quinta-feira, 31 de maio de 2012

[Mochilão 9] Dia 16: Tóquio - Kiev

Acordei cedo, às 8h. Dia de dizer adeus para o Japão, e partir rumo a Ucrânia.

Como meu passe de trem ainda estava válido, não era necessário pagar passagem para ir até o aeroporto usando alguma linha Japan Rail, como o Narita Express. Há também outras linhas de outras empresas que ligam Tóquio ao aeroporto de Narita.

Eu precisava ir de Kinshicho até a estação Tóquio, e de lá pegar o Narita Express.

Pegar o trem na estação Kinsihcho foi complicado, porque era hora do rush e os trens estavam lotados. Impossível entrar, ainda mais com um mochilão e uma mochilinha. Esperei mais outro trem passar, mas não adiantou, estava cheio também. Reparei que tinha um vagão diferente, de dois andares, que estava bem vazio. Entrei nele. Logo depois apareceu uma fiscal. Mostrei meu passe de trem, e ela disse que aquele vagão era de primeira classe, e que eu só poderia pegar um vagão de classe econômica. Tive que descer na estação seguinte. Ainda faltavam duas estações pra chegar na estação Tóquio. Passou outro trem lotado. O segredo foi pegar o vagão da ponta, que estava um pouco mais vazio.

Depois desse pequeno perrengue, consegui chegar na estação Tóquio. Agora precisava achar a plataforma de embarque do Narita Express. Até que não foi tão difícil assim. Tinha muitas placas indicando.

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Quando cheguei na plataforma de embarque, reparei nos painéis eletrônicos que era necessário ter reserva de assento nesse trem. Tive que procurar um guichê de atendimento da JR pra marcar o assento. O trem das 9h já estava saindo, e o próximo era só as 10h (eu chegaria atrasado no aeroporto). Voltei correndo pra plataforma. Foi só entrar no trem que as portas fecharam e ele partiu menos de 1 minuto depois. Muita sorte !!

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O trem estava bem vazio. Nem sei por que era obrigatório ter reserva de assento.

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Monitor mostrando a localização do trem e horário de chegada. O aeroporto de Narita fica a 70km do centro de Tóquio, e a viagem até lá levou 1h.

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A paisagem urbana, aos poucos, foi dando lugar a campos de arroz:

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Cheguei são e salvo no aeroporto, e bem na hora, faltando 2 horas pro meu vôo.

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Troquei os últimos yens que me restavam por euros numa casa de câmbio. Gastei no total 90.871 yens (R$2.272) em 12 dias, o que dá R$189 por dia, contando a hospedagem. Tá dentro da minha média histórica (entre R$130 e R$200 incluindo a hospedagem). Nessa conta não entrou o passe de trem, que custou R$700 e já tinha comprado no Brasil antes da viagem.

Passei no free shop do aeroporto e comprei alguns brinquedinhos pra mim:

Saquê de latinha:

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Bebida de gengibre:

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Água de soja com gás:

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O avião da Aeroflot que me levou de volta pro ocidente:

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Adeus Japão ! Sem dúvida nenhuma, o país mais incrível que já conheci !!! Foram 12 dias intensos, únicos, fantásticos...que nunca vou esquecer !

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Algo que me motivou muito a conhecer o Japão foi o relato de viagem do Vinicius e Patrícia, o "Casal Partiu", amigos meus do Rio. Eles estão realizando o que muitos sonham, mas quase ninguém teria coragem de fazer. Já tem mais de um ano que eles resolveram vender tudo que tinham, abandonaram a vida deles no Rio, e desde então estão dando a volta ao mundo. No início do ano eles passaram pelo Japão, e contaram maravílhas de lá. As fotos que a Patricia (fotógrafa profissional) tirou ficaram espetaculares. Palavras do Vinícius: "O Japão é provavelmente o país mais subestimado que já visitei. É muito mais do que eu poderia imaginar. Não há palavras pra descrever o quão fantástico é Tóquio ! Não tem nem 24h que chegamos no Japão e a quantidade de experiências que já tivemos e pessoas que conhecemos é impressionante. Sensacional !" Concordo totalmente com ele. O Japão é um lugar único no mundo. Pra quem tiver curiosidade de acompanhar a viagem deles e ver as fotos, o perfil público no Facebook é http://www.facebook.com/CasalPartiu

Comida japonesa no avião:

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No meio do caminho, sobrevoando a Sibéria:

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Cheguei em Moscou 9:30h depois, mas com 5 horas de fuso a menos. Dei sorte, consegui ficar num lugar com uma poltrona vazia do meu lado, então tinha muito mais espaço pra mim.

Durante o vôo, escrevi textos do blog até a bateria do notebook acabar, e depois fiquei vendo uns episódios de House no meu monitor individual no avião.

Fiquei esperando meu vôo pra Kiev durante 5h no aeroporto de Moscou. Aproveitei o tempo livre pra escrever mais textos do blog e tomar uma Baltika gelada. Ninguém é de ferro :)

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Cheguei em Kiev às 22:30h, mas pra mim já eram 4:30 da manhã pelo horário de Tóquio. Eu estava destruído.

A Ucrânia já estava há um tempo na minha lista de desejos, mas como até pouco tempo atrás era exigido visto para turistas brasileiros, eu desanimava. O mesmo acontecia com a Rússia. Felizmente o visto para brasileiros foi abolido pela Rússia em 2010, e não perdi tempo: visitei o país no ano passado e ADOREI ! No ano passado foi a vez do visto ser abolido pela Ucrânia, e aqui estou eu, em primeira mão, desbravando novos territórios !!

A chegada no aeroporto de Kiev foi um choque de realidade para quem estava vindo do Japão. A policial da imigração foi totalmente grossa. Pegou meu passaporte com um olhar de desprezo, e perguntou de maneira ríspida para onde eu ia. Ficou folheando meu passaporte como quem estivesse procurando o visto, e depois ficou falando em russo com o policial da cabine vizinha. Acho que ela não sabia que brasileiros não precisam mais de visto para entrar na Ucrânia. Carimbou o passaporte e não falou nada.

No setor de desembarque, um moooonte de taxistas abordando os passageiros. Uma zona...muito pior que o Galeão. Toda hora alguém vinha me oferecer taxi. Um saco.

Saquei dinheiro ucraniano (hryvnias) num caixa eletrônico, peguei um ônibus em frente ao terminal, desviando antes de mais taxistas me abordando do lado de fora do terminal.

Uma nota de 200 hryvnias (R$50):

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O ônibus era pequeno e apertado. Estava lotado. Antes de partir, o motorista percorreu o corredor do ônibus recolhendo dos passageiros o dinheiro da passagem (25 hryvnias = R$6). Ele só extendia a mão sem falar nada. Dei o dinheiro e ele não agradeceu. Se fosse no Japão seria tão diferente...Eu tinha ficado mal acostumado com a educação, respeito e simpatia dos japoneses.

O aeroporto de Kiev fica bem distante do centro da cidade. O trajeto levou quase uma hora. O ponto final era a estação central de trens da cidade.

O albergue ficava meio longe de lá, a uns 2 Km de distância. Não dava pra ir andando, ainda mais carregando duas mochilas e morto de cansado do jeito que eu estava. Foi meio complicado achar a estação de metrô, que ficava do outro lado da estação de trens. Na calçada, mais gente oferecendo taxi. Corri pra pegar o metrô, que já estava fechando. Já passava de meia-noite. Acho que peguei o último trem. Custou apenas 2 hryvnias (R$0,50) !! Desci na estação Teatralna. O albergue (The Hub Hostel) era bem perto dela. Era um prédio pequeno, de 2 andares. O carinha da recepção era bem gente boa.

Tomei um banho e fui pro merecido berço, pois pra mim já eram 6:30 da manhã pelo horário de Tóquio ! Noite de quinta-feira na Ucrânia...queria muitoooo sair, mas não tinha a menor condição !!

quarta-feira, 30 de maio de 2012

[Mochilão 9] Dia 15: Hiroshima - Tóquio

Dia de me despedir de Hiroshima e voltar para Tóquio.

Há um Shinkansen expresso (Nozomi) que liga as duas cidades, mas eu não poderia pegá-lo com o passe de trem (Japan Rail Pass). Peguei então um semi-expresso (Sakura) até Osaka (1:30 de viagem).

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Algo muito útil para uma viagem longa: tomada para recarregar o notebook !!

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Chegando em Osaka.

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Até Tóquio foram mais 3 horas (semi-expresso Hikari). Aproveitei o tempo para escrever mais uns textos do blog.

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A estação Tóquio é enorme. Além das linhas de Shinkansen, também passam linhas de metrô e trens suburbanos. Estava indo passar a noite num hotel capsula no bairro de Kinsicho, e lá não tem metrô, mas tem uma estação de trem suburbano (linha Sobu).

Foi um desafio encontrar a plataforma de embarque da linha Sobu na estação Tóquio. Era uma loucura de gente passando por todos os lados, e diversas linhas de trens. Olha só o mapa de linhas:

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Tóquio tem nada mais, nada menos que 31 linhas de trens suburbanos !!! Fiquei rodando uns 20 minutos até conseguir encontrar a plataforma correta.

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Foram apenas 10 minutos de viagem e 3 estações até Kinshicho. Não paguei a passagem, pois essa linha é operada pela JR, e eu tinha o passe de trem.

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Esse bairro fica bem perto da Sky Tree Tower. O hotel cápsula (Capsule Inn Kinshicho) é esse edifício bege à direita na foto:

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Paguei R$70 pela diária lá. Na entrada do prédio, tinha uma mensagem de boas-vindas pra mim !

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O andar onde fiquei tinha 50 cápsulas. Quando cheguei, recebi um kit com toalha, roupa de cama, kimono, shampoo e sabonete. Tinha que deixar o sapato na entrada, num escaninho com chave que tinha na recepção. Ficava todo mundo circulando de kimono dentro do hotel. Acho que só permitiam hóspedes homens, pois não vi nenhuma mulher lá. Estava bem vazio. Meu andar tinha só umas 5 cápsulas ocupadas. Eu era o único ocidental do hotel. Os hotéis capsula são muito procurados por moradores de Tóquio que perdem o último trem pra casa e acabam dormindo perto do trabalho.

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Fiquei nessa cápsula:

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Era bem maior do que eu imaginava. Dava pra ficar sentado. Dentro tinha TV, rádio e despertador.

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Banheiro coletivo do meu andar. Os chuveiros ficavam num outro andar.

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A bagagem eu guardei num armário com chave que ficava no andar. O hotel tinha ainda uma sauna.

Vista da janela do meu andar:

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A rua do hotel:

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Uma rua muito estreita no bairro:

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A Sky Tree Tower, que foi inaugurada há poucos dias.

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Tinha um monte de japoneses fazendo fila para tirar foto dessa pedra, olhando para o alto. Devia ter algum significado isso.

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Rua em frente a torre, e a fila para tirar foto na pedra:

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Não pude subir na torre, pois até julho os ingressos eram vendidos apenas antecipados, e já estava tudo esgotado.

Embaixo da torre tinha um shopping com um andar cheio de restaurantes.

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Escolhi esse restaurante self-service com nome impronunciável:

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A especialidade dele era udon, que é aquele macarrão mais grosso. Bastava escolher o tipo de molho. Também podia escolher uns tempurás para acompanhar, pagando por unidade. Escolhi molho curry e uns tempurás de berinjela e outors legumes. MUITO BOM !!! Foi a melhor refeição da viagem ! E custou apenas 840 yens (R$21) !

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A praça de alimentação tinha uma pia onde as pessoas lavavam as mãos, e uma torneira com água potável. Reparei que quase ninguém pedia bebida nos restaurantes, provavelmente porque era caro. Depois da refeição, todo mundo pegava um copo d’água de graça lá.

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Peguei o trem da linha Yamanote até Shinjuku, do outro lado da cidade. Era hora do rush e a estação Shinjuku, que é a mais movimentada do mundo, estava lotadaaaaça. Era um vai e vem frenético de pessoas.

Esta região é conhecida como o “novo centro” de Tóquio, com arranha-céus a perder de vista.

Prédios na saída da estação:

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Logotipo da candidatura de Tóquio para os Jogos de 2020. Sinceramente não entendo como Tóquio foi a primeira cidade eliminada na disputa entre Chigago, Rio e Madri para 2016. Acho que o Rio só levou essa porque o Brasil, como o Lula bem lembrou no discurso, é a única das 10 maiores economias do mundo que nunca sediou uma Olimpíada. Apenas por isso. Acho que para 2020 não tem pra ninguém, vai dar Tóquio.

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Peguei o trem de novo indo para Harajuku, perto de Shinjuku.

A rua Takeshita é o point das adolescentes, com um monte de lojas destinadas para elas.

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Tinha um monte de meninas passando com roupas esquisitas. Parecia festa a fantasia. Tirei umas fotos que ficaram ruins. O movimento nesse lugar é maior aos domingos. Peguei essas outras fotos na internet.

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Lotteria no Japão não é o lugar de fazer apostas, mas uma rede de fast-food !!

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O bairro vizinho de Omotesando é um imenso shopping center a céu aberto, com um monte de lojas de grife. A avenida Omotesando lembra a Champs-Elyssés de Paris: uma boulevard com um canteiro central, lojas de grife, cafés e gente até tarde da noite circulando pelas calçadas.

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As ruas menores do bairro eram um labirinto de lojas.

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Comprei meu lanche numa loja de conveniência e voltei pro hotel.

Quando cheguei, o recepcionista perguntou de onde eu era. Fico amarradão quando respondi que eu era do Brasil, e ficou dizendo nomes de lutadores de jiu-jitsu brasileiros que ele admira.

Hora de dormir na capsula !!

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