Comprei meu café da manhã numa loja de conveniência, e sentei num banco no calçadão da praia:
O dia estava perfeito: 30 graus, sol brilhando forte e céu sem nuvens. Eu merecia um mergulho no Mar Mediterrâneo.
A praia tem um monte de placas de “proibido nadar”. Achei estranho isso, pois o mar estava bem calmo, com ondas pequenas, e sem valas. A profundidade vai aumenta aos poucos, como nas praias do Nordeste. A água é fria, mas não é gelada como no Rio.
A praia estava meio vazia, talvez por ser um dia útil. Durante o tempo em que fiquei lá, não vi nenhum vendedor ambulante passando. Começou a me dar sede, e mal podia acreditar que o vendedor de mate mais próximo estava a uns 10 mil km de distância. Esse negócio de ter que comprar bebida no quiosque dá preguiça. Prefiro a mordomia dos ambulantes que temos no Brasil.
Biquinis “Vovó Mafalda” que as mulheres usam por aqui. Um desastre....as gringas aqui tão precisando ter umas aulas com as brasileiras !!
Voltei pro hotel, tomei uma ducha e saí para aproveitar o resto do tempo que tinha disponível em Tel Aviv para ver um pouco mais da cidade antes de ir para Jerusalém. Eu tinha que ir pra lá antes do pôr do sol, porque depois não teria mais transporte. Toda semana, o período que vai do pôr do sol de 6ª até o pôr do sol de sábado é o chamado “shabbat”, o descanso sagrado dos judeus. O comércio fecha e o transporte público pára.
Tel Aviv não tem sistema de metrô, mas faz falta. O transporte público poderia ser melhor. Dependendo da hora, o trânsito engarrafa.
Na 2ª quadra da praia, uns prédios baixos e velhos. A maioria dos prédios residenciais da cidade são baixos.
O amor em hebraico:
Mendigos:
A rua Sheinkin é a “Garcia d’Avila” (ou Oscar Freire, para os paulistas) de Tel Aviv. O Brasil aparece como grife em várias lojas:
Um par de havaianas por R$50 !! Encontrei a fórmula. Da próxima vez eu trago do Brasil uns 100 pares e revendo aqui. Vou ficar rico !
Lojas “Ipanema” e “Copacabana”:
“Bibi Sucos” na versão israelense:
Patriotismo nas janelas:
Prédios residenciais velhos:
Azrieli Center, um complexo de prédios comerciais integrados a um shopping. Estão entre os prédios mais altos da cidade. Para entrar no shopping, é necessário ser revistado por um segurança e passar por um detector de metais. Ele ainda me perguntou para onde eu queria ir. Só falei “to the top of the tower” e ele me deixo entrar.
O Azrieli Observatory fica no 49º andar do edifício redondo do Azrieli Center. Peguei o elevador no último andar do shopping. Lá de cima dá para ver a cidade inteira. Metade do andar estava fechado para uma festa. Na outra metade, estava o mirante aberto para o público. A entrada foi gratuita.
Peguei o elevador para descer e apertei o botão “0”. Quando saí, percebi que estava num andar estranho. Não era aquele onde eu estava antes de subir para o 49º. Era um corredor com umas 10 portas de elevador. Para sair do corredor, tinha que passar numa roleta. Era um andar de garagem. Só dava para passar pela roleta usando um crachá. Tentei dar uma forçada na roleta, mas não consegui passar. Ou seja, eu fiquei preso naquele andar. Resolvi pegar o elevador para subir até o 49º novamente e perguntar à recepcionista como fazia para voltar para o shopping. Acontece que o elevador que peguei só ia até o 22º andar. Peguei outros 3 elevadores, mas eles iam só até o 48º andar ! Que situação ! Eu simplesmente não conseguia voltar para o shopping, e muito menos para o mirante onde eu estava antes. Não lembrava qual dos 10 elevadores eu tinha usado para descer. O Perrengue Detector® começou a alarmar. Enfim, fui chamando elevador por elevador até encontrar aquele que ia até o 49º . Reparei que o botão do 3º andar dele tinha alguma coisa escrita em hebraico:
Devia ser algo como “saída para o shopping”. Desci no 3º andar e pronto, estava de volta à civilização.
Nunca vi um lugar com tantos soldados nas ruas, todos carregando um fuzil. Em Israel, até as mulheres servem o exército. Chega a ser estranho ver garotinhas de 18 anos com carinha de indefesas usando farda e carregando fuzil.
Um protesto que estava rolando na rua:
Parei para comer um falafel (sanduíche recheado com bolinhos de grão de bico fritos, hummus e salada) nesta lanchonete na rua Bograshov (número 55). Este lugar foi um verdadeiro achado, porque é MUITO barato se comparado aos preços normais de Tel Aviv, por isso fiz questão de colocar o endereço para aqueles que forem visitar a cidade também possam economizar. O falafel lá custa apenas 8 shekels (R$5). Não dá nem pra saber qual o nome da lanchonete, pois está em hebraico.
No começo, este lugar parece um pouco intimidador, pois está tudo escrito em hebraico, e todo mundo lá dentro só fica falando neste idioma incompreensível. Mas foi só falar “falafel” que a balconista respondeu prontamente em inglês. Muito tranquilo.
Comprei uma cerveja israelense Golstar no supermercado (11 shekels = R$6,70). Bem cara.
Já passava de 14h. Hora de partir rumo a Jerusalém. Voltei para o hotel e peguei minha mochila. Peguei um taxi para a estação de trens HaHagana (36 shekels = R$22). O motorista do taxi falou que era mais barato pegar um “sherut” (van), e que o ponto dos sheruts era ao lado da estação de trens. Só que achei aquilo bagunçado demais. Eu simplemente não consegui encontrar vans pra Jerusalém. Perguntei para alguns motoristas, e eles falavam para eu procurar as vans numa outra direção, mas não achei nada. Enfim, já estava cansado de ficar perdido debaixo daquele sol escaldante e ainda por cima carregando 18kg nas costas. Desisti das vans e resolvi ir de trem mesmo.
Para entrar na estação de trem, tive que passar num detector de metais e colocar minha bagagem no raio-x.
Para comprar a passagem estava uma fila enorme. Só dava para comprar num caixa automático. As bilheterias estavam fechadas. Comprei a passagem no último trem que havia para Jerusalém naquela 6ª feira (às 15:30). Os trens paravam de funcionar cedo assim por causa do shabbat.
Painel com os horários dos trens:
Embarcando:
O trem estava meio vazio. A viagem até Jerusalém demorou 1:30h. O trem foi parando em vários pequenos vilarejos.
A paisagem entre Tel Aviv e Jerusalém é bem mais verde do que eu esperava. Só começa a ficar mais árida perto de Jerusalém.
Plantações:
Florestas:
Oliveiras:
Paisagem árida chegando a Jerusalém:
Estação de Jerusalém (Malha):
Quando saí da estação em Jerusalém, vi que alguma coisa estava errada. A estação ficava num lugar afastado, bem longe do centro. Eu imaginava que ela ficasse bem no centro da cidade. Na grande maioria das cidades é assim. Perguntei pra um cara na saída da estação como eu fazia para chegar ao centro, mas ele não falava inglês. Perguntei “Yaffa Road ?” (nome da principal rua do centro de Jerusalém, e ele disse “autobus here”. Esperei o ônibus junto com ele e mais outra pessoa. Demorou uns 20 minutos, mas o ônibus chegou. Foi sorte ainda ter ônibus naquele horário, porque no shabbat tudo pára (taxi, ônibus e trens). Paguei a passagem pro próprio motorista (6,60 shekels = R$4).
Entrou um judeu ortodoxo no ônibus. Devia ter uns 18 anos no máximo. Ele usava roupa tradicional (sobretudo e chapéu preto) e ficou o tempo todo lendo a bíblia judaica em voz baixa.
O ônibus andou pra caramba até chegar ao centro. Só aí percebi como essa estação Malha é afastada. O motorista me avisou quando o ônibus passou pela Yaffa Road, e desci lá. Andei alguns quarteirões ladeira acima pra chegar ao albergue. O comércio estava todo fechado, e tinha bem pouca gente na rua. Parecia feriado.
O ponto de bonde vazio. No painel eletrônico estava escrito “serviço paralizado”.
Este é o albergue onde fiquei (Abraham Hostel), na praça Davidka. Fica num lugar bem central de Jerusalém.
Fiquei num quarto com 2 beliches. A diária saiu por R$57 (com café e banheiro dentro do quarto). Este albergue é bem grande. Tem vários andares, e num deles tem um bar bem maneiro. É um dos melhores albergues que já vi.
A vista da janela:
Desci a Yaffa Road até o final. Esta foi a primeira visão que tive das muralhas que cercam a Cidade Antiga. Sensacional !!
Ao ver Jerusalém pela primeira vez com os próprios olhos, a primeira coisa que passou pela minha cabeça foi: “ferrou, não vai dar tempo de ver tudo”. A cidade tem MUITA coisa interessante pra ver. Muito mais coisa do que eu imaginava. É a Roma do Oriente Médio.
Várias familias de judeus de vários tipos (ultra-ortodoxos, ortodoxos e não ortodoxos) estavam indo para a Cidade Antiga para celebrar o shabbat.
Portão de Yaffa, uma das várias entradas para a Cidade Antiga:
Logo depois de entrar pelo Portão de Yaffa:
Uma das muitas vielas da Cidade Antiga com de barracas vendendo souvenirs.
Uma manifestação de árabes carregando bandeiras da Palestina numa das vielas.
A Cidade Antiga é fortemente vigiada por soldados israelenses. São muitos, e eles estão por todos os lados de olho em todo mundo.
Para chegar na praça onde fica o famoso Muro das Lamentações (chamado em inglês de “Western Wall”), é necessário passar por um controle de segurança com um detector de metais. O lugar estava lotado de judeus celebrando o shabbat. Muitos gritavam animados “Shabbat shalom!” (“paz no shabbat”) . A todo momento chegavam soldados (homens e mulheres) para comemorar também. Eles formavam rodas e ficavam pulando e gritando.
Este muro é o lugar mais sagrado do judaísmo. É o que restou do Segundo Templo, que foi construído no século 6 AC e destruído pelos romanos no ano 70 DC. Chamava-se Segundo Templo pois ele foi construído no lugar de outro templo judaico (Templo de Salomão, ou “Primeiro Templo”) mais antigo (séc 10 AC) que foi destruído pelos babilônicos. O muro tem esse nome porque os judeus lamentam a destruição do Segundo Templo.
Vídeo do muro lotado:
A Cidade Antiga é dividida em 4 setores: judaico, cristão, muçulmano e armênio. O Muro das Lamentações fica no setor judaico, onde há também sinagogas. Os árabes quase não são vistos neste setor.
Vídeo no setor judaico mostrando famílias de judeus ortodoxos:
No setor muçulmano quase não vi judeus. Há muitas coisas escritas só em árabe.
Via Dolorosa, caminho feito por Jesus carregando a cruz nas costas até ser crucificado. Atualmente é percorrido por peregrinos cristãos do mundo todo.
Portão de Lion, no setor muçulmano:
Enquanto os judeus celebravam o shabbat, os muçulmanos faziam uma festa paralela com música árabe. Somente homens participavam da festa. Alguns carregavam a bandeira da Palestina.
Video que gravei nessa festa:
Este ambulante servia alguma bebida não-alcoólica (talvez chá).
Muralhas iluminadas à noite:
A Yaffa Road deserta:
Por causa do shabbat, foi meio complicado encontrar algum lugar aberto para comer. As famílias judaicas tradicionalmente se reúnem para jantar na sexta à noite, e por isso não havia ninguém na rua. O comécio (incluindo restaurantes e lanchonetes) estava todo fechado, com raras exceções. Encontrei uma lanchonete aberta, onde comi um hamburger. Foi o mais caro da minha vida: 48 shekels = R$30 (hamburger, batata e refrigerante).
No quarto do albergue chegou uma russa. Ficamos trocando uma idéia antes de dormir. Não rolava de sair à noite. Não tinha nada aberto em Jerusalém por causa do shabbat. O ar condicionado do quarto deu defeito, mas por sorte a temperatura à noite em Jerusalém caiu bastante, e ficou até meio frio, então foi tranquilo dormir.
O dia estava perfeito: 30 graus, sol brilhando forte e céu sem nuvens. Eu merecia um mergulho no Mar Mediterrâneo.
A praia tem um monte de placas de “proibido nadar”. Achei estranho isso, pois o mar estava bem calmo, com ondas pequenas, e sem valas. A profundidade vai aumenta aos poucos, como nas praias do Nordeste. A água é fria, mas não é gelada como no Rio.
A praia estava meio vazia, talvez por ser um dia útil. Durante o tempo em que fiquei lá, não vi nenhum vendedor ambulante passando. Começou a me dar sede, e mal podia acreditar que o vendedor de mate mais próximo estava a uns 10 mil km de distância. Esse negócio de ter que comprar bebida no quiosque dá preguiça. Prefiro a mordomia dos ambulantes que temos no Brasil.
Biquinis “Vovó Mafalda” que as mulheres usam por aqui. Um desastre....as gringas aqui tão precisando ter umas aulas com as brasileiras !!
Voltei pro hotel, tomei uma ducha e saí para aproveitar o resto do tempo que tinha disponível em Tel Aviv para ver um pouco mais da cidade antes de ir para Jerusalém. Eu tinha que ir pra lá antes do pôr do sol, porque depois não teria mais transporte. Toda semana, o período que vai do pôr do sol de 6ª até o pôr do sol de sábado é o chamado “shabbat”, o descanso sagrado dos judeus. O comércio fecha e o transporte público pára.
Tel Aviv não tem sistema de metrô, mas faz falta. O transporte público poderia ser melhor. Dependendo da hora, o trânsito engarrafa.
Na 2ª quadra da praia, uns prédios baixos e velhos. A maioria dos prédios residenciais da cidade são baixos.
O amor em hebraico:
Mendigos:
A rua Sheinkin é a “Garcia d’Avila” (ou Oscar Freire, para os paulistas) de Tel Aviv. O Brasil aparece como grife em várias lojas:
Um par de havaianas por R$50 !! Encontrei a fórmula. Da próxima vez eu trago do Brasil uns 100 pares e revendo aqui. Vou ficar rico !
Lojas “Ipanema” e “Copacabana”:
“Bibi Sucos” na versão israelense:
Patriotismo nas janelas:
Prédios residenciais velhos:
Azrieli Center, um complexo de prédios comerciais integrados a um shopping. Estão entre os prédios mais altos da cidade. Para entrar no shopping, é necessário ser revistado por um segurança e passar por um detector de metais. Ele ainda me perguntou para onde eu queria ir. Só falei “to the top of the tower” e ele me deixo entrar.
O Azrieli Observatory fica no 49º andar do edifício redondo do Azrieli Center. Peguei o elevador no último andar do shopping. Lá de cima dá para ver a cidade inteira. Metade do andar estava fechado para uma festa. Na outra metade, estava o mirante aberto para o público. A entrada foi gratuita.
Peguei o elevador para descer e apertei o botão “0”. Quando saí, percebi que estava num andar estranho. Não era aquele onde eu estava antes de subir para o 49º. Era um corredor com umas 10 portas de elevador. Para sair do corredor, tinha que passar numa roleta. Era um andar de garagem. Só dava para passar pela roleta usando um crachá. Tentei dar uma forçada na roleta, mas não consegui passar. Ou seja, eu fiquei preso naquele andar. Resolvi pegar o elevador para subir até o 49º novamente e perguntar à recepcionista como fazia para voltar para o shopping. Acontece que o elevador que peguei só ia até o 22º andar. Peguei outros 3 elevadores, mas eles iam só até o 48º andar ! Que situação ! Eu simplesmente não conseguia voltar para o shopping, e muito menos para o mirante onde eu estava antes. Não lembrava qual dos 10 elevadores eu tinha usado para descer. O Perrengue Detector® começou a alarmar. Enfim, fui chamando elevador por elevador até encontrar aquele que ia até o 49º . Reparei que o botão do 3º andar dele tinha alguma coisa escrita em hebraico:
Devia ser algo como “saída para o shopping”. Desci no 3º andar e pronto, estava de volta à civilização.
Nunca vi um lugar com tantos soldados nas ruas, todos carregando um fuzil. Em Israel, até as mulheres servem o exército. Chega a ser estranho ver garotinhas de 18 anos com carinha de indefesas usando farda e carregando fuzil.
Um protesto que estava rolando na rua:
Parei para comer um falafel (sanduíche recheado com bolinhos de grão de bico fritos, hummus e salada) nesta lanchonete na rua Bograshov (número 55). Este lugar foi um verdadeiro achado, porque é MUITO barato se comparado aos preços normais de Tel Aviv, por isso fiz questão de colocar o endereço para aqueles que forem visitar a cidade também possam economizar. O falafel lá custa apenas 8 shekels (R$5). Não dá nem pra saber qual o nome da lanchonete, pois está em hebraico.
No começo, este lugar parece um pouco intimidador, pois está tudo escrito em hebraico, e todo mundo lá dentro só fica falando neste idioma incompreensível. Mas foi só falar “falafel” que a balconista respondeu prontamente em inglês. Muito tranquilo.
Comprei uma cerveja israelense Golstar no supermercado (11 shekels = R$6,70). Bem cara.
Já passava de 14h. Hora de partir rumo a Jerusalém. Voltei para o hotel e peguei minha mochila. Peguei um taxi para a estação de trens HaHagana (36 shekels = R$22). O motorista do taxi falou que era mais barato pegar um “sherut” (van), e que o ponto dos sheruts era ao lado da estação de trens. Só que achei aquilo bagunçado demais. Eu simplemente não consegui encontrar vans pra Jerusalém. Perguntei para alguns motoristas, e eles falavam para eu procurar as vans numa outra direção, mas não achei nada. Enfim, já estava cansado de ficar perdido debaixo daquele sol escaldante e ainda por cima carregando 18kg nas costas. Desisti das vans e resolvi ir de trem mesmo.
Para entrar na estação de trem, tive que passar num detector de metais e colocar minha bagagem no raio-x.
Para comprar a passagem estava uma fila enorme. Só dava para comprar num caixa automático. As bilheterias estavam fechadas. Comprei a passagem no último trem que havia para Jerusalém naquela 6ª feira (às 15:30). Os trens paravam de funcionar cedo assim por causa do shabbat.
Painel com os horários dos trens:
Embarcando:
O trem estava meio vazio. A viagem até Jerusalém demorou 1:30h. O trem foi parando em vários pequenos vilarejos.
A paisagem entre Tel Aviv e Jerusalém é bem mais verde do que eu esperava. Só começa a ficar mais árida perto de Jerusalém.
Plantações:
Florestas:
Oliveiras:
Paisagem árida chegando a Jerusalém:
Estação de Jerusalém (Malha):
Quando saí da estação em Jerusalém, vi que alguma coisa estava errada. A estação ficava num lugar afastado, bem longe do centro. Eu imaginava que ela ficasse bem no centro da cidade. Na grande maioria das cidades é assim. Perguntei pra um cara na saída da estação como eu fazia para chegar ao centro, mas ele não falava inglês. Perguntei “Yaffa Road ?” (nome da principal rua do centro de Jerusalém, e ele disse “autobus here”. Esperei o ônibus junto com ele e mais outra pessoa. Demorou uns 20 minutos, mas o ônibus chegou. Foi sorte ainda ter ônibus naquele horário, porque no shabbat tudo pára (taxi, ônibus e trens). Paguei a passagem pro próprio motorista (6,60 shekels = R$4).
Entrou um judeu ortodoxo no ônibus. Devia ter uns 18 anos no máximo. Ele usava roupa tradicional (sobretudo e chapéu preto) e ficou o tempo todo lendo a bíblia judaica em voz baixa.
O ônibus andou pra caramba até chegar ao centro. Só aí percebi como essa estação Malha é afastada. O motorista me avisou quando o ônibus passou pela Yaffa Road, e desci lá. Andei alguns quarteirões ladeira acima pra chegar ao albergue. O comércio estava todo fechado, e tinha bem pouca gente na rua. Parecia feriado.
O ponto de bonde vazio. No painel eletrônico estava escrito “serviço paralizado”.
Este é o albergue onde fiquei (Abraham Hostel), na praça Davidka. Fica num lugar bem central de Jerusalém.
Fiquei num quarto com 2 beliches. A diária saiu por R$57 (com café e banheiro dentro do quarto). Este albergue é bem grande. Tem vários andares, e num deles tem um bar bem maneiro. É um dos melhores albergues que já vi.
A vista da janela:
Desci a Yaffa Road até o final. Esta foi a primeira visão que tive das muralhas que cercam a Cidade Antiga. Sensacional !!
Ao ver Jerusalém pela primeira vez com os próprios olhos, a primeira coisa que passou pela minha cabeça foi: “ferrou, não vai dar tempo de ver tudo”. A cidade tem MUITA coisa interessante pra ver. Muito mais coisa do que eu imaginava. É a Roma do Oriente Médio.
Várias familias de judeus de vários tipos (ultra-ortodoxos, ortodoxos e não ortodoxos) estavam indo para a Cidade Antiga para celebrar o shabbat.
Portão de Yaffa, uma das várias entradas para a Cidade Antiga:
Logo depois de entrar pelo Portão de Yaffa:
Uma das muitas vielas da Cidade Antiga com de barracas vendendo souvenirs.
Uma manifestação de árabes carregando bandeiras da Palestina numa das vielas.
Para chegar na praça onde fica o famoso Muro das Lamentações (chamado em inglês de “Western Wall”), é necessário passar por um controle de segurança com um detector de metais. O lugar estava lotado de judeus celebrando o shabbat. Muitos gritavam animados “Shabbat shalom!” (“paz no shabbat”) . A todo momento chegavam soldados (homens e mulheres) para comemorar também. Eles formavam rodas e ficavam pulando e gritando.
Este muro é o lugar mais sagrado do judaísmo. É o que restou do Segundo Templo, que foi construído no século 6 AC e destruído pelos romanos no ano 70 DC. Chamava-se Segundo Templo pois ele foi construído no lugar de outro templo judaico (Templo de Salomão, ou “Primeiro Templo”) mais antigo (séc 10 AC) que foi destruído pelos babilônicos. O muro tem esse nome porque os judeus lamentam a destruição do Segundo Templo.
Vídeo do muro lotado:
Vídeo no setor judaico mostrando famílias de judeus ortodoxos:
Via Dolorosa, caminho feito por Jesus carregando a cruz nas costas até ser crucificado. Atualmente é percorrido por peregrinos cristãos do mundo todo.
Portão de Lion, no setor muçulmano:
Enquanto os judeus celebravam o shabbat, os muçulmanos faziam uma festa paralela com música árabe. Somente homens participavam da festa. Alguns carregavam a bandeira da Palestina.
Video que gravei nessa festa:
Muralhas iluminadas à noite:
A Yaffa Road deserta:
Por causa do shabbat, foi meio complicado encontrar algum lugar aberto para comer. As famílias judaicas tradicionalmente se reúnem para jantar na sexta à noite, e por isso não havia ninguém na rua. O comécio (incluindo restaurantes e lanchonetes) estava todo fechado, com raras exceções. Encontrei uma lanchonete aberta, onde comi um hamburger. Foi o mais caro da minha vida: 48 shekels = R$30 (hamburger, batata e refrigerante).
No quarto do albergue chegou uma russa. Ficamos trocando uma idéia antes de dormir. Não rolava de sair à noite. Não tinha nada aberto em Jerusalém por causa do shabbat. O ar condicionado do quarto deu defeito, mas por sorte a temperatura à noite em Jerusalém caiu bastante, e ficou até meio frio, então foi tranquilo dormir.
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