Saímos da boate em Santorini às 5h da manhã. Voltamos na pousada pra pegar as mochilas e fomos esperar o ônibus pro aeroporto. O dia já estava amanhecendo. Como o ônibus estava demorando muito, resolvemos pegar um taxi, senão perderíamos o vôo paro Cairo (com conexão em Atenas), que estava marcado para as 7:20.
No ponto de taxi começou a bater o desespero, porque tinha uma fila de gente esperando taxi, e não chegava nenhum. Já faltavam 50 minutos pro vôo decolar, e nós tínhamos apenas 20 minutos pra chegar no aeroporto e fazer o checkin.
Chegou finalmente a nossa vez. Veio um taxi Mercedes novinho em folha. A primeira coisa que pensei foi "Ih ! Ferrou...vamos à falência !!!". Pedimos pro motorista ir depressa pois estávamos atrasados. Duas louraças na esquina fizeram sinal, e ele parou pra elas entrarem no taxi com a gente. Mesmo estando atrasados, nem eu, nem o Sascha reclamamos de nada, hehehe !!! Lá era normal normal fazer lotação em corridas de taxi.
Felizmente o aeroporto era bem perto de onde estávamos, e chegamos em apenas 10 minutos. O taxi saiu por 12 euros, nem foi tão caro. Fizemos o checkin e decolamos rumo a Atenas, onde chegamos 45 minutos depois, e pegamos outro vôo pro Cairo às 9:45. Foram 2 horas de vôo. No avião, o primeiro contato com os egípcios. Eu estava na poltrona do meio, e os dois passageiros (o da janela e o do corredor) eram do Egito. Bem gente boa os caras. O assunto futebol foi inevitável quando falei que era brasileiro. A reação era sempre a mesma: as pessoas abriam um sorriso, e falavam com euforia "Ronaldo ! Kaká ! Robinho !"
Quando o avião já estava aterrisando no Cairo, vi pela janela do avião a imensidão do deserto do Sahara. Uma visão impressionante !!!
Ao desembarcar do avião, eu e Sascha tivemos a impressão de que estávamos chegando a um outro mundo. A chegada a um novo continente é sempre emocionante. Vários vôos tinham acabado de chegar juntos com o nosso, vindos de países árabes vizinhos, como Arábia Saudita e Emirados Árabes. As "cobrinhas" do alfabeto árabe estavam por todos os lados, e de uma hora para outra, viramos analfabetos. Estávamos na fila da imigração misturados a todos os tipos de árabes: mulheres vestidas de burka da cabeça aos pés, outras usando somente um véu, homens barbudos e com aspecto sisudo, alguns usando turbante, e outros com uma roupa toda branca e um chapéu como o do Habib's. Alguns poucos ocidentais na fila olhavam aquilo tudo ao redor, e se sentiam tão fascinados como nós.
O policial de imigração examinou meu passaporte com desconfiança. Ainda era o modelo antigo, bastante rudimentar para padrões internacionais, e por isso mesmo, muito usado em falsificações. Ele olhou para mim com atenção, digitou várias coisas num computador, e me deixou passar sem perguntar nada. Eu tinha um visto de turista para 30 dias. Tive que tirar o visto no consulado egípcio no Rio antes de viajar.
Eu e Sascha saímos do saguão do aeroporto e demos de cara com um calor escaldante de quase 40 graus do lado de fora. Pegamos um taxi que parecia ter vindo direto do tunel do tempo, de 30 anos atrás. Parecia aquelas antigas Variant TL que abundavam como taxi no Rio no início dos anos 80. Por motivos óbvios, o taxi não tinha ar condicionado. Os taxis no Egito não usam taximetro, e os preços são negociados antes da corrida. E pensar que, apenas algumas horas antes, estávamos desfilando em Santorini dentro de um taxi Mercedes com banco de couro e na companhia de duas louraças !!! A vida realmente tem altos e baixos..hehehe.
Uma coisa me chamou a atenção. Para sair do aeroporto, os taxis passam por uma guarita, onde um guarda anota a placa do taxi e o motorista assina num livro. Faz sentido. Se o taxista fosse um terrorista da Al Qaeda e quisesse nos sequestrar, o guarda ia saber o nome dele.
O taxista não falava inglês, mas pelo menos entendeu que queriamos ir para o centro da cidade, e o valor da corrida que negociamos (40 libras egípcias = R$13)
O caminho do aeroporto até o Centro do Cairo foi bem interessante. Passamos por avenidas largas e muitas mesquitas. Não vi pobreza. Era uma parte mais privilegiada da cidade.
Mesmo em vias expressas, os pedestres lá atravessam sem o menor cuidado, e por muito pouco não são atropelados. O taxista desviava deles, mas metros depois a cena voltava a acontecer. O trânsito no Cairo é selvagem, MUITOOOOOO pior que no Brasil. Quando chegamos ao centro da cidade, a coisa piorou muito. Era 1h da tarde, sol a pico, calor escaldante, nenhuma árvore pra fazer sombra, trânsito engarrafado, buzinas por todos os lados. Carros velhos se misturavam a ônibus e vans caindo aos pedaços. Os cruzamentos não tinham semáforos. Na foto abaixo, o cruzamento fechado por outros carros. Os pedestres atravessando por onde podiam, dando uma sensação generalizada de caos:
Nós não tínhamos resevado nenhum albergue, porque tinham me avisado que não valia a pena reservar nada lá sem ver antes com os próprios olhos onde você vai se hospedar. Foi a melhor coisa que fizemos. Eu tinha anotado o endereço de três albergues, todos no centro da cidade, e mais ou menos próximos.
Descemos do taxi na Sharia (Avenida) Talaat Harb, uma das principais do centro do Cairo, onde ficava um dos albergues. As calçadas eram imundas, e o meio-fio tinha uma água fétida que parecia esgoto. Não tinha nenhuma árvore sequer pra fazer uma sombra naquele sol escaldante. Os prédios tinham um aspecto decadente, eram velhos, sujos e empoeirados.
Descobrimos que tínhamos que atravessar a rua, mas cadê o semáforo ? Fizemos como os egípcios: nos metemos no meio da rua, e os carros iam desviando da gente.
Tivemos dificuldade para localizar o prédio onde ficava o albergue, pois os algarismos árabes são diferentes dos ocidentais. Alguns são iguais, mas outros não tem nada a ver. O zero, por exemplo, é só um ponto. O 6 é um 7, o 4 é um 3 ao contrário (como se fosse um "E"), e o 9 é 9 mesmo. Maluquice !
Só conseguimos localizar o prédio porque vimos a placa com o nome do albergue. Subimos e pedimos para dar uma olhada nos quartos. Furada total: testamos o ar condicionado e ele não funcionava. Seria humanamente impossível dormir com aquele calor sem um ar gelando o quarto.
Fomos procurar o segundo albergue. Rodamos perdidos durante um tempo, porque não conseguíamos localizar a rua. Nas esquinas haviam placas com os nomes das ruas no alfabeto árabe, e a transliteração para o alfabeto latino. O problema é que esta transliteração nem sempre era a mesma que tinha sido usada no mapa que nós tínhamos. Ou seja, o nome da rua podia ser escrita de diversas maneiras no alfabeto latino. Uma loucura ! Eu estava completamente exausto. Estava virado, e na noite anterior tinha dormido apenas 4 horas. Estava com uma mochila de 13Kg nas costas, caminhando debaixo de sol forte e com um calor de 38 graus. Isso tudo sem uma única árvore para fazer sombra sombra. Tive que parar para dar uma descansada e comprar uma garrafa d'água, antes que eu desmaiasse de insolação ou de cansaço.
Conseguimos finalmente achar a rua, mas a entrada do prédio era tão sinistra que não tivemos nem coragem de subir para ver como eram os quartos.
O terceiro albergue (Canadian Hostel), na Sharia Talaat Harb, era bem melhor. O prédio era um pouco mais limpo, e o quarto muito melhor, com ar gelando. Pegamos um quarto dulplo enorme e que tinha até varanda. Custou apenas 90 libras egípcias (30 reais) a diária. Outra vantagem é que ficava do lado de uma estação de metrô. Ao fazer o checkin, me chamou a atenção que o controle de hóspedes do albergue era feito todo a mão !!! O recepcionista escrevia o nome dos hóspedes e os pagamentos num livro. Os únicos computadores do lugar ficavam no cyber café do albergue, numa sala próxima a recepção.
Tomamos um banho e saímos para comer alguma coisa. Todos os guias e sites que acessei antes da viagem recomendavam extremo cuidado com as comidas. Haviam várias biroscas com aspeto duvidoso perto do albergue, e muitos ambulantes na rua vendendo coisas fritas que não sabia nem o que era. Eis que encontramos um McDonald's !!! Pedimos um McKafta, que custava apenas o equivalente a R$5 com refrigerante e fritas !
O alfabeto arábico é muito sinistro. Esta placa aqui está fácil de descobrir o que queria dizer, só que era solenemente ignorada pelos motoristas:
Algumas ruas próximas ao albergue:
Atravessar esta avenida sem sinal parecia impossível. Mas aprendemos com os egípcios que é possível sim !!! Basta respirar fundo, e ir se metendo no meio dos carros, pois eles desviam dos pedestres. A primeira vez dá medo, mas depois você se acostuma.
Um vídeo que gravei mostrando como se atravessa uma rua no Egito !!!
O Museu Egípcio tem uma coleção incrível de mumias e outras relíquias da época dos faraós. A principal atração do museu é a galeria de objetos pessoais do Tutankhamon, o faraó-menino, incluindo uma máscara de ouro que é a peça mais preciosa do acervo. Infelizmente não era permitido tirar fotos dentro do museu.
Ficamos apenas 1h dentro do museu, pois o calor dentro dele estava insuportável. Fomos caminhando pelas ruas do centro da cidade até encontrar o Rio Nilo:
Esta região é mais bem cuidada, bem arborizada, com hotéis de luxo. Nesta foto aparece a Torre do Cairo ao fundo:
Vista do Rio Nilo. Foto tirada de uma ponte:
Atravessando a ponte, chegamos na ilha de Zamalek, onde fica a Torre do Cairo. A torre estava em péssimo estado de consevação, suja e tudo caindo aos pedaços, mas pelo menos a vista era interessante. A decepção foi que não conseguimos ver as pirâmides no horizonte, por causa da poluição.
Estávamos exaustos. Voltamos para o albergue. Este era o elevador. Nenhum estrangeiro (incluindo a gente) tinha coragem de entrar nele. Por que será ? Todo mundo subia de escada. Pelo menos o albergue ficava no 2o andar do prédio.
Tomamos um banho e mal tínhamos forças para sair e comer algo. Falei para o cara da recepçào pedir uma pizza pra mim na Pizza Hut. Ele ligou pra lá e me passou o telefone. "Ferrou ! E agora ?", pensei. O atendente falava um inglês muito rudimentar, com um sotaque bastante carregado. Fiquei uns 5 minutos tentando entender o que ele estava falando, e pedia pra ele repetir toda hora. O problema é que os árabes não conseguem pronunciar o "P". Eles trocam pelo som do "B". O cara começou a me dar várias opções de borda da "bizza" que eu não estava entendendo. Chegou uma hora que eu desisti e escolhi a "first option". Meia hora depois, chegou a minha "bizza" ! Até que eu escolhi direitinho, estava bem gostosa. Foi a pizza mais barata que já comi ! Uma pizza grande que custou apenas o 30 libras (R$10 !!!!). O Egito é um país bem barato comparado com o Brasil.
Meu corpo implorava desesperadamente por uma cama confortável e umas 12 horas de sono. Antes de ligar o ar condicionado no máximo e capotar na cama, ainda deu tempo pra tirar esta foto da janela do quarto. Era 21:30 e o movimento na rua parecia o de meio-dia. Cairo é uma cidade que não pára. As ruas continuavam cheias de gente caminhando e o trânsito continuava carregado:
No ponto de taxi começou a bater o desespero, porque tinha uma fila de gente esperando taxi, e não chegava nenhum. Já faltavam 50 minutos pro vôo decolar, e nós tínhamos apenas 20 minutos pra chegar no aeroporto e fazer o checkin.
Chegou finalmente a nossa vez. Veio um taxi Mercedes novinho em folha. A primeira coisa que pensei foi "Ih ! Ferrou...vamos à falência !!!". Pedimos pro motorista ir depressa pois estávamos atrasados. Duas louraças na esquina fizeram sinal, e ele parou pra elas entrarem no taxi com a gente. Mesmo estando atrasados, nem eu, nem o Sascha reclamamos de nada, hehehe !!! Lá era normal normal fazer lotação em corridas de taxi.
Felizmente o aeroporto era bem perto de onde estávamos, e chegamos em apenas 10 minutos. O taxi saiu por 12 euros, nem foi tão caro. Fizemos o checkin e decolamos rumo a Atenas, onde chegamos 45 minutos depois, e pegamos outro vôo pro Cairo às 9:45. Foram 2 horas de vôo. No avião, o primeiro contato com os egípcios. Eu estava na poltrona do meio, e os dois passageiros (o da janela e o do corredor) eram do Egito. Bem gente boa os caras. O assunto futebol foi inevitável quando falei que era brasileiro. A reação era sempre a mesma: as pessoas abriam um sorriso, e falavam com euforia "Ronaldo ! Kaká ! Robinho !"
Quando o avião já estava aterrisando no Cairo, vi pela janela do avião a imensidão do deserto do Sahara. Uma visão impressionante !!!
Ao desembarcar do avião, eu e Sascha tivemos a impressão de que estávamos chegando a um outro mundo. A chegada a um novo continente é sempre emocionante. Vários vôos tinham acabado de chegar juntos com o nosso, vindos de países árabes vizinhos, como Arábia Saudita e Emirados Árabes. As "cobrinhas" do alfabeto árabe estavam por todos os lados, e de uma hora para outra, viramos analfabetos. Estávamos na fila da imigração misturados a todos os tipos de árabes: mulheres vestidas de burka da cabeça aos pés, outras usando somente um véu, homens barbudos e com aspecto sisudo, alguns usando turbante, e outros com uma roupa toda branca e um chapéu como o do Habib's. Alguns poucos ocidentais na fila olhavam aquilo tudo ao redor, e se sentiam tão fascinados como nós.
O policial de imigração examinou meu passaporte com desconfiança. Ainda era o modelo antigo, bastante rudimentar para padrões internacionais, e por isso mesmo, muito usado em falsificações. Ele olhou para mim com atenção, digitou várias coisas num computador, e me deixou passar sem perguntar nada. Eu tinha um visto de turista para 30 dias. Tive que tirar o visto no consulado egípcio no Rio antes de viajar.
Eu e Sascha saímos do saguão do aeroporto e demos de cara com um calor escaldante de quase 40 graus do lado de fora. Pegamos um taxi que parecia ter vindo direto do tunel do tempo, de 30 anos atrás. Parecia aquelas antigas Variant TL que abundavam como taxi no Rio no início dos anos 80. Por motivos óbvios, o taxi não tinha ar condicionado. Os taxis no Egito não usam taximetro, e os preços são negociados antes da corrida. E pensar que, apenas algumas horas antes, estávamos desfilando em Santorini dentro de um taxi Mercedes com banco de couro e na companhia de duas louraças !!! A vida realmente tem altos e baixos..hehehe.
Uma coisa me chamou a atenção. Para sair do aeroporto, os taxis passam por uma guarita, onde um guarda anota a placa do taxi e o motorista assina num livro. Faz sentido. Se o taxista fosse um terrorista da Al Qaeda e quisesse nos sequestrar, o guarda ia saber o nome dele.
O taxista não falava inglês, mas pelo menos entendeu que queriamos ir para o centro da cidade, e o valor da corrida que negociamos (40 libras egípcias = R$13)
O caminho do aeroporto até o Centro do Cairo foi bem interessante. Passamos por avenidas largas e muitas mesquitas. Não vi pobreza. Era uma parte mais privilegiada da cidade.
Mesmo em vias expressas, os pedestres lá atravessam sem o menor cuidado, e por muito pouco não são atropelados. O taxista desviava deles, mas metros depois a cena voltava a acontecer. O trânsito no Cairo é selvagem, MUITOOOOOO pior que no Brasil. Quando chegamos ao centro da cidade, a coisa piorou muito. Era 1h da tarde, sol a pico, calor escaldante, nenhuma árvore pra fazer sombra, trânsito engarrafado, buzinas por todos os lados. Carros velhos se misturavam a ônibus e vans caindo aos pedaços. Os cruzamentos não tinham semáforos. Na foto abaixo, o cruzamento fechado por outros carros. Os pedestres atravessando por onde podiam, dando uma sensação generalizada de caos:
Nós não tínhamos resevado nenhum albergue, porque tinham me avisado que não valia a pena reservar nada lá sem ver antes com os próprios olhos onde você vai se hospedar. Foi a melhor coisa que fizemos. Eu tinha anotado o endereço de três albergues, todos no centro da cidade, e mais ou menos próximos.
Descemos do taxi na Sharia (Avenida) Talaat Harb, uma das principais do centro do Cairo, onde ficava um dos albergues. As calçadas eram imundas, e o meio-fio tinha uma água fétida que parecia esgoto. Não tinha nenhuma árvore sequer pra fazer uma sombra naquele sol escaldante. Os prédios tinham um aspecto decadente, eram velhos, sujos e empoeirados.
Descobrimos que tínhamos que atravessar a rua, mas cadê o semáforo ? Fizemos como os egípcios: nos metemos no meio da rua, e os carros iam desviando da gente.
Tivemos dificuldade para localizar o prédio onde ficava o albergue, pois os algarismos árabes são diferentes dos ocidentais. Alguns são iguais, mas outros não tem nada a ver. O zero, por exemplo, é só um ponto. O 6 é um 7, o 4 é um 3 ao contrário (como se fosse um "E"), e o 9 é 9 mesmo. Maluquice !
Só conseguimos localizar o prédio porque vimos a placa com o nome do albergue. Subimos e pedimos para dar uma olhada nos quartos. Furada total: testamos o ar condicionado e ele não funcionava. Seria humanamente impossível dormir com aquele calor sem um ar gelando o quarto.
Fomos procurar o segundo albergue. Rodamos perdidos durante um tempo, porque não conseguíamos localizar a rua. Nas esquinas haviam placas com os nomes das ruas no alfabeto árabe, e a transliteração para o alfabeto latino. O problema é que esta transliteração nem sempre era a mesma que tinha sido usada no mapa que nós tínhamos. Ou seja, o nome da rua podia ser escrita de diversas maneiras no alfabeto latino. Uma loucura ! Eu estava completamente exausto. Estava virado, e na noite anterior tinha dormido apenas 4 horas. Estava com uma mochila de 13Kg nas costas, caminhando debaixo de sol forte e com um calor de 38 graus. Isso tudo sem uma única árvore para fazer sombra sombra. Tive que parar para dar uma descansada e comprar uma garrafa d'água, antes que eu desmaiasse de insolação ou de cansaço.
Conseguimos finalmente achar a rua, mas a entrada do prédio era tão sinistra que não tivemos nem coragem de subir para ver como eram os quartos.
O terceiro albergue (Canadian Hostel), na Sharia Talaat Harb, era bem melhor. O prédio era um pouco mais limpo, e o quarto muito melhor, com ar gelando. Pegamos um quarto dulplo enorme e que tinha até varanda. Custou apenas 90 libras egípcias (30 reais) a diária. Outra vantagem é que ficava do lado de uma estação de metrô. Ao fazer o checkin, me chamou a atenção que o controle de hóspedes do albergue era feito todo a mão !!! O recepcionista escrevia o nome dos hóspedes e os pagamentos num livro. Os únicos computadores do lugar ficavam no cyber café do albergue, numa sala próxima a recepção.
Tomamos um banho e saímos para comer alguma coisa. Todos os guias e sites que acessei antes da viagem recomendavam extremo cuidado com as comidas. Haviam várias biroscas com aspeto duvidoso perto do albergue, e muitos ambulantes na rua vendendo coisas fritas que não sabia nem o que era. Eis que encontramos um McDonald's !!! Pedimos um McKafta, que custava apenas o equivalente a R$5 com refrigerante e fritas !
O alfabeto arábico é muito sinistro. Esta placa aqui está fácil de descobrir o que queria dizer, só que era solenemente ignorada pelos motoristas:
Algumas ruas próximas ao albergue:
Atravessar esta avenida sem sinal parecia impossível. Mas aprendemos com os egípcios que é possível sim !!! Basta respirar fundo, e ir se metendo no meio dos carros, pois eles desviam dos pedestres. A primeira vez dá medo, mas depois você se acostuma.
Um vídeo que gravei mostrando como se atravessa uma rua no Egito !!!
Ficamos apenas 1h dentro do museu, pois o calor dentro dele estava insuportável. Fomos caminhando pelas ruas do centro da cidade até encontrar o Rio Nilo:
Esta região é mais bem cuidada, bem arborizada, com hotéis de luxo. Nesta foto aparece a Torre do Cairo ao fundo:
Vista do Rio Nilo. Foto tirada de uma ponte:
Atravessando a ponte, chegamos na ilha de Zamalek, onde fica a Torre do Cairo. A torre estava em péssimo estado de consevação, suja e tudo caindo aos pedaços, mas pelo menos a vista era interessante. A decepção foi que não conseguimos ver as pirâmides no horizonte, por causa da poluição.
Estávamos exaustos. Voltamos para o albergue. Este era o elevador. Nenhum estrangeiro (incluindo a gente) tinha coragem de entrar nele. Por que será ? Todo mundo subia de escada. Pelo menos o albergue ficava no 2o andar do prédio.
Tomamos um banho e mal tínhamos forças para sair e comer algo. Falei para o cara da recepçào pedir uma pizza pra mim na Pizza Hut. Ele ligou pra lá e me passou o telefone. "Ferrou ! E agora ?", pensei. O atendente falava um inglês muito rudimentar, com um sotaque bastante carregado. Fiquei uns 5 minutos tentando entender o que ele estava falando, e pedia pra ele repetir toda hora. O problema é que os árabes não conseguem pronunciar o "P". Eles trocam pelo som do "B". O cara começou a me dar várias opções de borda da "bizza" que eu não estava entendendo. Chegou uma hora que eu desisti e escolhi a "first option". Meia hora depois, chegou a minha "bizza" ! Até que eu escolhi direitinho, estava bem gostosa. Foi a pizza mais barata que já comi ! Uma pizza grande que custou apenas o 30 libras (R$10 !!!!). O Egito é um país bem barato comparado com o Brasil.
Meu corpo implorava desesperadamente por uma cama confortável e umas 12 horas de sono. Antes de ligar o ar condicionado no máximo e capotar na cama, ainda deu tempo pra tirar esta foto da janela do quarto. Era 21:30 e o movimento na rua parecia o de meio-dia. Cairo é uma cidade que não pára. As ruas continuavam cheias de gente caminhando e o trânsito continuava carregado:
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