sexta-feira, 7 de março de 2014

[Mochilão 11] Dia 1: Rio - Auckland


Alô povão, agora é sério !  Depois de meses de muita ansiedade e preparação, está estreando hoje  "Missão Down Under" com 23 episódios repletos de muita aventura e diversão.

Viajam comigo desta vez Numb2 e Morão, amigos meus há quase 20 anos.

O destino será a longínqua Oceania, mais precisamente a Austrália e a Nova Zelândia. Esta é a realização de um sonho antigo. A Oceania era o último continente que faltava “colonizar” para eu completar a “canastra mundial” (Antartida não conta...hehehe). Os altos preços das passagens entre Brasil e Oceania sempre me fizeram pensar duas vezes se valia a pena ir para lá. Já venho adiando essa viagem há alguns anos. Uma passagem entre Rio e Sydney normalmente custa cerca de US$2.000 ou mais, e para piorar, a Austrália é um país bem caro. Meu plano para as férias desse ano era ir novamente para o sudeste asiático. A passagem pra lá também é cara, mas é uma região com países extremamente baratos, então o custo total da viagem acaba não sendo muito alto. Já havia conhecido a Tailândia em 2010 e queria muito voltar lá. Queria também conhecer os vizinhos Camboja (e seu famoso templo de Angkor Wat), Vietnã, Laos, Malásia e Cingapura, a moderna cidade-estado que é a nova sensação do turismo na Ásia. Entretanto, aconteceu algo que me fez mudar totalmente de ideia. Numa manhã de sábado em outubro, enquanto eu enrolava para levantar da cama, fiquei dando uma bisbilhotada no Twitter. O Melhores Destinos, um site especializado em encontrar promoções de empresas aéreas, havia acabado de postar uma mensagem avisando que a TAM estava com uma Mega Promo para diversos destinos internacionais naquele final de semana. Quando vi o preço para a Austrália e Nova Zelândia, não acreditei: R$2899,00 ! Tava de graça !!! A TAM não voa para a Oceania, mas como houve a fusão com a chilena LAN, elas tiveram a malha aérea unificada. Dei um pulo da cama e comprei a passagem na mesma hora, mesmo sem ter marcado minhas férias ainda. Avisei ao Numb2 e ele comprou também. Assim começou a se desenhar a Missão Down Under. Encontrei em dezembro com o Morão por acaso na night aqui no Rio, e comentei que estava indo pra Austrália nas férias. Ele disse que estava pensando em ir pra lá também, pois queria visitar um amigo que está morando em Sydney. Por coincidência, ele havia marcado férias para a mesma época que eu eu março. Pronto, o time já estava formado. Algumas semanas depois, ele já tinha comprado a passagem também.

A primeira parada será Auckland, na Ilha Norte. Apesar de ser a maior cidade da Nova Zelândia, o que poucos sabem é que a capital do país é Wellington. Auckland é considerada a “mini Sydney” por ser uma cidade menor, mas que guarda muitas semelhanças com a metrópole australiana: ambas tem uma Harbour Bridge, uma Sky Tower, são cercadas por baías, têm diversas praias, têm grande proporção de imigrantes asiáticos, figuram entre as cidades com melhor qualidade de vida no mundo, e possuem culturas semelhantes, pois tiveram a mesma colonização britânica. A região de Auckland tem cerca de 50 vulcões, a maioria extintos. Há alguns cones de vulcões extintos inclusive dentro da cidade.

A segunda parada é Rotorua, um dos destinos turísticos mais populares do país. Esta pequena cidade de 50 mil habitantes fica a 230Km de Auckland, numa região com intensa atividade vulcânica e geo-termal. A cidade fica às margens de um imenso lago (Lake Rotorua) que formou-se sobre a caldeira de um vulcão extinto há milhares de anos. Há ainda um vulcão ativo (Tarawera), nascentes de águas termais, geysers e lagoas de lama quente. Rotorua é uma das regiões da Nova Zelândia onde a cultura Maori está mais presente. Cerca de 1/3 da população da cidade é formada por maoris (os "índios" de lá), e há vilarejos que podem ser visitados por turistas, onde se conhece um pouco da comida, da cultura e das danças maoris.

A Nova Zelândia é mundialmente conhecida por ser a terra dos esportes radicais. Por isso, não poderíamos deixar de fora do roteiro a cidade de Queenstown, nossa terceira parada na viagem. Esta pequena cidade localizada na Ilha Sul tem uma beleza natural estonteante e é um destino turistíco muito concorrido. É rodeada por montanhas, vales e rios, um cenário perfeito para a prática de esportes radicais como mountain biking, páraquedismo, bungy jump (que foi inventado lá, na ponte sobre o rio Kawarau), rafting, parapente, jet boating, tirolesa, etc. Adrenalina pura !

Vamos de lá direto para Sydney, a cidade-ícone da Austrália, país pouco menor que o Brasil, mas que tem apenas 20 milhões de habitantes, e é sinônimo mundial de surf, praia, cangurus, coalas, bumerangues, "ribs on the barbie" e de boa qualidade de vida. É ainda terra da surf music: bandas australianas como Midnight Oil, Spy vs Spy, Men at Work, Australian Crawl, Hoodoo Gurus e Spy vs Spy têm muitos fãs no Brasil (e eu sou um deles !). “Down Under” é como os britânicos costumam informalmente chamar a Austrália, por sua posição geográfica mais ao sul em relação à Grã-Bretanha. Este apelido acabou dando nome àquela que talvez seja a música australiana mais conhecida de todas, gravada pelo Men at Work no início dos anos 80. O clip dela é bem tosco (tão tosco que chega a ser engraçado, eheh), mas a música é bem legal: http://www.youtube.com/watch?v=MeG-hNXXy6I

A Opera House de Sydney é um dos mais famosos cartões-postais do mundo. Bastante famosa também é a praia de Bondi, a “Ipanema” dos australianos. Outras atrações são a Sky Tower, museus, parques, pubs (tão bons quanto os londrinos) e a vida noturna. Sydney é uma das cidades mais multiculturais e cosmopolitas do mundo, com grande proporção de imigrantes. Muitos a consideram como uma versão à beira-mar de Londres. Nome de lugares como Hyde Park, King’s Cross e Paddington acabam dando um toque ainda mais londrino à cidade.

De Sydney, o Numb2 volta pro Rio e eu continuo a viagem com o Morão rumo ao último destino, Melbourne. Essa é conhecida como a “São Paulo” da Austrália, por ser o centro econômico do país e por ser também conhecida como a “City of Drizzle” (cidade da garoa). Assim como a capital paulista, Melbourne se destaca por suas atrações culturais, parques, restaurantes e pela vida noturna agitada. Muitos comparam as diferenças entre Sydney em Melbourne com aquelas entre Rio e São Paulo, já que Sydney, assim com o Rio, são mais conhecidas pelas belezas naturais e pela cultura praiana. Há inclusive uma folclórica rivalidade entre Sydney e Melbourne, alimentada principalmente pelos esportes mais populares do país, que são o rugby, o cricket e o futebol australiano (AFL, uma variante do futebol americano).

Há vários outros lugares da Austrália que eu gostaria de conhecer, mas terei que deixar para uma outra oportunidade. O estado de Queensland, no norte do país, é uma região mais tropical e tem lugares paradisíacos como Fraser Island, Whitsunday Islands, Surfer’s Paradise e a incrível Grande Barreira de Corais, um dos melhores picos de mergulho do mundo. Outro lugar que acho que deve ser interessante é o Outback, como é conhecido o desértico interior do país, onde está mais presente a cultura dos aborígenes (nativos australianos). Precisava de pelo menos mais uns 10 dias de férias para desbravar isso tudo.

Há algumas semanas tirei o visto australiano. O procedimento é bastante simples e prático: basta entrar no site do Departamento de Imigração da Austrália (http://www.immi.gov.au/e_visa/e600.htm), se cadastrar na página do visto 600 (para o qual o passaporte brasileiro é elegível), pagar uma taxa de 130 dólares australianos (R$270) no cartão de crédito e fazer o upload de uma foto 5x7, contracheque, extrato bancário, declaração de IR, identidade e primeira página do passaporte scaneada. Tudo é feito online, sem precisar comparecer ao consulado, passar por entrevista, ou enviar documentos pelo correio. Nem mesmo o passaporte é necessário enviar. No meu caso, o visto foi enviado pelo consulado por email apenas dois dias depois. O visto na verdade é um arquivo PDF que precisa ser impresso e apresentado na imigração ao desembarcar na Austrália, junto com o passaporte. Ou seja, é uma espécie de visto eletrônico que dispensa aqueles selos que são colados no passaporte, como os outros países fazem. Esse visto 600 permite múltiplas entradas, tem validade de 1 ano e cada estadia pode durar até 3 meses. O visto eletrônico só é concedido pela Austrália para passaportes de alguns poucos países "privilegiados". Na América do Sul, somente turistas do Brasil, Chile e Argentina podem solicitar este visto. O restante precisa passar pelo processo tradicional de entrevista e filas no consulado. A Nova Zelândia não exige visto para o passaporte brasileiro.

Este será o roteiro:

large_mapa_roteiro.jpg

07/mar Rio-Auckland
08/mar (dia perdido no fuso horário)
09/mar Auckland
10/mar Auckland
11/mar Auckland
12/mar Auckland-Rotorua
13/mar Rotorua
14/mar Rotorua
15/mar Rotorua-Queenstown
16/mar Queenstown
17/mar Queenstown
18/mar Queenstown
19/mar Queenstown-Sydney
20/mar Sydney
21/mar Sydney
22/mar Sydney
23/mar Sydney
24/mar Sydney
25/mar Sydney-Melbourne
26/mar Melbourne
27/mar Melbourne
28/mar Melbourne-Sydney
29/mar Sydney-Rio

Não deixem de ver o trailer da Missão Down Under mostrando os lugares por onde vamos passar !!!




Espero que vcs se divirtam viajando junto com a gente ao longo destas próximas 3 semanas. Acompanhem as notícias aqui no blog. Devo publicar um post a cada 3 dias mais ou menos, aproveitando o tempo de espera nos aeroportos.

A primeira foto da viagem, embarcando no Galeão:


 
Bye Bye Rio:



Após 4 horas de voo, pouco antes da aterrisagem em Santiago, surge na janela a exuberante Cordilheira dos Andes e a neve eterna cobrindo o topo das montanhas:




Achei o aeroporto de Santiago meio bagunçado. Tivemos que passar na imigração, mesmo sendo apenas uma conexão internacional. A policial, com cara de poucos amigos, me perguntou sobre a “tarjeta de imigración”, e eu disse que não tinha, porque estava fazendo apenas uma conexão. A comissária da TAM tinha dito durante o voo que os passageiros em conexão internacional não precisavam preencher essa ficha. A policial me fuzilou com o olhar, e de maneira extremamente grossa, apontou o lugar onde eu deveria pegar a ficha e preencher. E lá fui eu de novo, com a ficha preenchida na mão, de volta para a fila da imigração para ter o passaporte carimbado. Antes de desembarcar, ao passar pela alfândega, ainda tivemos que preencher outra ficha declarando que não estávamos trazendo comida, sementes, etc. Depois tivemos que enfrentar uma fila sinistra para entrar de novo na sala de embarque, passando novamente pela imigração, e ganhando mais um carimbo no passaporte. Essa parte do aeroporto estava em obras, com umas paredes de madeira, e parecia uma rodoviária. Nunca mais reclamo do Galeão, heheh.

Comemos um sanduba na Subway. Os preços em pesos chilenos são meio indecifráveis a princípio quando não se sabe de cabeça o câmbio. O meu sanduba com uma coca custou 3945 pesos. Mas isso é caro ou barato ? Parece uma fortuna, não ?! Equivale a R$17.


O avião rumo a Auckland deveria decolar às 23:30, mas atrasou 3 horas. 

5 comentários:

  1. Se tiverem um celular lá, me passem o número! Quero saber de tudo! Abraços

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  2. Boa viagem.

    Os EUA deviam copiar a emissão de vistos australiana.

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  3. Segundo informação oficial não é necessário passaporte para entrar no Chile (basta cédula de identidade). O erro foi da imigração chilena (eu sei que não é sua preocupação, mas cabe reclamação junto às autoridades chilenas).

    http://www.itamaraty.gov.br/temas/acesso-a-informacao/perguntas-frequentes-1

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