Último dia no Camboja. Dormi muito pouco, de meia noite às 3h da manhã. Na hora que o despertador tocou, por um momento pensei: "Não acredito que tô fazendo isso...que programa de índio. Dormiria fáaaaacil até meio-dia !!" Mas era minha última oportunidade de ver a famosa paisagem do sol nascendo por trás do Angkor Wat.
O motorista do tuc tuc de ontem estava nos esperando na porta do hostel. Pagamos 5 dólares pela corrida.
Chegamos à entrada do templo em meio a escuridão total. Não havia nenhuma iluminação no local. Muitas pessoas estavam chegando junto com a gente, e utilizavam o celular como lanterna para conseguirem se localizar.
Nos posicionamos no melhor lugar para observação do nascer do sol, em frente a um pequeno lago. O lugar já estava cheio antes mesmo de começar a amanhecer. Tinha muita gente com tripé e câmeras poderosas para poder fotografar a famosa cena da melhor forma.
Depois que chegamos e nos posicionamos, começou a chegar mais e mais gente. Ficou bem cheio.
No começo não dava para ver nada, mas aos poucos as torres do templo começaram a se desenhar em meio a penumbra. As águas do lago refletiam a imagem do templo formando uma paisagem deslumbrante.
E finalmente o astro-rei apareceu às 6:30h fazendo a alegria dos turistas. Incrível !!
No local havia muitas crianças pedindo esmola aos turistas. Algumas não deviam ter nem 5 anos. Como elas foram parar naquele lugar, no meio da selva, tão cedo de manhã ? É claro que elas estavam sendo exploradas por adultos que as levaram para lá.
Tinha muita gente também vendendo café da manhã para os turistas. A gente tinha levado algumas coisas para comer na mochila, como jaca desidratada:
Fomos depois para o magnífico Bayon, o último grande templo que faltava conhecer.
Este templo é famoso pelas 216 misteriosas faces esculpidas em torres. Ao caminhar pelo templo, temos a sensação de que estamos sendo observados por estas faces, criando no local uma incrível atmosfera mística.
Incríveis também neste templo são os alto-relevos esculpidos em cerca de 1200m de paredes. As esculturas contam um pouco de como era a vida no século 12 quando o templo foi construído. Há inclusive cenas de muay thai e rinhas de galo.
Imagem de Buda:
O interior do templo:
Eram 8h da manhã e estávamos mortos de sono. Voltamos pro hostel e ainda deu tempo de dar uma dormida até a hora do checkout ao meio-dia.
Encontramos com o Ribeiro, um amigo do Ronaldo que estava no hostel também, e fomos almoçar antes de ir pro aeroporto.
A Pub Street, que concentra os bares e restaurantes da cidade:
O calor estava absurdo e eram poucos os restaurantes com ar condicionado na cidade, mas conseguimos encontrar um com o ar gelando. Só tinha gringo coroa, o que levantava a suspeita de que se tratava de um lugar caro. A conta deu US$15, bem menos do que custaria aqui no Brasil para um restaurante daquele nível, mas era uma pequena fortuna para o Camboja.
Eu, Ribeiro e Ronaldo:
Peixe com molho picante e suco de manga:
Pedimos um taxi para o aeroporto. A corrida deu US$10.
Foto com a galerinha do hostel no aeroporto. O Ribeiro estava voltando pro Rio, e os demais estavam indo para Tóquio. Eu e Ronaldo embarcamos rumo a Cingapura.
O voo de Siem Reap a Cingapura durou 1:30h:
Depois de tantos dias vendo pobreza e subdesenvolvimento, foi um grande choque chegar a Cingapura, um dos países mais ricos do mundo, top 10 em qualidade de vida. Era como desembarcar num outro século. A começar pela vista impressionante da janela do avião pouco antes da aterrissagem: o mar estava repleto de navios cargueiros até o horizonte. Nunca vi nada parecido. Parecia jogo de batalha naval, daqueles que existiam nos anos 80. Cingapura tem o segundo porto mais movimentado do mundo. É algo surreal para um país com apenas 5 milhões de habitantes, pobre em recursos naturais e com uma área menor que o município do Rio de Janeiro.
O aeroporto de lá (Changi International Airport), eleito o melhor do mundo, é um dos mais modernos e eficientes que já vi. E olha que já passei por muuuitos aeroportos na vida. A passagem pela imigração foi extremamente rápida. Eram tantos guichês que não pegamos nem fila, e a policial não perguntou nada. Quando chegamos à esteira de bagagens, já havia chegado a minha mochila e a mala do Ronaldo. Que eficiência !!
Como este aeroporto é muito usado por pessoas fazendo conexão, tem muita mordomia para passar o tempo: spa, piscina, jogos eletrônicos, chuveiros, etc.
Changi, a propósito, é o novo controlador do nosso vergonhoso Galeão. Quem sabe um dia deixaremos de ver a herança maldita deixada pela ineficiência da estatal Infraero: goteiras, apagões, esteiras rolantes quebradas há vários anos, elevadores parados, bagagens demorando 40 minutos para chegar, etc.
Trocamos dinheiro numa casa de câmbio dentro do aeroporto. Uma nota de 2 dólares de Cingapura (R$4).
Pegamos o MRT (metrô) no aeroporto. Pagamos $2,50 (R$5) pela passagem. O valor muda de acordo com a estação de destino. Quanto mais distante, mais cara a passagem é.
Regras esquisitas para uso do metrô: não pode comer nem beber (leva R$1000 de multa), e é probido levar durian, uma fruta asiática fedorenta.
Trajeto rumo ao centro da cidade:
"Be sweet ! Give them the seat !"
Descemos na estação Chinatown:
A primeira coisa que chamou nossa atenção ao desembarcar na estação foi a limpeza das ruas. Eram tão limpas que pareciam pertencer a uma cidade cenográfica. Jogar lixo no chão aqui dá uma multa que varia de $300 a $1000 (R$600 a R$2000).
Estava quente, mas não tanto como no Camboja.
Já estava até estranhando ver os carros parando nos sinais e as pessoas atravessando civilizadamente na faixa de pedestres, depois de passar tantos dias vendo a bagunça generalizada na Índia e Camboja. Aliás, atravessar fora da faixa (algo conhecido como "jaywalking") aqui dá uma multa de $20 (R$40).
Nosso hostel (Beary Best):
Este hostel era pequeno, mas muito bem localizado. Ficava bem "no pico".
Ficamos num quarto coletivo com 4 camas (2 beliches). Diária a $36 (R$72) por pessoa. Ar condicionado gelando (algo muito importante !). No nosso quarto também estavam hospedados um indiano e um inglês. Trocamos uma idéia rápida com eles, tomamos um banho e saímos para comer alguma coisa.
Já estava tarde (quase meia-noite) e foi complicado achar um lugar pra comer. Por sorte, achamos um restaurante chinês ainda aberto.
Omelete de cebola:
A conta deu $18 (R$36) pra cada um, contando bebida. Meio caro.
Fomos dar uma volta pela Clarke Quay, um calçadão às margens do Rio Cingapura. Era uma antiga e degradada área portuária até os anos 70, quando começou a ser despoluída e revitalizada pelo governo. A atividade portuária mudou-se para outro lugar distante do centro, e a região ganhou bares e restaurantes, transformando-se num lugar sofisticado e boêmio. Cingapura repetiu o "case" de sucesso de outras cidades portuárias do mundo, como Copenhague, Buenos Aires, Barcelona, Auckland e Sydney.
Muitas lanchonetes ainda estavam abertas aquela hora:
Entramos na Attica, uma das boates mais famosas da cidade. Pagamos $30 (R$60) pela entrada, que dava direito a 3 drinks. Estava bem vazia, talvez por ser uma 5a feira.
Ficamos um tempo lá e depois fomos para outro lugar, a Fashion TV, que estava bem melhor. Entrada $10 (R$20) com direito a um drink.
Ficamos por lá até umas 2h.
Show de bola Cingapura, esta eu quero conhecer.
ResponderExcluirNunca tinha visto aquele alfabeto da primeira placa.