem que aparecia na janela era incrível ! Ficou todo mundo de boca aberta. Pena que não deu para tirar foto.  Essa foto baixei da internet:



Apesar de fazer parte do território colombiano, ao desembarcar no aeroporto é necessário passar por um controle imigratório da polícia. Os turistas apresentam o passaporte (ou documento de identidade) e o formulário de entrada preenchido. A policial me perguntou o nome do meu hotel, carimbou o formulário e me devolveu.

O aeroporto de San Andrés é minúsculo e bem ruim. Parece a rodoviária do 5o dos infernos (literalmente, porque não tem ar condicionado).


Com a ajuda de um mapa, fui andando do aeroporto para o hostel, que ficava no centro da cidade. Foi uma caminhada de pouco mais de 10 minutos (1 Km). No caminho, deu para ver que a cidade é bem simples, sem luxo nenhum, mas não vi pobreza. Achei a cidade parecida com Arraial do Cabo.

O trânsito é louco e parece não ter regras. Tem muito mais motos que carros (como no sudeste asiático), e ninguém usa capacete. Outra coisa que percebi logo de cara é que a população é quase toda negra e mulata, como em Cartagena.

Este é o El Viajero Hostel, onde me hospedei:


As funcionárias na recepção atendiam os hóspedes em espanhol, mas conversavam entre si em criollo sanandresano, uma língua que é uma mistura de inglês, espanhol e linguas afrincanas.  

Me hospedei num quarto com 4 beliches e banheiro interno. A diária custou 50 mil pesos (R$67,50).


O quarto seguiu o mesmo padrão do El Viajero de Cartagena, ou seja, era ruim. Só tinha uma tomada para todas as pessoas do quarto, e a porta ficava aberta, porque não tinha chave. Não tive coragem de deixar meu celular carregando ali de noite enquanto eu dormia. Outra desvantagem deste hostel é que só tinha quarto coletivo para 8 pessoas. Acho muita gente para um banheiro só. O ideal é ter no máximo 6. É o único hostel de San Andrés, então tive que encarar. Como estava viajando sozinho, ficar em hostel sairia muito mais barato, e é mais fácil de conhecer pessoas.

No quarto conheci uma colombiana e um francês que eram bem gente boa. Conversamos rapidamente e saí para aproveitar o resto da tarde para fazer o "reconhecimento do território".

Vista da recepção do hostel, que ficava no 4o andar do edifício:



Esta é rua do hostel, com um monte de motos passando e ninguém usando capacete:



A rua da praia, que ficava a apenas uma quadra do hostel: 



Este trecho perto do hostel não tinha praia. Tinha apenas uns barcos atracados:



Calçadão:


Uma coisa desagradável que vi lá: alguns trechos da praia foram privatizados e cercados por grades, deixando quem passa pelo calçadão sem a vista do mar. É algo impensável de acontece no Brasil. Este trecho abaixo pertence a um restaurante:



O principal meio de transporte dos turistas na ilha é o carrinho de golfe, como este:


Esta parte tinha prédios residenciais e hotéis melhores que nas redondezas do hostel:


Entardecer à beira-mar:





Mesmo depois do pôr-do-sol ainda dava para ver o azul turquesa da barreira de corais láaa no horizonte:


A Playa Sprat Bight é a principal praia pública do centro de San Andrés:



Ainda tinha gente curtindo um mergulho no mar quentinho do Caribe. Eu estava quase fazendo o mesmo, ehehehe ! :-) Deu pra ver que o mar é bem tranquilo, quase sem ondas. Estava quase escuro já, mas ainda dava pra ver o azul turquesa. Show de bola.


A parte central da cidade é mais bem cuidada que as redondezas do hostel. Há uma rua de pedestres com um monte de lojas de produtos importados (eletrônicos, perfumes, calçados, etc). San Andrés é um grande duty free, ou seja, é um território livre de impostos de importação. Foi uma forma que o governo encontrou de gerar renda para a população local incentivando o comércio. Muitos turistas que visitam a ilha aproveitam para fazer compras também.




Jantei no restaurante Don Anibal. 

Suco de amora com leite: 

Lasanha à bolonhesa:


A conta deu 29.700 pesos (R$40). 

Circulando um pouco pelas ruas do centro de San Andrés deu pra perceber que tinha bastante brasileiros lá. Cartagena também tinha brasileiros, mas San Andrés tinha ainda mais, em contraste com Medellin e Bogotá, onde não vi nenhum. 

Voltei para o hostel, tomei um banho e fui para o bar no terraço do hostel. A colombiana e o francês que conheci no quarto estavam lá. Fiquei conversando com eles e depois conheci também dois paulistas e um mineiro. Peguei várias dicas com eles, que já haviam rodado a ilha toda. Tomei umas cervejas Club Colombia com eles lá (3500 pesos = R$4,80). 

Rolou mais tarde no bar uma aula de salsa, bachata e ragga ragga (esta última, uma dança típica de San Andrés). Foi bem engraçado. Além dos brasileiros, o hostel tinha umas argentinas e européias também.

Um vídeo que achei no YouTube mostrando a Ragga Ragga:


Ficamos por lá até mais ou menos meia-noite. 

6 comentários:

  1. Gosto dos seus relatos que são bem detalhistas e ilustrados, rs.. Semana passada acabei comprando uma passagem pra Cartagena, aproveitando uma promoção. Já anotei um monte de coisa :) Bjs

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    1. Que bom, Gabi ! :-) Fiquei sabendo dessa promoção ! Tava de graça ! Fez muito bem em ter comprado. Eu acabei pagando meio caro na minha passagem (Avianca), porque comprei muito em cima da hora, mas mesmo assim a viagem como um todo saiu bem barata. Tenho certeza que vai adorar Cartagena. Qualquer dúvida, me fala. bjs.

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  2. Nunca vi uma situação como esta no Direito Internacional, era visto mesmo ou "tarjeta de turismo"?

    Nunca tinha ouvido falar desta ilha.

    Gosto é gosto, mas se esta ilha é o paraíso sou mais Londres, aquilo lá é o paraíso pra mim, rs...

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    1. Era só uma "tarjeta de turismo". Não era visto, e não rolava carimbo no passaporte. Nunca fui pra Noronha, mas imagino que lá tenha um controle semelhante. Também acho Londres incrível, mas não pretendo voltar lá tão cedo, com a libra a mais de R$6 ! A menos que eu ganhe na mega sena ! :-)

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  3. se voce conhecer guarapari , não deixa nada a desejar... lugares lindos.

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  4. se voce conhecer guarapari , não deixa nada a desejar... lugares lindos.

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