Acordamos cedo pra caramba (5:30 da manhã) e pegamos um taxi para a rodoviária.
O ônibus partiu às 7h com destino a Dahab, na Peninsula do Sinai, a 610Km de distância. Banhada pelo Mar Vermelho, a principal atração da cidade são as praias com mar azul-turquesa e lugares perfeitos para mergulhar, algo que não fazia há 3 anos.
Este foi o trajeto da viagem:
Estávamos um pouco apreensivos sobre o ônibus, mas até que ele era bom, pelo menos tinha ar condicionado e banheiro (mas era imundo). Entre os passageiros, somente nós e um casal de americanos eram ocidentais. Fomos assistindo um filme egípcio horroroso, era quase "cine trash", e para complicar mais, sem legendas em inglês.
O ônibus demorou cerca de 1h para sair da cidade, devido ao trânsito pesado. Depois de kilômetros de favelas, estávamos na imensidão do deserto do Sahara. Logo depois passamos por um túnel por baixo do Canal de Suez e entramos na Península do Sinai. O ônibus parou numa lanchonete na estrada, onde compramos água e biscoitos.
A estrada foi beirando o mar, que era azul-turquesa !!!
Algo me chamou muito a atenção: passamos por várias blitz na estrada. Foram umas oito. Os policiais entravam no ônibus e pediam os documentos para todos os passageiros. Em todas as blitz pelo menos um passageiro foi retirado do ônibus e levado pela polícia. O governo egípcio faz um grande esforço para combater o terrorismo, e estas blitz fazem parte da fiscalização. Todos os suspeitos são levados pela polícia e interrogados. Em abril de 2006 (pouco mais de um ano antes da viagem), um atentado terrorista em Dahab matou 18 pessoas e feriu 62. Em 2005, um atentado do Al Qaeda em Sharm-el-Sheik, também na Península do Sinai, matou 90 e feriu 150 pessoas.
A viagem foi bem cansativa. Durou 9h até Sharm-el-Sheik, que é a Cancún das Arábias, uma cidade cheia de resorts de luxo e por isso mesmo, um lugar caro para mochileiros. A maioria dos passageiros desceu lá. Até Dahab foi mais 1h de viagem, totalizando 10h de estrada.
A paisagem desértica da Península do Sinai:
Entrada de Dahab:
Finalmente chegamos. Ao descer do ônibus, nós e o casal de americanos fomos cercados por vários guias-picaretas que queriam oferecer hospedagem. Todos falavam ao mesmo tempo. Fomos disputados a tapa, literalmente. Tentamos sair dali rapidamente, mas não adiantou, pois eles foram atrás da gente e continuavam tentando nos convencer a ir com eles conhecer as pousadas. Não tivemos muita alternativa. Fizemos como os americanos: pulamos em cima da caçamba da pick-up de uma das pousadas e fomos conhecê-la para ver se prestava.
Foto tirada em cima da caçamba da pick-up, a caminho da pousada:
Chegando lá, vimos que não valia a pena, pois não tinha ar condicionado, algo impensável no Egito. Pelo menos ganhamos translado gratuito da rodoviária para a rua principal da cidade, onde ficam as pousadas !!!
Fomos ver mais outra pousada, e também não gostamos muito, pois o quarto estava com infiltração e com cheiro de mofo.
A terceira pousada (Octopus Hotel) era beeeem melhor, a apenas uma quadra da praia, ar gelando, piscina e tinha um aspecto bem melhor. Fechamos por apenas 100 libras a diária em quarto duplo (R$33 o quarto, ou R$17 pra cada um !!!), uma verdadeira pechincha, e isso incluindo café da manhã !
Tomamos um banho e fomos dar uma volta pelo calçadão.
Dahab é banhada pelo Golfo de Aqaba, uma das ramificações do Mar Vermelho. Na praia dava para ver no horizonte as montanhas da Arábia Saudita, no outro lado do Golfo (a 20Km de distância).
Muitos restaurantes à beira mar !
Este restaurante, no lugar de cadeiras e mesas, tinha almofadas !
Mais fotos da orla:
Este bar era uma das poucas opções de diversão noturna em Dahab:
Dahab tem uma rua de pedestres com muitos restaurantes e lojas de souvenir.
Uma loja só de nargulês:
Fomos comer num restaurante de comida típica egípcia. Pedimos um frango com sopa, arroz, pão árabe e legumes. Veio tudo separado em potinhos de alumínio. Custou apenas 17 libras (R$5,50) !!!
A cidade estava toda meio vazia, considerando que agosto é altíssima temporada para americanos e europeus. Restaurantes, bares, hotéis, calçadão, tudo vazio. Os turistas praticamente desapareceram de Dahab depois do atentado de 2006. Passado um ano, eles começaram a voltar aos poucos, mas ainda eram poucos os corajosos como nós. O lado bom disso é que os preços dos hotéis e restaurante despencaram !
De noite, demos apenas uma volta pela rua de pedestres. Conseguimos comprar cerveja pela primeira vez no Egito !!! No Cairo não achamos pra vender em nenhum lugar. Compramos umas long-necks de Heineken num pequeno mercado e fomos caminhando pelas ruas bebendo. Acho que não era crime fazer isso, pois passamos por policiais diversas vezes e não aconteceu nada. Mas não vimos nenhum egípcio bebendo cerveja. Em Dahab só vi dois bares. Os egípcios se reunem nos cafés, onde jogam gamão, fumam nargulê e tomam chá de menta. E nos cafés a presença das mulheres é proibida, por isso só tinha homem !
Voltamos cedo pro hotel, por cansaço e falta de opções noturnas no lugar.
O ônibus partiu às 7h com destino a Dahab, na Peninsula do Sinai, a 610Km de distância. Banhada pelo Mar Vermelho, a principal atração da cidade são as praias com mar azul-turquesa e lugares perfeitos para mergulhar, algo que não fazia há 3 anos.
Este foi o trajeto da viagem:
Estávamos um pouco apreensivos sobre o ônibus, mas até que ele era bom, pelo menos tinha ar condicionado e banheiro (mas era imundo). Entre os passageiros, somente nós e um casal de americanos eram ocidentais. Fomos assistindo um filme egípcio horroroso, era quase "cine trash", e para complicar mais, sem legendas em inglês.
O ônibus demorou cerca de 1h para sair da cidade, devido ao trânsito pesado. Depois de kilômetros de favelas, estávamos na imensidão do deserto do Sahara. Logo depois passamos por um túnel por baixo do Canal de Suez e entramos na Península do Sinai. O ônibus parou numa lanchonete na estrada, onde compramos água e biscoitos.
A estrada foi beirando o mar, que era azul-turquesa !!!
Algo me chamou muito a atenção: passamos por várias blitz na estrada. Foram umas oito. Os policiais entravam no ônibus e pediam os documentos para todos os passageiros. Em todas as blitz pelo menos um passageiro foi retirado do ônibus e levado pela polícia. O governo egípcio faz um grande esforço para combater o terrorismo, e estas blitz fazem parte da fiscalização. Todos os suspeitos são levados pela polícia e interrogados. Em abril de 2006 (pouco mais de um ano antes da viagem), um atentado terrorista em Dahab matou 18 pessoas e feriu 62. Em 2005, um atentado do Al Qaeda em Sharm-el-Sheik, também na Península do Sinai, matou 90 e feriu 150 pessoas.
A viagem foi bem cansativa. Durou 9h até Sharm-el-Sheik, que é a Cancún das Arábias, uma cidade cheia de resorts de luxo e por isso mesmo, um lugar caro para mochileiros. A maioria dos passageiros desceu lá. Até Dahab foi mais 1h de viagem, totalizando 10h de estrada.
A paisagem desértica da Península do Sinai:
Entrada de Dahab:
Finalmente chegamos. Ao descer do ônibus, nós e o casal de americanos fomos cercados por vários guias-picaretas que queriam oferecer hospedagem. Todos falavam ao mesmo tempo. Fomos disputados a tapa, literalmente. Tentamos sair dali rapidamente, mas não adiantou, pois eles foram atrás da gente e continuavam tentando nos convencer a ir com eles conhecer as pousadas. Não tivemos muita alternativa. Fizemos como os americanos: pulamos em cima da caçamba da pick-up de uma das pousadas e fomos conhecê-la para ver se prestava.
Foto tirada em cima da caçamba da pick-up, a caminho da pousada:
Chegando lá, vimos que não valia a pena, pois não tinha ar condicionado, algo impensável no Egito. Pelo menos ganhamos translado gratuito da rodoviária para a rua principal da cidade, onde ficam as pousadas !!!
Fomos ver mais outra pousada, e também não gostamos muito, pois o quarto estava com infiltração e com cheiro de mofo.
A terceira pousada (Octopus Hotel) era beeeem melhor, a apenas uma quadra da praia, ar gelando, piscina e tinha um aspecto bem melhor. Fechamos por apenas 100 libras a diária em quarto duplo (R$33 o quarto, ou R$17 pra cada um !!!), uma verdadeira pechincha, e isso incluindo café da manhã !
Tomamos um banho e fomos dar uma volta pelo calçadão.
Dahab é banhada pelo Golfo de Aqaba, uma das ramificações do Mar Vermelho. Na praia dava para ver no horizonte as montanhas da Arábia Saudita, no outro lado do Golfo (a 20Km de distância).
Muitos restaurantes à beira mar !
Este restaurante, no lugar de cadeiras e mesas, tinha almofadas !
Mais fotos da orla:
Este bar era uma das poucas opções de diversão noturna em Dahab:
Dahab tem uma rua de pedestres com muitos restaurantes e lojas de souvenir.
Uma loja só de nargulês:
Fomos comer num restaurante de comida típica egípcia. Pedimos um frango com sopa, arroz, pão árabe e legumes. Veio tudo separado em potinhos de alumínio. Custou apenas 17 libras (R$5,50) !!!
A cidade estava toda meio vazia, considerando que agosto é altíssima temporada para americanos e europeus. Restaurantes, bares, hotéis, calçadão, tudo vazio. Os turistas praticamente desapareceram de Dahab depois do atentado de 2006. Passado um ano, eles começaram a voltar aos poucos, mas ainda eram poucos os corajosos como nós. O lado bom disso é que os preços dos hotéis e restaurante despencaram !
De noite, demos apenas uma volta pela rua de pedestres. Conseguimos comprar cerveja pela primeira vez no Egito !!! No Cairo não achamos pra vender em nenhum lugar. Compramos umas long-necks de Heineken num pequeno mercado e fomos caminhando pelas ruas bebendo. Acho que não era crime fazer isso, pois passamos por policiais diversas vezes e não aconteceu nada. Mas não vimos nenhum egípcio bebendo cerveja. Em Dahab só vi dois bares. Os egípcios se reunem nos cafés, onde jogam gamão, fumam nargulê e tomam chá de menta. E nos cafés a presença das mulheres é proibida, por isso só tinha homem !
Voltamos cedo pro hotel, por cansaço e falta de opções noturnas no lugar.
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