sábado, 22 de junho de 2013

[Mochilão 10] Dia 25: Belgrado - Rio

Hora de dizer adeus à Sérvia e iniciar minha longa jornada de volta ao Brasil. Fiz o checkout no albergue, comprei um croissaint numa padaria (50 dinars = R$1,25) e peguei o ônibus 72 no ponto final dele, na rua Zeleni Venac, rumo ao aeroporto.

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Uma pequena favela com barracos de madeira no caminho pro aeroporto:

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Uma área rural na periferia da cidade:

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Depois de 2:30 de voo, troquei os 35 graus de Belgrado pelos 13 graus de Paris.

Chá de aeroporto: foram 6h de espera em Paris. Mesmo sendo apenas uma conexão, precisei passar pela imigração, e tive até o passaporte carimbado. Eu podia sair do aeroporto e dar uma volta por Paris pra passar o tempo, mas estava frio e garoando. Achei melhor ficar blogando no aeroporto até a hora de embarcar às 23h.

11 horas depois, já estava de volta às terras tupiniquins. Serviço de bordo da Air France nota 10 !

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E assim termina mais um Mochilão do Desbravando Novas Fronteiras ! Espero que tenham gostado de viajar comigo pelo blog e curtido todas as aventuras !!

Aguardem a temporada 2014, que ainda não tem um destino definido. Só sei que minha “lista de desejos”, em vez de diminuir com o tempo, está cada vez maior ! Austrália, Nova Zelândia, Canadá, Havaí, Vietnã, Camboja, Laos, Mianmar, Tibete, Nepal, Cingapura, Coréia do Sul, Dubai, Bielorrússia, Escócia, Suíça, Irlanda, Islândia, Bulgária, Macedônia, Montenegro, Eslovênia, Albânia, África do Sul, Andaluzia, Ibiza, Sicília, Côte d’Azur...continuo ?? Tem mais !! Muito mais !!

Já estou convencido de que uma vida inteira não é suficiente para explorar todas as páginas do livro incrível que é esse mundão, mas farei o máximo que eu puder. Isso é um vício mais forte que cachaça. Acho que sou um viajólatra. Mal volto de uma viagem, já estou pensando na próxima :) Sou viciado em aventuras, em novidades, em descobertas, em explorar o desconhecido, em superar limites, em aprender coisas novas, em provar novos sabores... pra mim isso é a melhor definição de viver. É o completo oposto da rotina, da mesmice, da monotonia, da zona de conforto que não agrega nada e faz a vida passar depressa sem a gente perceber. Quem me dera poder tirar uns 6 meses de férias por ano !!! Um dia eu chego lá ! :)

Até 2014 ! Abraços !

sexta-feira, 21 de junho de 2013

[Mochilão 10] Dia 24: Belgrado

Dormi até meio-dia. Comprei meu café da manhã no supermercado. Pensei em fazer um bate-volta em Novi Sad, a segunda maior cidade do país, mas como acordei tarde, o próximo trem era só às 17h (chegando lá às 18:45). Não ia dar tempo pra conhecer nada lá. Resolvi então conhecer Novi Belgrado (a “Nova Belgrado”), que fica do outro lado do rio Sava.

A ponte Brankov, que liga o centro de Belgrado a Novi Belgrado:

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Rio Sava:

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Novi Belgrado, uma parte mais nova da cidade, com prédios comerciais e residenciais modernos, edifícios do governo, hotéis e shoppings.

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Uma cena bem brasileira: carroceiro carregando papelões pelas ruas:

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Mais uma cena bem brasileira: uma mulher carregando uma criança de colo pedindo esmola para os motoristas parados no sinal. Era uma cigana. Os ciganos são a camada mais pobre da população do país. Em outro cruzamento, vi uns meninos jogando água e limpando os vidros dos carros em troca de moedas.

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Uma pequena praia artificial ao lado do shopping. E a placa avisa: “proibido urinar”.

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Palata Srbije (Palácio da Sérvia), um edifício utilizado pelo governo sérvio:

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Splav na margem do rio:

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Essa splav é um hostel:

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Diversas outras splavs que funcionam como bares e boates à noite:

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Hotel Jugoslavija, onde há um cassino:

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Esse hotel foi atingido por 2 mísseis durante o bombardeio da OTAN em 1999, mas já foi restaurado. Segue uma foto da época que baixei da internet:

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Placa com a “Danube route”, uma ciclovia de 665km que vai acompanhando as margens do rio Danúbio. Dentro de Belgrado, as margens dos rios Danúbio e Sava também tem ciclovias.

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Atingi minha kilometragem máxima do dia. Queria guardar energias para a noite. Peguei um ônibus pra voltar ao centro da cidade. Tentei pagar a passagem direto para o motorista, mas “tomei toco” e tive que descer. Eu precisava comprar a passagem numa banca antes de embarcar. Achei estranho isso, porque no ônibus do aeroporto eu paguei direto pro motorista.

Comprei numa banca o BusPlus, um cartão pré-pago que pode ser usado nos ônibus e bondes da cidade. A jornaleira falava inglês. Pedi pra carregar com duas passagens (145 dinars = R$3,60). Ao embarcar no ônibus, bastou enconstar o cartão num aparelho validador, e o valor da passagem foi debitado. O sistema é parecido com o RioCard pré-pago do Rio.

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As ruas do centro de Belgrado estavam bem cheias:

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Olha a grife aí de novo fazendo sucesso: “shoes from Brazil”:

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Muitos restaurantes colocam “puxadinhos” na calçada durante o verão:

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Jantei no Martinović, um restaurante self-service onde paga-se por porção. Paguei apenas 550 dinars (R$14).

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Ruas e praças da cidade cheias:

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Voltei pro albergue, tomei um banho e arrumei minha mochila. Era minha última noite em Belgrado, e última noite das férias !

Passei no supermercado, comprei uma cerveja e dei uma volta na ulitsa Skadarska, a “Rua das Pedras”, onde jantei ontem. Estava bem movimentada:

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Cerveja sérvia Lav que comprei numa loja de conveniência (110 dinars = R$2,75).

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Fui procurar onde era o Club Magacin (que era bem recomendado na internet), mas descobri que ele havia fechado. Fui então para o Republika, que fica ao lado do forte Kalemegdan.

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Na porta tinha um segurança e uma hostess fazendo face control. Como eu estava “na beca” (sapato social e camisa de botão), não fui barrado.

Não fiquei nem 10 minutos lá dentro. Além do cheiro insuportável de cigarro, o lugar era mais lounge que boate. A proporção mulher/homem estava desfavorável e o cardápio não tinha nem os preços. Furada ! Meti o pé.

Como já estava ali pertinho do rio, fui dar uma olhada nas splavs, que são embarcações que ficam atracadas às margens do rio Sava. Achei isso muito maneiro ! Estavam beeem mais cheias que ontem. Fiz uma “baratona” pelas splavs. A primeira foi a Olympic, onde estava tocando uma banda de rock sérvia. Galera roqueira alernativa. Achei a banda muito boa por sinal, mesmo não entendendo nada das músicas. Não paguei nada para entrar nesta splav. Cerveja 500ml por 190 dinars (R$4,75).

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A segunda splav era bem grande, e nela estava tocando uma banda de reggae. Paguei 100 dinars de entrada (R$2,50) e 200 dinars pela cerveja de 500ml (R$5).

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A vista do forte de Kalemegdan nesta splav:

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A terceira splav era menor e tinha um DJ tocando dance music. 200 dinars de entrada (R$5), mesmo preço da cerveja.

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Na quarta e última splav que conheci também tocava dance music. Entrada grátis e cerveja Nikšićko por 200 dinars (R$5)

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Pequenas pontes de madeira ligam as splavs à margem do rio.

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As outras splavs próximas estavam meio vazias e achei que não valeria a pena entrar. Tinha mais outras mais afastadas (a uns 2 km de lá), mas não tinha taxi por perto. Sem chances de ir andando pra lá. Já eram quase 5h da manhã, e resolvi voltar pro albergue.

Vi muito mais mulher bonita durante o dia que de noite. Mesmo assim, deu pra ver que as sérvias são bem gatas !! Como só conheci 4 splavs, tenho certeza que tem outras melhores. Deu pra ver que o lugar tem muito potencial.

Chegando no albergue já amanhecendo:

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Ar condicionado gelando no quarto. Ainda bem que conseguiram consertá-lo, porque fazer sauna por duas noites seguidas não rolava.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

[Mochilão 10] Dia 23: Belgrado

Eu estava tão cansado, que dormi das 18h às 8h da manhã nonstop !! Bateria 100% carregada. No quarto do albergue conheci uma australiana e um turco.

A Sérvia estava nos meus planos já há um bom tempo. Em 2011, visitei as vizinhas Croácia e Bósnia, mas não fui pra Sérvia por causa da exigência de visto para brasileiros. A isenção de visto já foi aprovada pelo parlamento sérvio, e no início do ano foi aprovada pelo nosso Congresso, mas ainda precisa passar pelo Senado. Aí já viu, é coisa para daqui a 2 anos no mínimo. Cansei de esperar e resolvi tirar o visto. O processo é meio chato: tem que preencher um formulário e enviá-lo, junto com o passaporte, uma foto 3x4, cópias das passagens aéreas e reservas de hotel para a embaixada da Sérvia em Brasília. E tem que pagar uma taxa de R$235,00. Meu passaporte chegou de volta por Sedex com o visto 4 dias depois.

Quando passei pela recepção do albergue com a camisa do Flamengo, só faltou dar autógrafo. “Is this Flamengo, where Ronaldinho and Petkovic played ??? Are you brazilian ?!” E assim iniciamos um animado papo sobre futebol. Eles falaram que Pet é famoso na Sérvia, e que assistiram ao filme “O Gringo” (2011), uma co-produção sérvia-brasileira que conta a trajetória dele, desde o início da carreira até sua aposentadoria no Flamengo. [ Quem quiser assistir no YouTube, segue o link: http://www.youtube.com/watch?v=IHg8Mfi4FJY]. Falei pra eles que Pet é conhecido como “o gringo mais querido do Brasil”, e que foi muito importante na conquista do Campenato Brasileiro pelo Flamengo em 2009. Depois eles me explicaram no mapa como eu fazia para chegar aos estádios do Estrela Vermelha e do Partizan. Como alguém já me disse uma vez: “Futebol é a nossa melhor diplomacia”.

Fui num mercado perto do albergue comprar meu café da manhã. Achei tudo muito barato. Preços tão baixos quando os da Ucrânia. A Sérvia é uma pechincha !!

Cerveja em garrafa PET de 2L por apenas 163 dinars (R$4) !!

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Sentei num banco do Studentski Park para comer. Iogurte de cereja e burek (folheado) de queijo (94 dinars = R$2,30)

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O sérvio é um idioma eslavo como o tcheco, o búlgaro, o polonês, e o russo. Tanto o alfabeto cirílico como o latino são utilizados. Muita gente fala inglês por aqui. Não tive problemas para me comunicar.

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A primeira palavra que aprendi de sérvio: “hvala” (obrigado). Pronuncia-se “ruála”.

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Parque Kalemegdan:

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Souvenirs:

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Vista para o rio Sava:

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Ponto de encontro entre os rios Sava e Danúbio:

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O forte Kalemegdan é a principal atração turística da cidade. Ele fica no ponto de encontro dos rios Sava e Danúbio. Esta é a parte mais antiga de Belgrado. O forte tem pelo menos 2000 anos de história, e existe deste a época do Império Romano, quando Belgrado cabia inteira dentro de suas muralhas. O local já era habitado antes, na Pré-História, por tribos celtas e outras civilizações mais antigas. Foi destruído e reconstruído várias vezes após as invasões dos povos bárbaros.

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Depois da queda dos romanos, Belgrado passou pelas mãos de bizantinos, francos, eslavos, húngaros, búlgaros, otomanos e austríacos. A independência dos sérvios foi conquistada apenas no século 19, e a Republica Socialista da Iugoslávia foi proclamada em 1945, unindo os territórios da Sérvia, Croácia, Bósnia, Montenegro, Macedônia e Kosovo. Durante o governo do ditador Slobodan Milošević (1987-2000), a Iugoslávia se desintegrou em meio a diversas guerras. Em 1991, Eslovênia, Croácia, Bósnia e Macedônia declararam independência. Em 2003, o que sobrou da Iugoslávia passou a se chamar “Republica da Sérvia e Montenegro”. Em 2006, Montenegro declarou sua independência, e em 2008, foi a vez de Kosovo. O que sobrou disso tudo é a Sérvia de hoje. A próxima a se rebelar parece ser a Volvodina, uma província autônoma da Sérvia que atualmente manifesta o desejo de ser um país independente.

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Vojni Musej (Museu Militar), que conta um pouco da história da Sérvia, desde a Pré-História até o bombardeio da OTAN durante a guerra do Kosovo em 1999:

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Um jipe Hummer do exército americano capturado na guerra do Kosovo:

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Vestimenta, espadas e uma armadura medieval:

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Uniforme de um soldado americano capturado na guerra do Kosovo:

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Parte de uma bomba de fragmentação lançada pelas forças da OTAN sobre Belgrado:

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Como foi a ofensiva aérea das forças da OTAN lideradas pelos EUA e Grã-Bretanha em 1999:

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As ambições separatistas do Kosovo, que tem como maioria étnica albaneses (islâmicos), levaram ao ditador da então Iugoslávia, Slobodan Milošević, a ocupar militarmente esta região e entrentar seus opositores. O conflito se intensificou no final dos anos 90. Após Milošević ser acusado de genocídio, violação de direitos humanos e limpeza étnica de albaneses em 1999, as forças da OTAN bombardearam a Sérvia. Belgrado e Novi Sad, as duas maiores cidades sérvias, sofreram sérios danos. Milošević foi forçado a retirar as forças iugoslavas do Kosovo, que passou a ser administrado pela ONU até 2008, quando declarou independência. Milošević foi derrotado nas eleições de 2000 e preso no ano seguinte. Atualmente cerca de 100 países já reconhecem o Kosovo como país independente, mas a Sérvia (óbvio) e diversos países latino-americanos (entre eles, o Brasil), não.

Um comparativo entre o poderio militar da OTAN e o da antiga Iugoslávia: 6,7 milhões de soldados x 101 mil soldados. 7160 aviões x 155 aviões. 2000 helicópteros x 53 helicópteros.

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Me chamou a atenção que esse museu estava completamente vazio. Não havia nenhuma outra pessoa além de mim e da recepcionista. O turismo na Sérvia parece estar engatinhando ainda.

Olha só o que eu achei aqui: “Guarana – Energy Drink”. Tive que comprar pra esperimentar. É um energético como o Red Bull ou Flying Horse. Não tem nada a ver com o nosso guaraná. Custou 70 dinars (R$1,75) numa máquina automática.

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Knez Mihailova, principal rua de pedestres, com muitas lojas, bares e restaurantes. É a “Florida” de Belgrado.

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Há alguma pobreza na cidade, mas pequena se comparada com a do Brasil. Vi algumas velhinhas pedindo dinheiro e ciganos, que se destacam do restante da população por terem uma pele mais escura.

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Uma rua no centro da cidade:

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A bandeira sérvia:

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Bonde passando. Belgrado não tem metrô, e faz bastante falta.

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Os islâmicos são uma minoria na Sérvia. A grande maioria é de cristãos ortodoxos. Uma mesquita:

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Trg (praça) Republik. Nessa praça fica o Museu Nacional da Sérvia, que estava fechado para reformas.

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Um caminhão-pipa dava água potável de graça nessa praça. Nada mal, com o calorão que estava fazendo:

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Stari Dvor (Palácio Antigo), onde fica a Assembléia Legislativa de Belgrado:

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Assembléia Nacional da Sérvia:

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A Sérvia, por causa da exigência de visto e pelo desconhecimento, é um país muito pouco visitado por brasileiros. A primeira coisa que lembramos sobre o país é a guerra. As pessoas imaginam que seja um lugar destruído e sem atrativos. O bombardeio das forças da OTAN já tem 14 anos, e a cidade já se recuperou completamente. Não houve ofensiva terrestre em Belgrado, por isso não há marcas de bala nas casas e prédios como acontece na Bósnia. Durante a Guerra da Bósnia (1992-1995) não houve confronto em território sérvio. Eu confesso que esperava ver mais destruição em Belgrado. Há 2 anos estive em Sarajevo e Mostar, na Bósnia, e vi que ambas ainda têm muitas cicatrizes da guerra. O único resquício da guerra que vi em Belgrado foi este edifício destruído, que pertencia ao Ministério da Defesa da antiga Iugoslávia, bombardeado pela OTAN em 1999.

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O moderno edifício do Banco Central da Sérvia:

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Catedral de São Sava, considerada a maior igreja ortodoxa do mundo. Começou a ser construída nos anos 30 e até hoje não foi concluída. Dentro dela está tudo em obra, não tem nada pronto ainda. Essa igreja fica numa parte mais alta da cidade e pode ser vista de diversos lugares.

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O estádio do FK Crvena Zvezda (Estrela Vermelha), onde Petkovic jogou no início da carreira (1991-1995) e deu o grande salto, ganhando reconhecimento e fama. Logo na primeira temporada (1991-1992), Pet foi campeão iugoslavo e também campeão mundial. Este estádio é curiosamente chamado de “Marakana” (com “k” mesmo, porque o “c” em sérvio tem som de “ts”) em homenagem ao nosso gigante Mário Filho, onde anos depois, Pet brilharia novamente no auge de sua carreira pelo Flamengo. Coisas do destino.

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Pet (segundo à esquerda, agachado) em 1991 no "Marakana" com o uniforme do Estrela Vermelha:

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Momento máximo da carreira de Pet: a conquista do Brasileirão de 2009 no Flamengo:

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Fui cumprimentado por diversos torcedores do Estrela Vermelha que reconheceram a minha camisa do Flamengo. Eles ficaram surpresos quando eu disse que era brasileiro. “Flamengo ! Petkovic ! What are you doing in Serbia ?”. Me senti uma espécie embaixador informal da Nação Rubro-Negra na Sérvia.

Não havia visita guiada ao interior do estádio, e não podia entrar nele, mas tirei esta foto por entre as grades:

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Escudo do Estrela Vermelha:

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Proibido entrar com símbolos nazistas, armas, fotos, comidas e bebidas alcoólicas:

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Torcida organizada:

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Red Star Shop, a loja oficial do time, que fica no próprio estádio:

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Queria comprar uma camisa oficial deste time, mas só tinha tamanho pequeno. A vendedora falou que esgotou na cidade inteira e não tinha mais outros tamanhos. Uma pena. Comprei uma camisa “genérica” com escudo do time por 1590 dinars (R$40).

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A poucos metros dali fica o estádio do arqui-rival Partizan, atual pentacampeão sérvio. É como se São Januário ficasse a 500m do Maracanã, algo impensável para a gente. O estádio do Partizan parece ter um estrutura melhor que a do Marakana.

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Escudo do Partizan:

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Da mesma forma que o Marakana, também não dava para visitar o estádio do Partizan por dentro, mas tirei essa foto na grade:

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Torcida organizada:

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Também tinha uma loja oficial no estádio, onde comprei a camisa atual do Partizan por 4400 dinars (R$110). Bem maneira.

Próximo dali fica o Hajd Park:

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Neste parque fica o Museu de História da Iugoslávia:

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Este museu também parecia estar em obras, porque só tinha uma pequena mostra de inventos sérvios. E para piorar, não tinha ar condicionado. Não fiquei nem 10 minutos naquele forno.

O ingresso também dava direito a conhecer a“House of Flowers”, onde está a tumba do ex-ditador comunista Tito, que governou com mão de ferro a Iugoslávia de 1945 a 1980. A tumba fica numa espécie de memorial, com fotos e objetos pessoais do ex-ditador.

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Roupas usadas por Tito:

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O “Old Museum”, que também faz parte do complexo, tem uma mostra com roupas tradicionais:

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Este musem também estava completamente vazio.

Prédios residenciais em estilo soviético (feios e iguais uns aos outros) na rua em frente ao museu:

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Fui andando até as margens do rio Sava, que tem uma ciclovia:

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O rio tem várias construções feitas em cima de plataformas ancoradas, onde há bares, restaurantes e até residências. São conhecidas como “splavs”.

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Essa parte do rio tem uma pequena favela com alguns barracos de madeira flutuantes e muito lixo.

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Ponte estaiada:

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A Ada Ciganlja é uma ilha enorme no rio Sava. Tem um parque, um clube de golfe, bares, restaurantes e uma praia de pedras. A praia estava bem cheia. Cheguei no final da tarde e já tinha muita gente indo embora. O lugar é parecido com a Hidropark, uma ilha no rio Dnipro em Kiev que também tem praias.

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Sentei pra descançar um pouco e comer. Comprei um cevapi. Já conhecia isso da Bósnia e da Croácia. É como um kebab, mas a carne vem em pequenos “kibes”, em vez de ser fatiada em pedaços. Custou 250 dinars (R$6,20).

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Mais pessoas passavam gritando “Flamengo ! Petkovic !”. Outras olhavam para a minha camisa e faziam uma cara de “conheço esse time de algum lugar, mas não lembro o nome !”

Começou a escurecer e resolvi voltar pela ciclovia até o centro da cidade. Deu uns 5 Km.

Mais outras splavs:

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Outro barraco de madeira perto do rio:

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Acho que estão xingando a mãe de alguém nessa placa...:)

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Sexta-feira a noite, 32 graus. As ruas centrais de Belgrado estavam lotadas. Bares, restaurantes...tudo bombando !

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Passei no hostel, tomei um banho e fui procurar um restaurante pra jantar.

A ulitsa Skadarska, a poucas quadras do albergue, é uma rua de pedestres que lembra a Rua das Pedras de Búzios. É toda de paralelepípedos e tem um monte de bares e restaurantes legais. Com o calor que estava fazendo, tinha muitas mesas na calçada e estava tudo bem cheio.

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Siga as direções dos lugares boêmios da Europa: Montmatre em Paris, Plaka em Atenas, Bascarsija em Sarajevo, Grinzing em Viena, Skadarska em Belgrado, Lua (seta apontando para cima....heheheh)

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Comi no restaurante Tri Šešira (“Três Chapéus”, em sérvio), por indicação da recepcionista do hostel. Serve comida tradicional sérvia e parece ser um lugar famoso na cidade. O cardápio tinha tradução em inglês.

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Neste restaurante (e em vários outros dessa rua) ficam uns grupos rodeando as mesas tocando brass, um tipo de música folclórica sérvia. Consegue imaginar algo semelhante ao fado sendo cantado em sérvio ? É mais ou menos isso. :)

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Frango recheado com presunto, bacon, e acompanhado de fritas e salada. Um prato bem típico da Sérvia (500 dinars = R$12,50).

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Cerveja sérvia Jelen 500ml (200 dinars = R$5).

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Depois que saí do restaurante, já passava de meia-noite e bateu um cansaço sinistro. Parecia que eu tinha acabado de correr uma meia-maratona. Não é para menos... eu devo ter andando, sem exagero nenhum, uns 20km durante o dia. E debaixo de um sol de 35 graus. Só que não havia a menor possibilidade de perder a noite de sexta, já que na quinta eu fiquei dormindo. Tomei um energético “Guarana” , e parti pra gandaia !

Durante o verão a noite de Belgrado se concentra nas splavs, que são as embarcações que ficam ancoradas nas margens dos rios Sava e Danúbio. Atravessei a pé a ponte Brankov, que liga o centro de Belgrado ao distrito de Novi Belgrado. As splavs mais perto da ponte estavam meio fracas. Vi uma que estava mais cheia, mas estava rolando uma festa fechada .

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Havia mais outras splavs afastadas que podiam estar melhores, mas eu estava cansado demais, e não aguentava andar mais nada. Acho que nem 10 Red Bulls resolveriam o meu problema. Não era exatamente sono, e sim cansaço físico mesmo. Músculos das pernas, joelhos, pés...tudo doía. Exagerei durante o dia e não sobraram energias para a noite. Abortei a missão, prometendo pra mim mesmo que no sábado não iria dar uma de andarilho-peregrino-do-Caminho-de-Santiago-de-Compostela, e guardaria as energias para curtir a noite. Voltei me arrastando pro albergue. Mais 1 km de caminhada, que pareceram 10km !

Quando cheguei no albergue, avisaram na recepção que o ar condicionado do quarto tinha quebrado, e que só tinham como consertar no dia seguinte. Que fase !! Colocaram um ventilador, mas não adiantou nada. O quarto estava uma SAUNA e não tinha como trocar para outro, pois o albergue estava lotado. Mas eu estava tão cansado que o calor nem atrapalhou meu sono.