A noite foi gelada e interminável. Ninguém conseguiu dormir direito. Consegui no máximo tirar uns cochilos momentâneos.
A água da pia do banheiro era tão gelada que queimava a pele e doía os ossos da mão. Devia estar próxima do ponto de congelamento.
Dentro do quarto e nas áreas comuns do refúgio estava tão frio que saía fumacinha da boca da gente.
Quando levantei, o sol ainda estava nascendo. Dei uma volta rápida do lado de fora para tirar essas fotos, e voltei correndo antes que eu congelasse:
Café da manhã sendo servido. Muito chá de coca para a galera:
Hora de botar o pé na estrada mais uma vez. Após alguns km, chegamos ao Deserto de Síloli, região de fortes ventos que ao longo de milhões de anos ajudaram a formar rochas com formatos curiosos.
A rocha mais conhecida do lugar é a "Árbol de Piedra" (Árvore de Pedra):
A temperatura subiu rapidamente e ficou perto dos 10 graus, mas o vento ainda era bem gelado. Descemos para tirar umas fotos por lá.
Pé na estrada:
Parada para tirar uma água do joelho:
A parada seguinte foi a Laguna Honda, uma lagoa que estava congelada:
A alguns kilômetros de lá, paramos na Laguna Hedionda, uma lagoa com forte cheiro de enxofre e muitos flamingos:
O vulcão Ollagüe, que marca a fronteira entre Chile e Bolívia:
O almoço foi servido por mulheres indígenas (quechuas) vestidas com roupas coloridas tradicionais, incluindo o chapéu típico.
Serviram sopa de quínua. salada, frango e batata.
O vilarejo:
Mais estrada pela frente. No caminho, avistamos lhamas pastando, e paramos para tirar umas fotos:
Um outro vilarejo onde paramos rapidamente:
No final da tarde chegamos a San Juan, um vilarejo bem próximo ao Salar de Uyuni, onde ficamos hospedados num hotel de sal. Chegou ao local um outro jeep da mesma empresa com turistas europeus (3 espanhóis, uma italiana e um francês). Não tinha mais ninguém no hotel além de nós.
A alguns metros dali, o Salar de Uyuni:
Um morro cheio de cactos atrás do hotel:
Fomos recebidos no hotel pelo dono, um quechua (boliviano indígena) que falava espanhol com forte sotaque. As vezes era bem difícil endendê-lo.
Um poster na entrada do hotel:
Corredor do hotel, que tinha apenas 4 quartos. O hotel era todo feito de sal: piso, paredes, camas, mesas e cadeiras.
Nosso quarto:
Chão coberto de sal:
Paredes cobertas de sal:
O hotel tinha apenas dois banheiros coletivos (um feminino e outro masculino), e um único chuveiro. Para tomar banho, tivemos que pagar 10 Bs (R$3,30) ao dono. Éramos no total 9 pessoas, todos loucos por um banho quente, já que no refúgio da Laguna Colorada a água tinha congelado no encanamento. Para colocar alguma ordem naquilo, resolvemos fazer um sorteio que definisse a fila do banho. Eu fui sorteado com o 8o lugar da fila. A água felizmente estava bem quente. Que banho merecido.
Havia uma pequena loja ao lado do hotel, onde a galera comprou vinho e singani, uma espécie de cachaça boliviana:
O jantar foi servido pela mulher do dono e estava bem gostoso.
Sopa de quínua:
Frango com batatas:
Depois do jantar, ficamos socializando com a galera do outro jeep e tomando vinho com eles. O Elvis (nosso motorista) e o motorista do outro jeep se juntaram à gente, e ficaram contando altas histórias.
Uma foto nossa com o Elvis:
Demos uma rápida saída para ver o incrível céu estrelado do deserto, mas era impossível ficar mais que 5 minutos do lado de fora, mesmo com casaco, luva e gorro. A temperatura não era tão baixa como na Laguna Colorada, mas estava negativa (cerca de -7 graus).
Foi bem mais tranquilo dormir neste hotel. Dentro do quarto estava frio, mas bem menos que no refúgio de ontem. Deu para dormir tranquilamente.
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