quarta-feira, 12 de maio de 2010

[Mochilão 7] Dia 23: Pequim

Madruguei às 6:30. Ainda deu tempo de comprar uma "merenda" no mercado em frente ao albergue.

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A van passou pra me buscar no albergue às 7h, rumo a Grande Muralha da China, em Juyongguan, a 65Km de Pequim. Além de mim, a van só levava mais um casal belga e um guia chinês.

O motorista parou no caminho nos arredores da cidade em uma joalheria especializada em lapidação de jade, uma pedra preciosa chinesa. É comum que as excursões contratadas nos hotéis em Pequim façam paradas indesejadas em lojas desse tipo. Não tinha jeito, mesmo pedindo pra não parar, os motoristas param, porque eles ganham comissão. Eu não estava nem um pouco interessado em entrar em joalheria. Perdemos uns 45 minutos lá.

A segunda parada foi num complexo de túmulos dos imperadores da dinastia Ming. Os túmulos eram na verdade palácios semelhantes aos que vi na Cidade Proibida. Não passamos nem meia hora no local.

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Em seguida, finalmente chegamos ao nosso destino final: A Grande Muralha da China !!! Uma das grandes maravilhas do mundo, patrimônio mundial da Unesco ! É algo inacreditável !!! Uma imensa muralha com altura média de 7 metros que corta montanhas a perder de vista. É permitido caminhar livremente por cima dos muros, pois são bem largos. O problema é que as montanhas são ingremes, e nesses pontos as escadas são bem extensas e cansativas de subir. Fui subindo o muro até o alto de uma das montanhas. A vista lá de cima era sensacional !!

A Grande Muralha da China começou a ser construída no século 5 A.C para proteger a China dos invasores. Seus vários trechos foram construídos ao longo de aproximadamente 2000 anos, totalizando 8.850 Km ! Entretanto, a muralha se mostrou ineficaz, pois ela foi transposta por invasores mongóis e manchus.

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Depois a van nos levou pra almoçar num restaurante bem simples, de comida bem caseira. Não tinha nem cardápio. A única opção era o prato do dia: frango xadrez, arroz, um tipo de cogumelo que nunca vi (muito bom), e tomate. Tudo comendo com palitinho.

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Na volta, a van ainda parou em uma fábrica de seda. Já estava de saco cheio de ser levado "a força" para esses lugares. Fiquei esperando do lado de fora. Ainda tinha outra parada numa loja de chá, mas como já estava dentro da cidade, avisei pro motorista parar numa estação de metrô, pois eu ia descer. Falei que não estava interessado em casa de chá. Já bastava o tourist trap do dia anterior !!!

Demorei um bom tempo até chegar de metrô ao centro da cidade. Desci na estação Tian'an Men (Praça da Paz Celestial). Ao lado dela ficava o Parque Zhong Shan:

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As muralhas da Cidade Proibida:

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O Zhong Hai (Lago Central):

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O Parque Bei Hai (Lago Norte, em chinês) foi jardim imperial durante 1000 anos, sendo aberto para o público somente em 1925. Um lago enorme e alguns templos formavam uma paisagem única.

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Os pedestres chineses também sofrem com os motoristas mal-educados que estacionam carros de qualquer jeito em cima das calçadas:

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Cena comum nas ruas de Pequim: banheiros públicos gratuitos:

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Em Pequim, você tem sempre a sensação de que está sendo observado. E realmente está. Se não for observado por soldados do exército ou por policiais, pode ter certeza que tem alguma câmera por perto filmando seus passos. O governo comunista chinês mantém um controle rígido sobre a população. Manifestações políticas ou protestos são reprimidos imediatamente pela polícia.

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Tomei um banho no albergue e à noite assisti no Beijing Huguang Guild Hall (a duas quadras do albergue) a uma sessão da Ópera Tradicional de Pequim, exatamente como era no século 19. Muito interessante !! Durou aproximadamente uma hora. Foi uma versão chinesa do "Mulatas do Sargentelli": só tinha gringo no lugar, e talvez o show fosse meio esteriotipado, mas mesmo assim, gostei muito !! Diferente de tudo que eu já vi. Não tem nada de ópera, do jeito que conhecemos no ocidente. É um teatro com diálogos curtos (em chinês), acrobacias, mímicas e efeitos sonoros bem peculiares. Forma um belo visual, com peças que se baseiam na história e literatura chinesa. O fato de não entender os diálogos não prejudicou em nada, pois o principal é o visual e os elementos musicais, que são produzidos por instrumentos pouco conhecidos no ocidente. Há vários tipos de óperas na China, variando muito de região para região.

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Gravei uns vídeos imperdíveis:



Comprei meu lanche num mercado perto do albergue.

Fiquei impressionado como os chineses fumam !!! Muito comum ver tabacarias como essa pela cidade:

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Meu dinheiro estava acabando. Só tinha 30 yuans, e mais 100 dólares. Meu único cartão não estava mais funcionando pra saque em nenhum caixa eletrônico. Como os bancos já tinham fechado, troquei 40 dólares por yuans com o francês do meu quarto, pois ele estava precisando de dólares pra viajar pro Nepal. Tomei umas cervejas com ele no bar do albergue e fui dormir meia-noite.

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