terça-feira, 14 de junho de 2011

[Mochilão 8] Dia 26: Sarajevo

Acordei as 9h, fiz o checkout e saí pra dar a última volta pela cidade antes de ir embora. Eu realmente não queria ir embora da Bósnia. Adorei esse país !

Fui até a cidade antiga, comprei uns biscoitos e um suco num mercado e sentei na escadaria da praça principal, onde fica uma fonte de água potável construída na Idade Média. Encontrei por lá o francês do meu quarto, que tinha acabado de subir na fortaleza.

Passei numa loja de souvernirs, onde comprei uma camisa da seleção da Bósnia. O vendedor fez o maior alvoroço quando eu disse que sou do Brasil !! Enumerou todos os titulares da seleção de 1958, chamou os outros vendedores, e virei a atração da loja, ehehhee.

Voltei pro albergue pra pegar minha mochila, e pedi na recepção um taxi pro aeroporto. Atualmente é a única forma de chegar e sair do aeroporto de Sarajevo, pois não há ligação de ônibus ou trem. O dono do albergue perguntou de onde eu sou e fez a maior festa quando eu disse que sou brasileiro !! Mostrou uma placa escrito Copacabana e com o nome dele, falou que o Brasil mora no seu coração, disse algumas palavras em português "Suco de larááááánja !" falou o nome de vários lugares que já conheceu: Rio, Ilha Grande, Parati, Guarujá, etc.

O povo bósnio tem um carinho especial pelos brasileiros. A conquista do tetra pelo Brasil na Copa do Mundo de 1994 trouxe um pouco de alegria aos bósnios em meio ao desespero da guerra, e até momentos de trégua. Os bósnios comemoraram a conquista da Copa como se fosse deles também.

Peguei o taxi pro aeroporto, que custou 20 marcos bósnios (R$24).

Ao fazer o checkin, a surpresa desagradável: o voo havia sido cancelado ! Fui no balcão da Malev Airlines (da Hungria), e o sisudo atentente disse que esse voo para Budapeste às 3as feiras já foi cancelado há 2 meses, e que eu fui avisado por email. Não me lembro de ter recebido nenhum email da Malev. Eu só tinha duas alternativas: pedir reembolso da passagem, ou remarcar para amanhã. Achei melhor remarcar e passar mais um dia em Sarajevo ! Não seria nada mal, hehehehe !!

Peguei outro taxi (Mercedão !!) de volta pra cidade. Pobre fica todo bobo quando anda de Mercedes, né ? hehehehhehe. O taxista era bem gente boa e ficou me ensinando a falar algumas coisas em bósnio, como a pronúncia correta de "hvala" (prununcia-se "huala" e significa "obrigado").

Voltei pro mesmo albergue, toquei a campainha do portão principal, e perguntei se ainda havia vaga para hoje, pois não tinha reserva. O dono do albergue disse que não tinha mais vagas, mas viu pela câmera que era eu, e falou para eu entrar: "Unfortunately, we don't have any bed left....oh, you are the brazilian !! Come up here, my friend, I'll see what I can do !". Expliquei pra ele o problema com o voo, e ele disse que eu devia ter cobrado da Malev dinheiro para hospedagem. Mas só de ir e voltar do aeroporto para tentar conseguir alguma coisa, já gastaria quase R$50, não valeria muito a pena. Ele deu mais uma olhada no sistema e disse que realmente não havia mais lugar disponível no albergue, mas disse para eu ir no albergue que fica em frente (Hostel Residence), que era bem provável que tivesse vaga.

Cheguei lá, toquei a campainha e subi uma escadaria para o 2o andar. Da mesma forma, tive que deixar os sapatos na porta e entrar descalço. Fui atendido na recepção por uma velhinha bem simpática. Felizmente tinha vaga (30 marcos = R$36). Esse albergue é na verdade um apartamento bem grande, de 4 quartos, transformado em albergue. O meu quarto tem 3 beliches e é bem maior do que do albergue onde fiquei antes. Só não fui muito com a cara da galerinha do meu quarto. Uns caras meio estranhos, com cara de poucos amigos, e me olhavam atravessado.

Como já era meio-dia, bateu a fome e desci pra comer algo. Eu precisava comer algo diferente de kebab e cevapi. Achei um restaurante com comida "normal", com preços bem justos, e era até meio "chique". Estava vazio.

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Sopa de cebola de entrada:

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Frango com queijo, tomate e arroz:

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Comida muito boa !! A conta deu só 22 marcos, incluindo bebida (R$26 !!)

Fui conhecer as instalações das Olimpíadas de Inverno de 1984, ou o que sobrou delas.

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Andei até uma parte da cidade que ainda não havia conhecido. Mais do mesmo: prédios com perfurações a bala:

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Um parque:

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Uma zona residencial com prédios em melhor estado:

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Mais um cemitério:

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Esse cemitério fica bem do lado de um campo de futebol:

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A torre com o símbolo dos Jogos de Inverno de 1984:

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Pavilhão Olímpico Indoor, onde foram feitas algumas competições, como patinação no gelo:

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Fotos de algumas competições dos Jogos de 1984:

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O acanhado Estádio Olímpico, hoje casa do FK Sarajevo, principal time da Bósnia:

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A pira olímpica:

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O estádio estava fechado, mas consegui tirar essa foto por entre as grades:

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Torcidas organizadas:

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Essa talvez seja a foto que melhor represente Sarajevo: um cemitério simbolizando a dor da guerra, e logo ao lado, a torre olímpica dos Jogos de 1984, representando os dias de glória vividos pelos bósnios. O país foi do céu ao inferno em apenas 8 anos (de 1984 a 1992).

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Numa praça da cidade, sobre a marca de uma explosão que vitimou civis, um monumento aos que perderam as vidas na guerra:

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O Brasil na moda !!

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Fui numa das muitas Burekdzdnicas da cidade. Estas são lanchonetes especializadas em bureks, que são uma espécie de pão folhado com recheio de carne, queijo ou batata. Muito bom !!! Custou apenas 3 marcos (R$3,60)

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De sobremesa, uma baklava, que é um folhado doce com uma calda de nozes, bom demais !

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Achei muito bom aqui na Bósnia que quase todo mundo fala inglês, pelo menos na área turística. Achei o povo bósnio bem gente boa.

Algo que percebi é que as diferenças sociais são pequenas, como no resto da Europa. O país tem uma grande classe média, e alguns poucos ricos e poucos pobres. As casas se parecem muito umas com as outras. Não vi muita diferença entre os bairros da cidade.

O moderno shopping BBI Centar, o orgulho de Sarajevo, representando a reconstrução do país e a "volta por cima" do povo bósnio. O shopping foi construído no lugar de outro que havia no lugar e que foi destruído durante a guerra. O povo bósnio é um exemplo para o mundo, uma prova viva de que é possível sim, depois de chegar ao fundo do poço, dar a volta por cima e começar tudo de novo do zero.

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Em frente ao shopping, uma feira de livros:

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Voltei para o albergue, onde tomei uma ducha e fui ver se encontrava alguém a fim de tomar um chope, mas só tinha gente estranha, com cara de poucos amigos. Saí sozinho mesmo. Procurei alguns lugares recomendados pelo Lonely Planet. Um deles estava às moscas, talvez por ser uma terça-feira, e o outro, um bar chamado "City Pub", tinha 90% de homem e tinha um cara tocando piano (!!?). Dei mais umas voltas pelas ruas de pedestres. A galera aqui realmente não é chegada numa cerveja. O que mais tem aqui são os "Café bars", onde só tem gente tomando café ou refrigerante. Eu até vi um grupo bebendo cerveja, mas quando passei perto, escutei eles falando em alemão (tinha que ser, né ?), ehehe.

Já estava ficando cansado de procurar outros lugares. Voltei pro albergue e fui dormir às 23h.

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