quinta-feira, 13 de junho de 2013

[Mochilão 10] Dia 16: Tel Aviv

Dormi bem pra caramba. O ar condicionado do quarto estava gelando, e com os tampões de ouvido, nem ouvi quando outros que estavam no quarto levantaram. Eu estava num quarto bem pequeno, com 2 beliches e mais uma cama de solteiro. Quase não tinha espaço para guardar a bagagem, e não tinha armário para guardar os objetos de valor. Tive que sair e deixar minha mochila com o notebook dando sopa lá no quarto. Quanto à segurança, nunca tive problema nos cerca de 60 albergues onde já me hospedei. A maioria dos mochileiros nem usa os armários para guardar objetos de valor. Já cansei de ver gente saindo do quarto e deixando notebook carregando em cima da cama.

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Este hostel (Beachfront Hostel) foi o mais caro da viagem, e de longe, o pior até agora. Custou R$63 a diária, quase o mesmo que paguei no hotel 4 estrelas de Rodes. Tel Aviv é caríssima ! Pelo menos uma vantagem: a localização deste hostel é perfeita. Fica de frente pro mar, num lugar bem central. Dá pra fazer tudo a pé.

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Estava um dia de bastante sol e calor (30 graus). Vista do hostel para a praia:

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Herbert Samuel, a avenida da praia, escrita no alfabeto hebraico, árabe e latino:

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A praia de Tel Aviv é na verdade uma só, mas foi dividida artificialmente em vários trechos demarcados por pedras, formando diversas praias menores e com nomes diferentes. O hotel fica na praia de Trumpeldor.

Logo na primeira quadra da praia, um prédio com aparência de abandonado.

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Quarteirão do hotel, com diversos outros hotéis:

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Av Ben Yeruda, a segunda paralela da praia, onde achei uma loja de conveniência e comprei meu café da manhã: croissaints e iogurte.

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As moedas em Israel são muito usadas e valem muito. Há moedas de 10 shekels (R$6). Essas 4 moedas valem R$15 !!

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Voltei pro calçadão e comi sentado num banco curtindo a vista.

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O calçadão lembra muito os das praias da zona sul do Rio, com mosaicos e ciclovia:

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Prédios com arquitetura meio louca perto do hotel.

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O hotel fica bem do lado de um dos lugares mais vigiados do mundo: o Consulado dos EUA. Tem um monte de câmeras, e ficam uns seguranças de olho em todo mundo que passa na calçada em frente.

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Perto do hotel também fica este bar famoso chamado Mike’s Place.

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Há 10 anos houve ali um atentado suicida feito por um terrorista palestino do Hamas, matando 3 pessoas e ferindo mais de 50. Esta placa foi colocada na entrada do bar em homenagem aos mortos no atentado:

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Numa boate que existia de frente pro mar a duas quadras do hotel também houve uma atentado em 2005 (5 mortos). Israel viveu um período negro entre 2000 e 2005, quando aconteceu a Segunda Intifada, como foi denominada a revolta palestina contra a política expansionista promovida do governo israelense. Neste período aconteceram 15 atentados em Tel Aviv e 34 em Jerusalém. O turismo na região foi seriamente afetado. Mesmo com meu espírito aventureiro, eu não viria pra cá naquela época. A partir de 2006, a coisa acalmou e Israel agora vive um renascimento. O turismo voltou com força, e as pessoas passaram a acreditar que a paz na região era possível. Depois de 2 atentados em 2006, Tel Aviv só teve outro atentado no final do ano passado, mas sem mortes. Jerusalem ficou sem atentados de 2004 até 2011, quando explodiu uma bomba num ponto de ônibus, matando uma pessoa. Pela primeira vez desde a Guerra do Golfo em 1991, um míssil disparado da Faixa de Gaza atingiu no ano passado área desabitada na periferia de Tel Aviv sem causar danos ou feridos. No dia seguinte, outro míssil atingiu Jerusalém, o que não acontecia desde 1970, mas também não causou danos. Ninguém sabe ao certo até quando a calmaria continua em Israel, mas estes últimos atentados e mísseis podem significar o início de um novo período violento. Talvez uma “Terceira Intifada”. Na dúvida, achei melhor vir logo conhecer o país, antes que fosse tarde !

A praia tem um mooonte de placas indicando regras e proibições.

Proibido animais:

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Proibido, entre outras coisas, consumir bebida alcoólica (!!)

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Proibido nadar nesse trecho. Entretanto, vi tinha várias pessoas entrando na água, ignorando o aviso.

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Essa está toda em hebraico, não dá pra saber o que está escrito:

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A ciclovia da praia aqui também tem sinal de trânsito, e os ciclistas param para os pedestres atravessarem.

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Chuveiros na praia:

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Sistema de aluguel de bicicletas públicas:

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Barracas de madeira:

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Bebedouro no calçadão:

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Lava-pés:

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Vi muitos prédios em construção em Tel Aviv. A cidade vive atualmente um “boom” imobiliário. Depois de 2006, com a drástica diminuição dos atentados terroristas, a cidade passou a viver um renascimento. Muitos israelenses que haviam saído do país começaram a voltar, pressionando os preços dos imóveis. O custo de vida do país aumentou bastante, e Tel Aviv converteu-se na cidade mais cara do Oriente Médio. Os moradores da cidade fizeram inclusive um protesto recentemente contra o aumento do custo de vida.

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Um pequeno monumento que vi na praia, onde está escrito “Este é o nosso lar” em russo e hebraico. Cerca de 1 milhão de russos judeus emigraram para Israel nos últimos 30 anos.

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É muito comum ver placas escritas em russo em Tel Aviv, como por exemplo propagandas de restaurantes:

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Uma mesquita de frente pro mar:

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As ruínas da boate Dolphinarium, de frente pro mar, onde aconteceu um atentado suicida por um terrorista do grupo extremista palestino Hamas em 2001, matando 21 adolescentes e ferindo mais de 100. Foi um dos piores atentados da história de Israel. O local hoje está abandonado.

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Uma escola de surf improvisada nas ruínas da Dolphinarium:

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Vista de Yafo no Dolphinarium. Há 4000 anos, quando Tel Aviv não passava de dunas de areia à beira-mar, a vizinha Yafo já era um dos portos mais importantes do Mediterrâneo. Tel Aviv foi criada por judeus há cerca de 100 anos, já que Yafo era predominantemente árabe e cristã. Hoje as cidades estão unificadas e é comum chamá-las apenas pelo nome “Tel Aviv-Yafo”.

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Sem-teto acampado num cantinho atrás da Dolphinarium:

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Bar na praia:

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Galera jogando frescobol na praia.

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Posto dos salva-vidas, que ficam o tempo “dando bronca” em hebraico (através de um potente sistema de megafones) nos banhistas que violam as regras.

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Jardins de frente pro mar:

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Os africanos formam a camada mais pobre da população de Israel. Vi alguns revirando lixeiras e pedindo dinheiro na rua.

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Um museu de frente pro mar:

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Pichação em hebraico, já viu isso ??

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Uma pequena favelinha de frente pro mar, perto de Yafo:

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Vista das praias de Tel Aviv a partir de Yafo:

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Teatro árabe-hebreu de Yafo, uma iniciativa para unir atores árabes e judeus.

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Vista de Tel Aviv a partir do anfiteatro de Yafo:

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Ruínas:

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Jardins de HaPisgah em Yafo:

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Construções antigas de Yafo:

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O antigo porto de Yafo, hoje apenas um atracadouro de barcos de pescadores. É um dos mais antigos do mundo (4000 anos de existência) e teve grande importância na antiguidade. Foi desativado nos anos 60 e os armazéns foram convertidos em bares e restaurantes.

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Lixeira de reciclagem de garrafas plásticas. Vi estas lixeiras espalhadas por toda a cidade.

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Antigo portão de entrada de Yafo:

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Mesquita em Yafo:

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Mulheres muçulmanas em frente a uma loja:

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Flea Market de Yafo. Vende-se todos os tipos de velharias:

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Placa anunciando show da Gal Costa (!!)

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Predios comerciais modernos no bairro de Neve Tzedek. Este é um bairro sofisticado com muitos bares e restaurantes badalados (e caros).

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Bairro de Florentine, mais simples que Neve Tzedek. A maioria dos prédios residenciais em Tel Aviv são baixos e não passam de 4 andares.

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A Grande Sinagoga:

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Allenby, uma das principais ruas da cidade.

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Carmel Market, o grande mercado de Tel Aviv:

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Patriotismo:



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Doces:

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Frutas:

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Tâmaras secas, castanhas, amendoim, etc.

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Especiarias:

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Diversos tipos de azeitonas:

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Comi um falafel (8 shekels = R$5) e dei uma passada no hostel pra recarregar a bateria da câmera. Depois voltei para a praia e fui ver o que tinha ao norte do hostel, na direção oposta a Yafo.

Academia ao ar livre:

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Galera jogando vôlei:

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“Homeless VIP”, um cara que mora numa van estacionada de frente pro mar.

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Galera correndo no calçadão. Neste trecho da praia, não há uma avenida separando os prédios da areia.

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Um clube na praia.

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Este trecho da praia cercadoo por muros é reservado para os judeus ortodoxos. “Public authorized separate swimming zone”. Homens só podem entrar às 2as, 4as e 6as, e mulheres aos domingos 3as e 5as. “Please keep modesty at the beach” , diz o aviso referindo-se aos trajes “modestos” (conservadores) que precisam ser usados pelos frequentadores.

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Bar na praia:

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“The beach is not na ashtray”. Achei isso uma ótima idéia. Os fumantes em vez de jogarem as cinzas e pontas dos cigarros na areia, pegam um desses cones e usam como cinzeiro. Depois, quando vão embora da praia, colocam os cones de volta neste local.

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Caravana de segways:

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Judeu contemplando o mar:

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O antigo porto de Tel Aviv, no extremo norte da praia, foi convertido numa espécie de “Puerto Madero” de Buenos Aires, com lojas, bares, boates e restaurantes.

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Um show que estava rolando lá:

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Pôr do sol no Mediterrâneo:

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O calçadão continua rumo ao norte e não consegui ir até o fim. Minhas pernas já estavam implorando por descanso, e eu ainda tinha que voltar por todo o caminho que tinha feito até o hotel.

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Os bares e restaurantes do porto antigo estavam todos cheios, talvez por ser uma 5ª feira:

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Antes de voltar pro hotel, comi um McChicken no McDonald’s e tomei um susto quando vi o preço: 25,50 shekels (R$15,50) , isso só o sanduíche, sem batata frita e refrigerante. E o detalhe é que o sanduíche não veio com queijo, em respeito à dieta kosher dos judeus, que não permite laticínios misturados à carne.

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Queria sair a noite, mas eu estava morto, me arrastando. Devo ter andado uns 20km durante o dia. Fui dormir. Ar condicionado do quarto ligado no máximo. A temperatura continuava alta em Tel Aviv mesmo à noite.

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