terça-feira, 19 de agosto de 2014

[Mochilão 12] Dia 12: Copacabana - Cusco

Acordamos cedo, às 7:30h da manhã, para pegar o barco para a Ilha do Sol.

Vista da janela: 


Fomos fazer o checkout na recepção, mas não tinha ninguém lá. Como já havíamos pago a diária, deixamos a chave na recepção e fomos embora com a bagagem. Esse hotel é bem largado. 


O café da manhã ainda não havia sido servido, apesar de o cartaz na parede avisar que ele é servido a partir das 6:30h. Caimos em mais uma Pegadinha do Malandro desse hotel. Como praticamente todo mundo que vai para Copacabana pega o barco das 8:30h para a Ilha do Sol (único horário que tem de manhã), o hotel deve economizar um bom dinheiro em comida atrasando o início do horário do café para depois da hora de saída do barco.

Deixamos a bagagem na agência de turismo onde compramos as passagens de barco para a Ilha do Sol. Todo mundo que vai pra lá faz isso: passa um dia inteiro conhecendo Copacabana, dorme num hotel, faz checkout no dia seguinte cedo, deixa a bagagem na agência de turismo, passa o dia na Ilha do Sol, volta no final da tarde, pega a bagagem na agência de turismo e embarca no ônibus rumo ao Peru ou a La Paz. 

Como não tivemos o café da manhã no hotel, tivemos que nos contentar com os biscoitos que tínhamos comprado anteriormente. Não tinha nenhuma lanchonete ou restaurante  aberto onde pudéssemos comprar um sanduíche. 

A rua principal de Copacabana, que liga a praça principal à praia. Essa rua concentra os restaurantes, bares, mercados e agências de turismo. Os mercados também funcionam como casas de câmbio informais. 


A Ilha do Sol é a maior do Lago Titicaca.  Era um local sagrado para incas, onde existiam santuários dedicados ao Deus Sol. Há diversas ruínas de construções incas espalhadas pela ilha.



Há 3 vilarejos na ilha: Challapampa (norte), Challa (centro) e Yumani (sul).

O que os turistas normalmente fazem é pegar o barco de manhã cedo até Challapampa, andam até Chicana (sítio arqueológico), voltam para Challapampa, descem até Yumani por uma trilha ou de barco, e no final da tarde retornam de Yumani para Copacabana.


O atracadouro de Copacabana. Muitos barcos já estavam saindo para a Ilha do Sol:


Embarcando no nosso barco:


O barco saiu às 8:30h e demorou 2h até Challapampa. A passagem custou 35 Bs (R$7, ida e volta). Era um barco pequeno, para cerca de 30 pessoas, e navegava muuuito devagar, por isso demorou tanto pra chegar.


Chegando na Ilha do Sol:



Desembarcando em Challapampa:




Na chegada a ilha, fomos recebidos por um guia, um velhinho morador da ilha. Muitos turistas devem ter achado que a visita guiada estava incluída no valor pago barco, mas eu já havia sacado que o guia apenas havia se aproveitado da situação e ia cobrar seu "cachê" no final.


O vilarejo de Challapampa, com alguns restaurantes e pousadas simples.


No caminho vimos casas simples e moradores indígenas (aymarás) usando roupas tradicionais. O estilo de vida deles provavelmente mudou muito pouco se comparado com o de seus antepassados. Alguns deles vendiam água e sanduíches frios. Estava com fome, mas fiquei com medo de comer aqueles sanduíches e ter um "piriri" depois. Continuei comendo meus biscoitos.




Cholas vendendo gorros e colares:


Tivemos que pagar uma taxa de 15 Bs (R$5) para entrar na trilha que levava às ruinas incas. O valor dava direito a conhecer um museu arqueológico.


Uma praia vazia. Mesmo com sol forte, o frio de 8 graus e a brisa gelada do altiplano afastava qualquer banhista.


Cholas capinando num trecho perto da praia:


Início da trilha, que tinha um visual incrível:









Cactus gigantes:


Plantações em níveis, uma herança do avançado conhecimento agrário incas:


Passamos por algumas enseadas da ilha:



Após cerca de 40 minutos de trilha, chegamos às ruínas de Chicana, principal complexo arqueológico da ilha.


Esta rocha sagrada para os incas era conhecida como Titicaca, que significa "Rocha do Puma" no idioma aymará. Daí surgiu o nome do lago.


Todos foram convidados pelo guia a fazer um pedido à Pacha Mama (Mãe Terra, venerada pelos incas), pegar uma pedra do chão e colocá-la no topo de uma dessas pilhas de pedras junto à Rocha do Puma:


Mesa Cerimônica, lugar de sacrifício humano e de animais:


Cholas vendendo artesanato típico:


Inkanakan Utapa (Palacio Inca):







Fonte de água sagrada, que os incas usavam para se purificar. A fonte funciona até hoje. Algumas pessoas do grupo se molharam na fonte e beberam um pouco d'água.


O guia, finalmente, "trouxe a conta": 10 Bs para cada um (R$3,30). Um preço simbólico, mas para como o grupo tinha umas 30 pessoas, dava um bom dinheiro para ele.


Voltei para Challapampa, de onde o barco saiu às 1:30h. Ronaldo sumiu. Ele tinha ficado para trás na trilha, se separou do grupo e quase perdeu o barco. 

Chegamos a Yumani 1h depois. Este vilarejo tem uma infraestrutura um pouco melhor, com mais hotéis e restaurantes. Todos os passageiros tiveram que pagar 5 Bs (R$1,66) ao desembarcar.




A Escalera del Inca é uma escadaria da época dos incas, em meio a um jardim construído em níveis e uma fonte (La Fonte del Inca). A altitude de 3800m e as subidas de Challapampa já tinham me deixado sem fôlego nenhum. Preferi não subir aquela escadaria toda, e fiquei descansando as pernas.


Estátua ao lado da escada:


Uma família de indígenas locais:


Uma placa mostrando a ilha:


Um barco tradicional inca feito de totora (uma planta da região) passando pelo lago, e as montanhas nevadas da Cordiheira dos Andes ao fundo:


O barco saiu de Yumani as 15:30, e 1h depois estávamos de volta a Copacabana.


Estávamos famintos, e fomos direto procurar um restaurante para almoçar. Fomos no Maura'z. Pedi uma "Trucha al ajo" (Truta ao alho), que estava deliciosa. Custou 55 Bs (R$18).


Buscamos nossa bagagem na agência de viagens e embarcamos rumo a Puno, outra cidade às margens do Lago Titicaca, mas no lado peruano.  A passagem custou 50 Bs (R$17). Como tínhamos comprado pela internet a passagem de ônibus de Puno para Cusco, tínhamos que fazer uma baldeação em Puno.


Copacabana fica a apenas 9 Km da fronteira com o Peru.



Alguns metros antes da fronteira, no vilarejo de Kasani, há um posto da polícia boliviana, onde é feita a imigração de saída do país.  Todos os ônibus param lá, e forma-se uma fila grande. Após receber o carimbo de saída da Bolívia, fomos caminhando por cerca de 200m pela estrada até o lado peruano, passando por um portal que marca o ponto exato da fronteira na estrada. Nosso ônibus estava no lado peruano (vilarejo de Yunguyo),  aguardando os passageiros terminarem de fazer a imigração no posto da policia peruana.

Há diversas lojas na rua que funcionam também com casa de câmbio. Aproveitamos para comprar alguns soles, a moeda peruana. Enquanto esperávamos o ônibus sair, ficamos conversando com a simpática peruana que atendia na loja. Ela perguntou o que estávamos achando do frio, e disse que iriamos gostar muito de Cusco.

A viagem até Puno (140km) demorou cerca de 3h. Uma hora a menos de fuso horário.


A rodoviária de Puno, que estava bem cheia. Os balconistas das empresas de ônibus ficavam gritando os destinos, na tentativa de atrair mais passageiros. Tivemos que pagar uma taxa de embarque (1 sol = R$0,80). 


Havíamos comprado a passagem de Puno para Cusco pela internet, no site da empresa Cruz del Sur. No balcão da empresa, tivemos que fazer o checkin despachando a bagagem, como se fosse num aeroporto.

Antes de embarcar no ônibus, é feito o controle da documentação dos passageiros, e todos são fotografados por um fiscal da empresa. E dentro do ônibus, ele passa novamente por cada passageiro gravando um vídeo. Estas medidas provavelmente são por medida de segurança, para identificar possíveis ladrões. 

O ônibus tinha 2 andares e era leito. Foi o melhor ônibus que já vi. A poltrona reclinava até quase virar pontrona. Tinha serviço de bordo, e até um monitor individual em cada banco, onde os passageiros podiam escutar música ou assistir filmes, como nos aviões. Show de bola !!




Já tinha ouvido falar que esta empresa era boa. Por isso comprei as passagens pela internet. Depois descobrimos que tinha como ir direto de Copacabana para Cusco, e que sairia mais barato ir direto, mas como a Cruz del Sur não faz Copacabana-Cusco direto, preferi não arriscar pegar um ônibus ruim em outra empresa.

O ônibus saiu às 22h de Puno e chegamos a Cusco às 4:30h da manhã (390 Km).  


2 comentários:

  1. Alexandre,
    gostei muito de sua postagem, vai me ajudar muito na viagem que farei agora em Abril. Queria saber se poderia me ajudar numa coisa: Passarei um dia na ilha do sol e quero voltar no mesmo dia para PUno, como você fez e de lá para Cusco. Queria saber se há bastante horários de ônibus saindo de Copacabana para PUno, pois terei que pegar o ônibus em Puno às 22h e estava com medo de não achar transporte, pois tenho pesquisado na internet e não achei essas informações.....desde já agradeço! Elis

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    1. Oi Elis, sinceramente não lembro! Mas acredito que tenha ônibus com frequência sim. Eu comprei a passagem para Cusco na véspera lá mesmo em Copacabana.

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