terça-feira, 11 de junho de 2013

[Mochilão 10] Dia 14: Brașov

Depois de tantas noites bombantes em Kiev, Rodes e Bucareste, eu estava tão acostumado a acordar depois das 13h, que achei até estranho levantar as 8h sem despertador. O bom disso é que poderia aproveitar melhor o meu único dia completo em Braşov.

O albergue (à direita), numa ladeira subindo a montanha:

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Rua do albergue:

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Rua próxima ao albergue:

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Os romenos adoram kebab, conhecido aqui como “shaorma”. Vi várias lanchonetes de kebab em Bucareste e Braşov.

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Parei numa padaria para tomar o café da manhã:

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Este pão em forma de círculo chama-se covrigi e é bem típico daqui. Vi um monte de padarias vendendo isso, e tem diversos recheios diferentes.

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Resolvi fazer um passeio pelos 3 castelos da região de Braşov: Bran, Peleş e Rasnov. É possível ir por conta própria pegando ônibus, mas gastaria tempo demais e ficaria complicado conhecer também as outra atrações de Braşov no mesmo dia. Resolvi então ir de excursão (uma van) junto com uma galera do hostel (4 australianos).

Mesmo tendo estudado inglês por 7 anos, sempre me sinto um incopetente ao conversar com australianos. É como se eu tivesse voltado para o primeiro nível do CCAA, quando entendia apenas algumas palavras isoladas nas conversas em inglês. Eles ficavam conversando o tempo todo na van, e eu boiando. O assunto era engraçado ? Eu e o motorista éramos os únicos que não riam das piadas. Acho que eles poderiam chamar este idioma incompreensível de australiano em vez de inglês, e abrir cursos específicos para quem quiser aprendê-lo.

A primeira parada foi o castelo de Peleş:

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A visita no interior do castelo é guiada, e não podia tirar foto dentro. Achei mais bonito por fora do que por dentro.

A segunda parada da excursão foi o castelo de Bran, no vilarejo de mesmo nome. Este é o famoso castelo que foi residência do Vlad Draculea, príncipe que governou a região no século 15, famoso pela crueldade com que matava os inimigos. O famoso vampiro Conde Drácula é apenas um personagem fictício de um livro do século 19 de um escritor irlandês (Bram Stoker). O castelo em si não tem nada demais.

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Vista do alto do castelo:

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Vlad Draculea:

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Conde Dracula:

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Nas redondezas do castelo, a temática dos souvenirs é o Dracula, claro. Vi pra vender um monte de coisas de gosto duvidoso, como canecas estampadas com vampiros, além de máscaras e roupas esquisitas.

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Queijos típicos:

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Comi um kebab junto com a galerinha do hostel e partimos para o terceiro destino, o castelo de Rasnov.

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O castelo fica no alto de um morro, e a subida é feita nesse trenzinho:

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Não é exatamente um castelo, mas uma fortaleza em ruínas.

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Vista do alto:

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O tempo aqui na Transilvânia parece ser totalmente instável. Tinha levado um casaco, mas durante o passeio tive que tirá-lo, pois esquentou e o sol abriu. Quando estávamos na estrada, começou a chover forte e esfriou. Depois de alguns km, chão seco e sol de novo. Vai entender.

A van deixou a gente de volta no hostel. O passeio completo durou 7h.

Já passava das 17h, e aproveitei o resto do dia para conhecer um pouco de Braşov.

Parte do que restou das muralhas que cercavam a cidade:

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No alto da montanha há um letreiro meio feioso escrito “Braşov”, copiando Hollywood.

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Queria pegar no bondinho para subir no alto dessa montanha, mas ele só funciona até 17h. Descobri que há uma trilha que leva até o topo. Meu espírito aventureiro me fez deixar a preguiça de lado e me embrenhar na mata.

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A trilha era bem sinalizada e fácil de ser percorrida, apesar de longa (cerca de 1h caminhando rápido). Vi muita gente correndo na trilha morro acima.

No meio do caminho, uma bifurcação, e esta placa em romeno indicando os dois caminhos. Não dava para entender nada, mas resolvi seguir o caminho do triângulo, que era sinalizado nas árvores.

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A vista da cidade no meio do caminho:

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O letreiro visto de trás:

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Vista da cidade no topo da montanha:

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Quanto estava me preparando para descer, começou a chover. O Perrengue Detector® começou a alarmar dentro de mim. Era o pior que poderia ter acontecido, pois a trilha ficou escorregadia e cheia de lama. Não deu outra: mais ou menos na metade da descida, escorreguei na lama (descendo alguns metros de trilha praticando uma nova modalidade de “ski-bunda”) e me sujei todo !! Calça, casaco, mãos, tênis..tudo cheio de barro ! Que faaaase !!! Tinha umas pedras no meio da lama, e tive sorte de não ter me machucado. Só ralei um pouco o joelho, que ficou um pouco dolorido com a pancada, mas nada demais.

Quando terminei de descer, eu parecia um mendigo, de tão sujo. Não rolava de voltar pro hostel naquele estado. Não iam nem abrir a porta pra mim. E a vergonha de entrar daquele jeito ? Entre 18h e 22h é quando está todo mundo lá socializando (inclusive nos quartos) e com a mão marrom eu não tinha nem como cumprimentar ninguém. Baixou o McGuyver em mim, e tive então uma idéia para tentar me limpar um pouco. Passei num mercadinho na rua do hostel para comprar uma garrafa d’água de 2L. A caixa me olhou como quem dizia “o que este mendigo está fazendo aqui dentro ?”, e antes que ela me expulsasse de lá, abri na frente dela a carteira cheia de notas de 100 lei e pedi uma garrafa d’água em inglês. Procurei uma rua pouco movimentada perto do hostel, sentei no meio-fio e tirei as duas meias que eu estava usando. Molhei-as com a água, e comecei o meu “banho de gato”. A tática McGuyveriana até que funcionou bem. Consegui tirar o marrom que me cobria. Não preciso nem dizer que as duas meias, que eram brancas e ficaram marrom-escuras, foram direto pro lixo. Fiquei tão “limpo” que até dava para dar a última volta na cidade sem passar vergonha, e jantar num restaurante sem parecer um mendigo sortudo, que tinha acabado de achar uma nota de 100 lei no lixo.

Rua perto do hostel:

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Strada Republicii:

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Piata Sfatului, a principal de Braşov.

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Eu e a montanha que havia acabado de conquistar. A foto está de prova que o método McGuyveriano funcionou. Tá vendo alguma coisa marrom na foto ? ehehhe :)

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Piata Unirii:

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Tanto em Braşov quanto em Bucareste há uma pobreza discreta, mas visível, no mesmo nível da Ucrânia e outros países do leste europeu. Vi algumas velhinhas pedindo esmola na rua e mendigos. Entretanto, a Romênia foi o primeiro país da Europa onde vi crianças sozinhas abordando pessoas para pedir esmola. Isso foi em Bucareste, num restaurante com mesas na rua onde almoçamos. Imaginava, entretanto, uma pobreza maior aqui, com um monte de ciganos pelas ruas, mas confesso que não vi nenhum com o estereótipo que temos deles (mulheres de pele escura com saias coloridas e dentes dourados carregando crianças moribundas).

Jantei no restaurante Casa Roameasca, de comida típica romena, nesta mesma praça:

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Os refrigerantes e sucos na Romênia são muito pequenos (250ml) e custam o mesmo que as cervejas de 500ml. Fazer o que, né ? Tive que tomar a saideira da Romênia, uma Ursus Black (muito boa !!). Custou 6 lei (R$3,75).

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Comi um “ciulama de pui cu mamaliga”. Era tipo um creme de frango com champignon e angu (18 lei = R$11). O angu é um dos pratos nacionais aqui na Romênia.

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De sobremesa, passei numa padaria e comprei um covrigi com recheio de cereja (2 lei = R$1,25).

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Já passava das 22h e eu estava um bagaço. Aquela subida para a montanha acabou sendo muito cansativa. Estava garoando, fazendo frio e não tinha ninguém na rua. Voltei pro hostel, tomei um bom banho (tava precisando mesmo...) e fui dormir. No quarto, tinha apenas um português de Lisboa muito gente boa. Uma figuraça. Estava todo molhado e disse que tinha saído sem “chapéu de chuva” (guarda-chuva).

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