terça-feira, 22 de maio de 2012

[Mochilão 9] Dia 7: Tóquio

Acordei bem tarde, às 11h.

Estava chovendo torrencialmente e esfriou, mas era um frio tranquilo de suportar, como o inverno do Rio.

Passei na 7-Eleven como sempre para comprar meu lanche. Me chamou a atenção uma prateleira com vários tipos de saquê. Alguns são vendidos até em caixinha ! E outros, em pequenos potes de plástico. Tudo muito barato. Os de caixinha custavam apenas 100 yens (R$2,50) !!!

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O protocolo de atendimento aqui é muito engraçado. Toda vez que um cliente entra na loja (como na 7-Eleven), todas as atendentes falavam algo em japonês que imagino que seja “bem-vindo”. Quando você vai pagar, tem que dar o dinheiro (ou cartão) com as duas mãos. Dar com uma mão só é considerado grosseiro. O caixa agradece sempre duas vezes: quando você paga, e agradece de novo quando você vai embora. E sempre atende com um sorriso no rosto. Isso é padrão. Em todos os lugares aqui é assim !!

A linguagem corporal aqui é totalmente diferente. Além da inclinada tradicional, eles não gesticulam nunca quando falam. Dificil de explicar. Só vendo mesmo.

Iogurte de blueberry (mirtilo):

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Chá gelado:

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Biscoito de algo não identificado. Era HORRIVEL. Comi só um e joguei o resto fora !!

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Riquixás numa avenida próxima ao albergue:

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Esses caras com essas roupas engraçadas ficavam na calçada convidando as pessoas pros restaurantes.

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Tratei logo de comprar um guarda-chuva, visto que a chuva não dava trégua.

A Sky Tree Tower havia desaparecido no meio das nuvens:

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Peguei o metrô pra estação Ueno, que é enorme e de onde também saem os Shinkansen (trem-bala). Dentro dela tem um shopping bem grande.

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Mapa das linhas de trem da JR Railways e máquinas de venda de passagens.



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Aproveitei o dia de chuva pra conhecer o Museu Nacional de Tóquio, que fica dentro do Parque Ueno, ali perto da estação.

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Na entrada do museu, uma coisa engraçada. Havia uma espécie de armário específico para as pessoas guardarem os guarda-chuvas. Era só encaixar o seu num dos espaços livres, fechar a trava e pegar a chave. Era tudo numerado, então depois era fácil localizar o seu guarda-chuva. Muito organizado !! Depois percebi que esses armários são comuns na entrada de prédios comerciais.

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O museu tinha um acervo bem grande, com muita coisa de arqueologia, arte e objetos da Idade Média, como espadas e armaduras usadas pelos samurais. Muito interessante.

Pintura com gueixas:

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Kimono:

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Gueixas dando esmola para um monge:

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Um poema em ideogramas:

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Pintura num painel:

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Espada de samurai, como aquelas do filme “Kill Bill” do Tarantino:

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Armadura de samurai:

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Dentro do museu reinava um silêncio impressionante. Reparei que uma japonesa ficou toda sem graça quando o celular dela tocou. Ela foi pro canto da sala e se abaixou pra atender. Falava tão baixo que nem dava pra escutar nada. As pessoas aqui respeitam muito essa questão do barulho. Ninguém usa celular dentro de trens ou metrô, por exemplo.

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Propaganda de uma exposição:

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A todo momento chegavam excursões enormes de estudantes japoneses, todos uniformizados. O Parque Ueno tem diversos museus, e é muito procurado por essas excursões.

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Aqui tem uma coisa engraçada. Os taxis ficam todos parados nos pontos com o motor ligado, e com os motoristas dentro dos carros. Reparei isso em diversos lugares. Não entendi por que esse disperdício de combustível, já que a gasolina é cara aqui (mais que no Brasil). Talvez seja alguma supertição. Outra coisa estranha é que quando você entra no taxi, a porta abre e fecha sozinha. O passageiro não precisa nem encostar nela.

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Proibido fumar caminhando :)

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Metrô novamente. As estações são todas numeradas, o que facilita muito.

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O valor da passagem é paga de acordo com a distância percorrida. Para sair da estação, tem que colocar a passagem na roleta também. Caso a tarifa da passagem esteja incorreta, a roleta nega a saída. Isso aconteceu comigo. Havia me enganado com a tarifa. A roleta apitou, e imediatamente apareceu uma funcionária educadíssima da empresa de metrô me perguntando para onde eu queria ir, e explicou que eu deveria pagar a diferença da tarifa. Nesse caso, tem um guichê do lado das roletas onde você pode pagar essa diferença. Muito prático.

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Desembarquei em Ryogoku, o bairro dos sumotori (lutadores de sumô). Neste local há diversas beyas, que são academias de sumô. Eles ingressam nessas academias ainda adolescentes e vivem lá em regime de internato, como se fossem monges num monastério. Dedicam suas vidas totalmente a esse esporte, deixando de lado outros prazeres da vida. É comum ver os lutadores de sumô andando pelas ruas do bairro. Consegui flagrar um deles, com seu kimono e chinelo de madeira:

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Neste bairro está o Estádio Nacional de Sumô, onde são realizados torneios de 15 dias nos meses de janeiro, maio e setembro. Dei azar, pois este era o último dia do torneio de maio, e os ingressos estavam esgotados.

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Pinturas na fachada do estádio:

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Bandeiras na entrada do estádio:

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Propagandas de lutas de sumô:

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Bateu uma fome sinistra e resolvi comer algo rápido no McDonald’s. Comi um McTeriaki, muito bom !!

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Em qualquer outro lugar do mundo, o atendimento do McDonald’s seria igual ao que temos no Brasil. É um padrão mundial. Mas aqui até o McDonald’s é diferente, pois foi adaptado à cultura japonesa. Pedi um menu com sanduíche, bebida (chá gelado) e batata frita. Quando paguei no caixa, o atendente deu aquela inclinada típica japonesa de agradecimento. Chegou meu sanduíche e a bebida, mas a batata não. O atendente falou algo em japonês que não entendi, mas sentei e fui comer meu sanduba. Depois de uns 5 minutos, veio um atendente e entregou a batata na minha mesa, dando de novo aquela inclinada e dizendo “arigatooooo”. Muito louco !!

Gravei esse vídeo lá. Dá pra ver mais ou menos como é o atendimento :)

Um estacionamento de bicicletas, inclusive com parquímetro !! Ou seja, paga-se para estacionar a bicicleta na rua !!

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Uma coisa estranha no Japão é que não há lixeiras nas ruas. As raras exceções são na entrada de algumas lojas de conveniência, onde há lixeiras separada por tipo de material para reciclagem. Mas diversas vezes quando comprei bebida em máquinas automáticas na rua, fiquei sem ter onde jogar o lixo.

O Museu Edo-Toquio, ao lado do Estádio Nacional de Sumô, é um dos mais interessantes da cidade. Mostra como era a vida de Tóquio quando a cidade ainda se chamava Edo. O nome mudou no século 19, quando a capital mudou de Kyoto para lá.

Pintura da região de Ninhonbashi no século 19, com a ponte:

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Réplica da ponte de Nihonbashi em tamanho real:

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Maquete da região de Nihonbashi no século 19:

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Pintura de japoneses usando kimono e com a parte de cima da cabeça raspada, como se fazia no século 19:

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Como era uma livraria no século 19:

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Lutador de sumô:

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Um mikoshi (santuário portátil usado durante os matsuris, que são festivais religiosos):

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Teatro kabuki (um dos estilos típicos do Japão):

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Fachada em tamanho real de como era um teatro kabuki do século 19, todo de madeira.

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Como eram as casas tradicionais japonesas, com tatames:

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Saindo do museu, na estação de metrô, vi muitos restaurantes como esse, com mesas coletivas (balcões), como aqueles galetos “pé-sujos” que tem no centro do Rio.

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As escadas das estações de metrô tem “mão inglesa”, e todo mundo respeita !!

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Peguei o metrô para Akihabara, o bairro dos eletrônicos.

Em vários lugares da cidade vi pachinkos, que são uma espécie de fliperamas à moda japonesa, com umas bolinhas de aço. É uma diversão muito popular no Japão. O curioso é que os frequentadores não são crianças e adolescentes, e sim adultos e idosos. Muitos deles usam terno, e dão uma passada num pachinko depois do trabalho, antes de ir pra casa. Não deixa de ser uma cena curiosa, pois no Brasil um lugar desse só seria frequentado por adolescentes.

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Entrei numa loja de eletrônicos enorme, chamada Yodobashi-Akiba. Nunca vi nada igual na minha vida. Eram 6 andares com todos os tipos de eletrônicos que se possa imaginar. Tinha também eletrodomésticos, utensílios domésticos, videogames, CDs/DVDs, celulares, e um andar inteiro somente com artigos esportivos para golfe, um dos esportes favoritos dos japoneses.

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Divisão dos andares:

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O primeiro andar:

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Os últimos lançamentos de notebooks, de todas as marcas imagináveis:

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Tablets:

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Havia um andar só de equipamentos de audio (home theaters, caixas, subwoofers, receivers, etc). Loucura ! Dava vontade de levar tudo pra casa. Olha so a variedade de caixas:

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Válvulas:

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Home theater da Yamaha, uma das melhores marcas de equipamento de audio do mundo:

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No andar de utilidades domésticas, uma sessão só de privadas eletrônicas. Diversas marcas, como Toshiba e Panasonic !!! Quase levo uma dessa pra mim !!! hehehe

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Máquinas de pachinko:

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O andar de CDs e DVDs era muito interessante. Tinha uma sessão enorme só com desenhos animados japoneses.

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Os eletrônicos em geral eram baratos (mais que no Brasil...haha, conta uma novidade aí..), mas não tanto quando nos EUA. Aliás, essa história de Japão caro é uma lenda urbana heim ! Estou achando os preços em geral iguais ou mais baixos que os do Brasil. Comer fora, então, é bem mais barato.

Saindo de lá, bateu uma fome. Em frente, vi um prédio só com restaurantes em todos os andares. Isso é muito comum em Tóquio. Aliás, nunca vi uma cidade com tantos restaurantes, e eles estão sempre relativamente cheios. Os japoneses comem muito fora.

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Entrei no Denny’s, uma rede de restaurantes muito tradicional dos EUA. Queria ver se no Japão tinha alguma diferença. A verdade é que só o nome era igual. Todo o resto era muito diferente do que eu havia visto nos EUA. Tanto o cardápio, quanto o atendimento, eram 100% japoneses. Logo que sentei na mesa, recebi da garçonete um copo d’água com gelo. Para fazer o pedido, bastava apertar um botão que tinha na mesa. Quando apertei, a garçonete gritou de longe algo em japonês que suponho que seja “já estou indo !” , e chegou em segundos na minha mesa. Escolhi um prato com macarrão e verduras que estava muito bom. A comida veio muito rápido, e a conta veio junto também, dentro de um copinho. Foi só terminar a água, que apareceu instantaneamente outra garçonete e encheu meu copo de novo. Muito eficiente o atendimento !! Paga-se a conta direto num caixa que tem na saída, e não se paga gorjeta (é considerado ofensa), nem impostos adicionais. Os restaurantes do Japão são todos assim.

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Caramba, 10 da noite e o metrô ainda estava cheio. Ou a galera toda trabalha até tarde, ou todo muido tinha ido tomar um chope e estava voltando pra casa.

Voltei pro albergue. No quarto havia chegado um espanhol. Dormi cedo

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