terça-feira, 18 de junho de 2013

[Mochilão 10] Dia 21: Jerusalém

Acordei cedo, arrumei minha bagagem, e fiz o checkout, pois era meu último dia em Jerusalém.

Fui visitar o principal cartão-postal de Jerusalém: o Domo da Rocha. Ele fica localizado no Monte do Templo, que fica aberto à visitação em horários bastante restritos: 7:30 às 11:00 e 13:30 às 14:30. É o lugar mais visitado da cidade, e as filas costumam ser grandes. Como cheguei cedo (8:30), fiquei só 20 minutos na fila.

O acesso ao Monte do Templo é feito pela praça do Muro das Lamentações, através de uma passarela de madeira. O acesso é gratuito, mas é necessário passar por um detector de raio-x.

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Na entrada há uma placa informando que é proibida a entrada de judeus:

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Isto acontece por motivos religiosos: eles poderiam pisar sem querer no lugar onde existia até 2000 anos atrás o Segundo Templo. Naquela época, só as autoridades máximas do judaísmo podiam ter acesso ao local, o mais sagrado para o judaísmo. Outros judeus até podiam entrar lá, mas estes eram automaticamente condenados à morte. O Segundo Templo construído no século 6 AC no lugar onde antes existia o Templo de Salomão (ou Primeiro Templo), construído a mando do Rei Salomão no século 10 AC para guardar a Arca da Aliança (que tinha as tábuas dos Dez Mandamentos) e destruído na invasão dos babilônios.

O Monte do Templo não é exatamente um monte, mas uma grande esplanada que é cercada pelas muralhas que faziam parte do Segundo Templo. A parte oeste destas muralhas é o Muro das Lamentações (Western Wall, em inglês), que tem este nome porque os judeus lamentam a destruição do Segundo Templo. Como eles não podem entrar no Monte do Templo, ficam fazendo suas orações do lado de fora dele, de frente para o muro.

O Muro das Lamentações visto de cima da passarela:

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Logo depois de ter passado pela passarela, fui barrado de entrar na esplanada do Monte do Templo por um guarda porque eu estava de bermuda. Nem tinha passado pela minha cabeça ficar andando de calça jeans em Jerusalém debaixo daquele calorão. Eu e mais alguns outros turistas tivemos que comprar do próprio guarda um véu para cobrir as pernas. Algumas mulheres também compraram o véu para cobrir os ombros. Fiquei parecendo um escocês... uma beleza, hehe ! :) Os muçulmanos que estavam na esplanada ficaram me olhando atravessado por causa disso... mas tenho medo de cara feia não !!

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A esplanada tem um parque e duas construções sagradas para os muçulmanos: a mesquita de Al-Aqsa e o Domo da Rocha.

Mesquita de Al Aqsa:

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O Domo da Rocha, que foi construído no século 7 após a conquista de Israel pelo Império Turco-Otomano no lugar onde existia até o século 1 o Segundo Templo. Não é uma mesquita, e sim uma espécie de santuário. A cúpula dele é toda revestida de ouro. O acesso ao seu interior só é permitido a muçulmanos. Dentro dele está uma rocha sagrada para judeus e muçulmanos. É o lugar mais sagrado para os judeus, que acreditam que ali Deus criou Adão a partir da poeira. Mesmo sem poder se aproximar do Domo, os judeus fazem suas orações na direção dele, assim como os muçulmanos fazem na direção de Meca. Para muçulmanos, a rocha é o lugar onde o Profeta Maomé ascendeu aos céus.

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Como não pude entrar no Domo, baixei essa foto da internet mostrando o interior dele e a rocha sagrada:

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Uma versão menor do Domo da Rocha ao lado do original:

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No local estavam muitas excursões de crianças árabes:

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Uma turista dando esmola a uma muçulmana:

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Não havia nada escrito em hebraico nesse lugar. Só árabe e inglês.

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Depois de sair de lá, me livrei do “kilt escocês” e fui para o Monte Zion, próximo ao portão de Zion da Cidade Antiga, onde estão alguns lugares sagrados para judeus e cristãos: a tumba do Rei Davi, a Basílica da Dormição (construída no local onde Virgem Maria morreu) e o Cenáculo (onde foi feita a Última Ceia, um ícone do cristianismo imortalizado num quadro de Leonardo da Vinci).

Logo na entrada do lugar, um “tut” (guia picareta) me abordou mostrando a direção onde ficava a Basílica e perguntando de onde eu era. Eu disse que não queria guia, mas ele ficou insistindo e andando atrás de mim. Isso é uma coisa que me tira do sério. Eu acho que tenho pára-raio de tuts. Deixei o cara falando sozinho e fui em outra direção. Quando achei que tinha me livrado dele, sentei numa sombra pra descansar. Ele brotou do meu lado do nada, e perguntou de novo de onde eu era. Não respondi nada. Então ele perguntou: “don’t you want to talk ? don’t you want to be friend ?” Falei “NO !” Acho que ele ficou ofendido que eu não estava dando idéia pra ele. Ficou falando que Jerusalém é uma cidade sagrada, que é a minha cidade também, bla bla bla... e diante da minha indiferença, ele se afastou.

Entrei no Cenáculo, e logo que saí, ele aparece de novo: “My friend ! My friend !”. Que pentelho ! Eu já estava perdendo a paciência. Não quis mais saber de tumba e de igreja nenhuma. Fui embora daquele lugar. Só tirei uma foto lá, a estátua do Rei Davi, que era um exímio tocador de harpa:

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Baixei outras fotos da internet. A Basílica da Dormição de Maria:

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Tumba do Rei Davi:

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Cenáculo:

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Peguei o bonde e fui ver o que tinha no ponto final dele (Heil Ha-Avir), no extremo norte da cidade.

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Era um bairro residencial sem grandes atrativos. A maioria dos prédios em Jerusalém são baixos, de 5 ou 6 andares, e todos tem fachada feita de pedra sabão, uma exigência arquitetônica para que as construções combinem com a Cidade Antiga.

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Até o shopping é de pedra sabão:

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Voltei para a King George Street, onde peguei o ônibus 7 para ir ao Museu de Israel, que fica num bairro afastado por onde o bonde não passa. O ônibus andou um tempão e nada de chegar no museu. Até que chegou no ponto final, o kibbutz Ramat Rachel. Algo estava errado. Eu e mais duas sul-africanas (que também estavam indo pro museu) perguntamos pro motorista onde ficava o museu, e ele disse que pegamos o ônibus na direção errada, e que teríamos que fazer o caminho todo de volta. Tivemos que esperar outro ônibus da mesma linha passar, e ele demorou quase meia hora. Nesse tempo fiquei trocando uma idéia com as sul-africanas. Elas contaram maravilhas da África do Sul e eu até fiquei com vontade de conhecer este país. Depois de fazer o caminho todo de volta, finalmente chegamos ao museu.

Este é o principal museu de história e arqueologia de Israel. Além de muito interessante, o lugar é muito bonito e bem cuidado.

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Mosaicos romanos:

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Azulejos árabes:

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Uma maquete gigante que mostra como era Jerusalém 2000 anos atrás, antes da destruição do Segundo Templo:

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Interessante também é a mostra do museu sobre a língua hebraica. Poucos sabem, mas ela foi uma língua morta por cerca de 2.300 anos. Foi utilizada para a escrita da Torá, a Bíblia judaica, e era a língua mais falada em Israel, mas passou ser substituída pelo aramaico a partir do século 6 AC (quando houve a invasão persa) até cair em desuso, aprofundado com a diáspora (exílio dos judeus em outras regiões fora de Israel). O aramaico foi, portanto, a língua falada por Jesus. O hebraico só renasceu há pouco mais de 100 anos com os esforços do linguista Ben Yeruda em estabelecer uma língua única para os judeus, que chegavam a Israel vindos de diversos países europeus.

A visita a este museu me ajudou muito a entender a tumultuada história de Israel, e o porquê de tanto conflito entre judeus e muçulmanos. Algo que eu sempre me perguntava: quem chegou primeiro à Israel, judeus ou muçulmanos ? Os judeus foram os primeiros habitantes de Israel, tendo chegado com Abrahão e sua tribo nômade da Mesopotâmia no século 18 AC. Desde então, ao longo dos séculos, eles foram expulsos e perseguidos diversas vezes por invasores, se exilando em regiões da Europa, Oriente Médio e África. O islamismo chegou a Israel apenas no século 7 com a invasão persa. Os muçulmanos passaram a ser maioria absoluta da população. Os judeus só voltaram a ser maioria novamente a partir de 1948 com o crescimento da imigração.

Segue um resumo da história de Israel:

- Século 18 AC: Abraão deu origem aos israelitas, o povo de Israel, ao levar sua tribo da Mesopotâmia para Canaã, como era conhecida a “terra prometida”.

- Século 10 AC: os israelitas viviam em tribos isoladas que precisavam ser unificadas para se fortalecerem contra as constantes invasões. O Rei Davi, líder de uma delas, conquistou Jerusalém e tornou-a a capital do Reino de Israel e centro religioso do seu povo, trazendo muita prosperidade para a região. Seu nome é citado muitas vezes no Antigo Testamento da Bíblia. Foi ele que ordenou que a Arca da Aliança (que continha as tábuas dos Dez Mandamentos) fosse transportada para Jerusalém, onde anos depois seu filho e sucessor (Salomão) mandou construir um templo (o Templo de Salomão, ou Primeiro Templo) para guarda-la.

- Século 6 AC: Israel foi invadida pelos babilônios, que destruíram Jerusalém e o Templo de Salomão. Os judeus, como eram chamados os habitantes de Judá (parte sul de Israel onde está Jerusalém) foram expulsos e se exilaram na Babilônia. Esta foi invadida anos depois pelos persas, que permitiram que os judeus retornassem a Jerusalém. Pouco depois, foi construído o Segundo Templo no lugar onde existia o Templo de Salomão.

- Século 4 AC: Alexandre, o Grande, conquista Jerusalém, iniciando o período de dominação grega,

- Século 1 AC ao século 4: período de dominação romana. No ano 70, Jerusalém e o Segundo Tempo foram destruídos pelos romanos durante uma revolta dos judeus, que foram expulsos. Do templo só sobraram as muralhas que o cercavam, e que existem até hoje. A parte oeste delas é o famoso Muro das Lamentações.

- Século 4 ao 7: período de dominação bizantina (cristã). Muitas igrejas de Jerusalém são desta época.

- Século 7 a 11: o islamismo chega a Israel com a invasão persa. As igrejas de Jerusalém são destruídas. O Domo da Rocha é construído no lugar onde existia o Segundo Templo.

- Século 12 : dominação das cruzadas, que partiram da Europa Ocidental para conquistar a chamada “Terra Santa” e mantê-la sob domínio cristão. Judeus e muçulmanos foram perseguidos.

- Século 13 a 1517: dominação dos mamelucos (islâmicos). Judeus e muçulmanos puderam voltar à Jerusalém.

- 1517 a 1917: dominação do império Turco-Otomano (islâmico). Os judeus eram perseguidos na Europa e passaram a imigrar para Israel. A partir de 1850, eles passam a ser maioria em Jerusalém, algo que não acontecia desde a expulsão dos judeus pelos romanos no século 1.

- 1917 a 1948: período de dominação britânica. A imigração de judeus para “Palestina Britânica” continua, e cresce com a perseguição dos nazistas durante a 2ª Guerra Mundial. O crescimento da população judaica causou ressentimentos entre os árabes, que viam seus interesses ameaçados, e organizaram diversas revoltas contra os judeus nesta época. Os britânicos não conseguiam encontrar uma solução fácil para os conflitos entre árabes e judeus, e entregaram o controle da região para a ONU. Esta aprovou em 1947 um plano de partilha do território da Palestina Britânica entre dois Estados, um judeu e outro árabe. O Estado árabe englobava os territórios atuais da Faixa de Gaza, Cisjordânia e parte do território atual de Israel. O Estado judeu era o restante, incluindo a faixa litorânea de Tel Aviv a Haifa e o deserto de Negev. Os judeus aceitaram o plano e declararam independência, mas os árabes não reconheceram a partilha.

- 1948: criação do Estado de Israel após a declaração de independência assinada por Ben Gurion. Isso enfureceu os árabes, que não reconheceram a criação de um Estado judeu, provocando a Guerra árabe-israelense. Ao final dela, em 1949, a Cisjordânia foi ocupada pela Jordânia e a Faixa de Gaza pelo Egito. Israel aumentou seu território em cerca de 1/3 em relação ao que foi estabelecido no plano de partilha da ONU. Jerusalém foi uma cidade dividida ao meio, como era Berlim. Jerusalém Oriental e a Cidade Antiga pertenciam à Jordânia, e a parte ocidental (Cidade Nova) à Israel. O setor judaico da Cidade Antiga foi destruído pelos árabes, principalmente as sinagogas. Os judeus ficaram 19 anos sem poder ter acesso ao Muro das Lamentações, o lugar mais sagrado para eles.

- 1967: Após a Guerra dos Seis Dias, Israel ocupa novamente a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, além da Península do Sinai (do Egito) e Colinas de Golã (da Síria). Jerusalém, volta a ser unificada sob domínio israelense. O controle do Sinai foi só foi devolvido ao Egito em 1979.

- Anos 90: assinados acordos de paz entre israelenses e palestinos. A Cisjordânia foi dividida em 3 zonas: A, B e C, sendo que apenas a zona A é controlada pela Autoridade Nacional Palestina.

- 2000-2005: o crescimento dos assentamentos israelenses na Cisjordânia e Faixa de Gaza levou à Segunda Intifada, um período muito violento de revolta palestina, com diversos atentados suicidas praticados por extremistas do Hamas. A resposta de Israel foi a construção de um muro de 760km ao redor da Cisjordânia e outro em volta da Faixa de Gaza. Palestinos são proibidos de entrar em território israelense, não podendo mais, portanto, visitar os lugares sagrados para o islamismo em Jerusalém. Israel remove todos os assentamentos de judeus na Faixa de Gaza.

- 2006 até hoje: o número de atentados foi drasticamente reduzido. O governo israelense atribui isso ao muro, que estaria dificultando a entrada de terroristas em Israel. O país vive uma espécie de renascimento, e o turismo volta a crescer com força. O foco de tensão entre israelenses e árabes se concentra na Faixa de Gaza, dominada pelos fundamentalistas islâmicos do Hamas, que também entra constante atrito com o Fatah, grupo moderado que rejeita a violência e atualmente governa os territórios palestinos na Cisjordânia.

O Santuário do Livro, anexo ao museu, foi construído para guardar o tesouro mais importante da mostra: os Manuscritos do Mar Morto, encontrados numa caverna próxima ao Mar Morto na década de 40. Eles contém partes da Bíblia hebraica escritos no século 2 AC. É a versão mais antiga já encontrada da Bíblia até hoje. Não podia tirar foto no local, mas baixei estas fotos da internet:

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Peguei o ônibus, voltei pra Yaffa Road, comi um shawarma e voltei pro hostel.

Hora de dizer adeus a Israel. Peguei minha mochila e fiquei esperando na recepção a sherut (van) para o aeroporto. Até dava para ir de trem, mas como a estação ferroviária de Jerusalém é afastada, fiquei com preguiça de pegar um ônibus até lá. Paguei 60 shekels (R$37) na van. Já era 1h da manhã quando ela chegou. Estava vazia, passou em vários hotéis de Jerusalém até encher. Fiquei preocupado com o horário do voo, porque não sabia se ia demorar pra chegar ao aeroporto, que fica no meio do caminho entre Jerusalém e Tel Aviv, mas chegou bem rápido. Pouco antes de chegar, passamos por um checkpoint. Entrou um guarda na van, que olhou para todos os passageiros e pediu para verificar só o meu passaporte e de mais outro passageiro. Éramos os únicos estrangeiros na van. Esses guardas são treinados pra identificar fisionomias. Não me perguntou nada e liberou a van.

No saguão de embarque do aeroporto havia uma fila única pra passar a bagagem num detector de raio-x gigante. Para poder despachar a bagagem no checkin, tinha que passa-la primeiro nesse raio-x. Nessa fila, guardas pediam para ver o passaporte e faziam um monte de perguntas aos passageiros. Me perguntaram pra onde eu estava indo, onde eu estive em Israel, se tinha família judaica, se alguém tinha mexido na minha bagagem, etc. Depois de passar no raio-x, o guarda me levou até um quiosque, onde minha mochila foi toda revistada. Tiraram TUDO e revistaram até minhas meias sujas. Depois tive que arrumar a mochila toda de novo. Que fase ! Despachei a bagagem, e na hora de entrar no salão de embarque, mais outro raio-x pra bagagem de mão. Agora foi a vez da minha mochila pequena passar pelo pente fino. Revistaram tudo, inclusive o notebook e o pacote de biscoitos (!!). Chato demais passar por tudo isso, mas os israelenses precisam desse controle rigoroso. Eles sabem que estão cercados de países árabes que não são lá muito fãs de judeus.

Só faltava passar por sabatina de novo no controle de passaporte, mas felizmente a guarda só carimbou o cartão de imigração e não falou nada. Quem tiver um passaporte carimbado por Israel não pode entrar nos países árabes. Desta forma, Israel só carimba um cartão de imigração na entrada, que precisa ser apresentado junto com o passaporte na saída.

Finalmente embarquei às 4:30 da manhã rumo a Belgrado. E minha aventura na Terra Santa chegava ao fim. Israel é um lugar fantástico ! Só quem já foi pra lá entende do que estou falando. Minha visita foi muito mais interessante do que eu imaginava. Este foi o 2o país que mais gostei, entre os 44 por onde já passei, perdendo apenas pro Japão !!!

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