terça-feira, 21 de junho de 2005

[Mochilão 2] Dia 34: Santo Domingo - Rio

Eu estava dormindo profundamente quando o despertador tocou às 6h da manhã. Se pudesse, eu dormiria tranquilamente até o meio-dia.

O Rosso me levou no aeroporto, e embarquei às 9h. Passei o dia inteiro viajando, foi bem cansativo. Foram 2:20 até o Panamá, 1h de espera, mais 7h de vôo até São Paulo, 1h de espera (ainda tive que pegar minha bagagem e fazer outro checkin !!!), e mais 40 min de vôo para o Rio, onde cheguei às 22:30. Cheguei em casa à meia-noite e dormi até o meio-dia !!!

Fim de jogo !!! Sensacional essa viagem !!! Depois de 4 meses longe do Brasil, fiz questão de matar a saudade das coisas boas daqui: feijão, farofa, picanha, pastel, coxinha, brigadeiro, goiabada, guaraná.... me esbaldei !!!

segunda-feira, 20 de junho de 2005

[Mochilão 2] Dia 33: Madri - Santo Domingo

Acordamos todos cedo e tomamos café da manhã. Como era uma 2a feira, Antonio e Cristina tinham que ir trabalhar. Peguei metrô com eles e me despedi deles numa estação de transferência.

Dei uma última volta no Paseo de la Castellana, onde comprei uns souvenirs. Depois peguei metrô de novo para ir para o aeroporto.

Embarquei para Santo Domingo às 18h. Quando o avião se preparava para decolar, um susto: o piloto abortou a decolagem subitamente quando o avião já estava em alta velocidade, e deu um freiadão. Foi assustador. Não tenho medo de avião, mas confesso que fiquei tenso. Ficamos parados na pista uns 5 minutos, sem ninguém falar nada, até que o piloto anunciou que a aeronave estava com problemas técnicos e por isso retornaríamos para o terminal para que todos desembarcassem.

Após horas mofando na sala de embarque, os passageiros já estavam irritados. O pior era a falta de informações. No guichê da empresa (Air Europa), os funcionários se limitavam a dizer que a aeronave estava passando por uma manutenção e que não havia previsão de embarque. Depois de 4 horas, novamente fomos chamados para o embarque. O pior era embarcar num avião que estava com problemas, e que "supostamente" foi consertado. Estavam todos visivelmente tensos, incluindo eu. Um silêncio assustador na hora da decolagem. O piloto acelerou, e........decolamos !!!

O vôo até Santo Domingo durou 7h e cheguei às 23h, mas devido ao fuso horário, para mim já eram 5 da manhã. Eu estava um lixo, totalmente acabado. Peguei um taxi e cheguei em casa.

Ao abrir a porta de casa, a surpresa: o apartamento estava vazio, só tinha minha mala no quarto !! Não entendi nda !!! Em Santo Domingo, eu estava morando com mais 2 colegas de trabalho num apartamento de 3 suítes. Havia passado 4 meses na Republica Dominicana a trabalho, e no dia seguinte eu voltava em definitivo pro Brasil. No mesmo prédio haviam outros colegas morando. Fui no ap do Rosso, e ele me explicou que o meu ap estava sendo devolvido para o proprietário, e que eu podia dormir no ap dele.

Tomei um merecido banho (talvez o melhor desde o início da viagem), e apaguei instantaneamente quando deitei na cama, de tão cansado que eu estava.

domingo, 19 de junho de 2005

[Mochilão 2] Dia 32: Paris - Madri

Acordei cedo para dar tempo de subir na Torre Eiffel, pois às 11h já teria que voltar correndo pro albergue buscar minha mochila e partir pro aeroporto.

As filas para subir na torre são sempre grandes. Para subir ao primeiro estágio, há 4 elevadores (um em cada pilar da torre), então é só escolher o pilar que tenha a fila menor. O problema é subir do primeiro estágio até o alto da torre, pois só há um elevador e todos tem que esperar numa fila única. Mas o prazer de estar em Paris, visitando o principal cartão-postal da cidade, compensava o tédio de ficar esperando nas longas filas.

A vista do alto da torre é sensacional ! Algumas fotos:

Champ de Mars, École Militaire, e a Tour Montparnasse ao fundo:

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Allé des Cygnes (a pequena ilha no Rio Sena):

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O Trocadéro, o Bois de Bologne, e ao fundo, La Défense:

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O Arco do Triunfo e a Av. des Champs-Elyssés:

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A Av. des Champs-Elyssés, o Grand Palais, o Petit Palais, a Place de la Concorde, e ao fundo, Montmatre:

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O deck de observação:

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Distâncias para várias cidades, incluindo o Rio (9146 Km):

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Voltei pro albergue, peguei a mochila e me despedi da cidade-luz, partindo pro aeroporto.

O vôo para Madri durou 2 horas e cheguei lá às 16:00. Antonio e Cristina (amigos espanhóis) foram me buscar no aeroporto. Fomos todos para a casa de Laura e Santiago (outros amigos espanhóis) nos arredores de Madri, onde pegamos uma piscina e depois rolou um churrasco ao estilo espanhol, com sangria, carne de cordeiro, calamares (lula) e morcillas de burgo (uma espécie de linguiça de sangue de porco).

Calamares (lula)...as mais gostosas que já comi !!!

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Morcilla de Burgos e sangria:

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Com meus amigos espanhóis:

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Dormi no ap do Antonio e Cristina, no subúrbio de Madri.

sábado, 18 de junho de 2005

[Mochilão 2] Dia 31: Paris - Versailles

Acordei às 9h, tomei café no albergue e peguei o trem para Versailles, cidade vizinha a Paris.

Ao chegar em Versailles, o mico do dia: para sair da estação de trem, era necessário passar por uma roleta, que só liberava a passagem se o bilhete comprado em Paris fosse inserido nela. Mas quem disse que eu guardei o bilhete ? Eu achava que tinha colocado em algum bolso, mas não conseguia encontrá-lo. O pior é que os passageiros todos desembarcaram, e eu fiquei lá sozinho, com cara de pastel, querendo sair e não podia. De repente apareceram duas turistas japonesas com cara de desorientadas querendo sair também. O segurança da estação, então, liberou a roleta pra gente passar.

A principal atração da cidade é o Château de Versailles, o grandioso palácio do rei Luis XIV, o "Rei Sol". Foi construído no século XVII e é um dos maiores do mundo, com 700 quartos e um belo jardim de 700 hectares.

Entrada do Palácio:

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A bela fachada:

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O impressionante interior:

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O jardim do palácio, que parece não ter fim:

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Voltei para Paris, e fui dar uma volta pelo Rive Gauche, a parte da cidade localizada à esquerda do Rio Sena. Nesta área fica o Quartier Latin, Montparnasse, o Jardin du Luxembourg, a Esplanade des Invalides, o Champ de Mars e a Torre Eiffel.

O Rive Droite é a área à direita do Sena, onde fica o Marais, a Champs-Elyssés, o Arco do Triunfo, o Louvre, o Jardin de Tulleries, a Bastilha e Montmatre.

Comecei pelo Quartier Latin, região animada em torno da Universidade de Sorbonne, famosa pela boemia, com muitos cafés, bares e bistrôs. Esta região tem este nome pois a língua latina era amplamente falada pelos universitários que circulavam por lá desde a Idade Média.

A principal avenida do Quartier Latin é a Boulevard Saint-Germain:

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Fiz uma parada para comer um "crêpe jambon fromage", comprado numa carrocinha na esquina:

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A entrada da famosa Universidade de Sorbonne. Ao me aproximar da porta, o segurança já se antecipou dizendo de forma lacônica: "PAS DE VISITES". Como ele sabia que eu era turista, e não um estudante da Sorbonne ? Só porque eu estava de bermuda e camisa do Flamengo ??? (hehehe). Ele deve repetir "PAS DE VISITES" umas 200 vezes por dia, tamanha a quantidade de turistas que tentam entrar. Deixei pra lá, também não queria...

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A igreja de Saint-Germain-des-Prés:

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Ao lado da igreja, o famoso Café Les Deux Margots.

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Ruinas da arena de Lutèce, construída pelos romanos no século I:

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Mais Brasil em Paris: Samba nos jardins do Senado. "Venha dançar, aprender o samba, a percussão..."

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O Senado Federal Francês, no Jardin du Luxembourg:

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Jardin du Luxembourg:

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Peguei o metrô de novo para ir até La Défense, no subúrbio de Paris.

La Défense é uma Paris diferente, moderna, com arranha-céus. É o centro financeiro da cidade, onde ficam as sedes das grandes empresas francesas.

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O Arco de La Défense, que pode ser visto de cima do Arco do Triunfo e da Torre Eiffel:

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Voltei até o Trocadéro para tirar mais uma foto com o cartão-postal máximo da França:

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Esplanade des Invalides. Ao fundo, o belo Hôtel des Invalides (Palácio dos Inválidos), que servia de abrigo para os inválidos do exército. Foi construído pelo rei Luís XIV. Ali está enterrado Napoleão Bonaparte.

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A bela Torre Eiffel iluminada à noite:

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Já passava de meia-noite. Voltei caminhando pro albergue e fui dormir cedo. Como ainda não tinha subido na Torre Eiffel, decidi fazer isso de manhã cedo no dia seguinte, pois seria meu último dia na cidade.

sexta-feira, 17 de junho de 2005

[Mochilão 2] Dia 30: Paris

Acordei, e tomei café da manhã no bar do albergue, onde eu conheci uma galera do Rio: um cara e duas garotas que moravam em Londres e estavam em Paris a passeio. Uma delas soltou a seguinte pérola: "Pô, não vi nada demais em Paris. Esperava muito mais. Isso aqui não parece o Largo do Machado ?". Pas de comments !

Fui direto conhecer o Louvre, o museu mais famoso e mais visitado no mundo. São nada mais, nada menos que 8 milhões de visitantes por ano. Só para comparar, o Brasil recebe anualmente cerca de 5 milhões de turistas estrangeiros.

Por fora ele já impressiona: um belíssimo palácio com um pátio central, onde está localizada a famosa pirâmide de vidro, que é a entrada.

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Esta é a entrada do museu. Mesmo sendo o museu mais visitado do mundo, hoje em dia não há mais filas, pois foi implementado um eficiente sistema de vendas de entradas com máquinas de auto-atendimento. Basta inserir o dinheiro na máquina, e o bilhete de entrada é emitido num instante.

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O acervo do museu é formado por antiguidades, pinturas e esculturas. Tem de tudo: arte islâmica, grega, egípcia, romana, etrusca, e do renascimento. O museu é tão grande que é impossível ver tudo num dia só. As obras mais famosas são o Vênus de Milo (estátua grega de 130 A.C que representa a deusa Afrodite) e La Gioconda, a famosa pintura de Leonardo da Vinci, tambem conhecida como Mona Lisa.

Uma das salas com esculturas gregas:

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Vênus de Milo:

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Enorme galeria com pinturas européias:

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O salão exclusivo onde fica a Mona Lisa. Fica sempre assim, lotado !!

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Antes de ser museu, o Palácio do Louvre era um palácio real. Alguns aposentos do palácio foram preservados e podem ser visitados:

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No lugar onde está o museu, havia uma fortaleza que foi construída no século XIII para defender a cidade. No subsolo do museu, os visitantes podem ver as fundações desta fortaleza.

Maquete da fortaleza:

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Fundações da fortaleza:

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Fiquei quase 4 horas no museu. Overdose !

Saí de lá e fui caminhando pela famosa Rue de Rivoli, que passa ao lado do Louvre. Ali perto fica o Centre Georges Pompidou, um complexo cultural com museu e biblioteca. Mas o mais interessante dele é a arquitetura futurista:

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Do lado dele fica o magnífico Hôtel de Ville (Prefeitura). Repare na propaganda "Paris 2012". A cidade, em 2005, era candidata às Olimpíadas de 2012, mas posteriormente perderam a disputa para Londres.

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Essas carrocinhas estão por toda a cidade, vendendo crepes, sanduíches e o típico croque monsieur, que é uma espécie de misto-quente com queijo gratinado por cima do pão, muito bom !!!

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Olha que engraçado. Como 2005 foi o ano do Brasil na França, tinha verde-amarelo por todos os lados. Esta era a capa de uma revista que vi numa banca: "Special Brésil: ses photographies, ses paysages, ses top models, sa violence"... e estampando a capa, duas gostosas de biquini verde-amarelo. Faltou o índio com cocar e um jacaré.

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No bairro do Marais, a Place des Vosges, que é a mais antiga praça de Paris, e na minha opinião, a mais bonita:

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A Place de la Bastille (Praça da Bastilha). Aqui havia uma fortaleza medieval (a Bastilha) que servia de prisão. A queda (invasão) da Bastilha em 1789 desencadeou a Revolução Francesa.

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A famosa catedral de Notre-Dame, localizada na Ile de la Cité, uma pequena ilha no Rio Sena.

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Foi nesta ilha que nasceu Paris. Sob a praça, em frente a catedral, está a Cripta Arqueológica, com ruínas de edificações dos romanos que habitavam a cidade há 2000 anos.

A ilha vista de outro ângulo:

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Esta é a Pont Neuf (Ponte Nova). Apesar do nome, é a ponte mais antiga da cidade, concluída em 1607. Ela liga as duas margens do Rio Sena e atravessa a Ile de la Cité:

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O lago do Jardin de Tulleries, onde a cena clássica é ver parisienses e turistas sentados nas tradicionais cadeiras de ferro ao seu redor:

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A Basílica de Sacré-Cœur, localizada no bairro de Montmatre.

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Vista da cidade a partir das escadarias da basílica. Montmatre é um bairro que fica no alto de uma colina, e é famoso pela boemia, restaurantes, ateliês de artistas e feiras de antiguidades. Lembra Santa Teresa.

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Um Bateau-Mouche levando turistas para um passeio pelo Rio Sena:

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Um tradicional ponto de observação da Torre Eiffel: o Trocadéro. Detalhe: esta foto foi tirada às 22:20 e ainda não estava escuro !

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Dei mais uma volta pelo agito da Champs-Elysses, onde fiz um lanche. Entrei na loja da Renault e da Peugeot, onde estavam expostos os últimos lançamentos. Peguei o metrô de volta pro albergue antes da 1h da manhã, pois não queria passar de novo pelo que tinha passado no dia anterior (ir andando 4Km de lá até o albergue).

O albergue parecia uma boate. O bar estava aberto, todo mundo bebendo e zoando também no pátio em frente ao meu quarto. Fiz uma social com a galera do quarto, onde estava um brasileiro (que havia conhecido de manhã), um alemão e um americano. Mesmo com barulho, estava tão cansado que caí no sono.