Um pouco sobre a história de Cingapura:
Localizada numa ilha espremida entre a Malásia e a Indonésia, esta sofisticada e cosmopolita cidade-estado foi um entreposto comercial britânico de 1819 a 1965, quando conquistou a independência e transformou-se anos depois num dos Tigres Asiáticos. Lee Kuan Yew, primeiro-ministro de 1959 a 1990, é considerado o "pai de Cingapura" por ter liderado o movimento de independência. Graças ao seu governo, o país deu um grande salto em 30 anos, algo que ficou conhecido como "ir do terceiro mundo ao primeiro mundo em uma geração". A visão de longo prazo, a aversão ao populismo, a consolidação do livre comércio e do liberalismo econômico (tudo aquilo que não temos atualmente no Brasil, infelizmente) transformaram Cingapura numa ilha de prosperidade e riqueza em meio a pobreza e ao atraso do sudeste asiático. Mesmo sendo pobre em recursos naturais, Cingapura está entre os 10 países com melhor qualidade de vida do mundo, tem o 2o porto mais movimentado do mundo (10 vezes mais movimentado que o porto de Santos) e lidera o ranking dos melhores países para se fazer negócios, de acordo com o Banco Mundial. O Brasil, a propósito, está no 120o lugar deste ranking.
Esta é Upper Cross Street, onde ficava o nosso hostel. Para quem acabou de chegar da Índia e do Camboja, o silêncio na rua chama muito a atenção. NINGUÉM buzina. E o respeito ao pedestre é total. O pedestre tem sempre a preferência na hora de atravessar. Mesmo quando não há semáforo na rua, os carros param e deixam os pedestres atravessarem, como acontece em outros países do primeiro mundo.
O hostel ficava localizado em Chinatown, a região onde predominam imigrantes chineses.
Numa simples volta pelos quarteirões próximos ao hostel já deu para peceber como Cingapura é um lugar multicultural e cosmopolita. Vimos uma mesquita, um templo hindu e um templo budista, todos bem próximos um do outro. Os chineses são maioria na população do país (75%), seguidos pelos malaios (13%) e indianos (9%). Uma coisa que reparei é que os indianos predominam nos trabalhos de menor qualificação (pedreiros, serventes, caixas, cozinheiros, motoristas de taxi e ônibus).
Masjid Jamae, uma mesquita pertinho do nosso hostel:
A limpeza das ruas é impressionante. Acho que nunca vi um lugar tão limpo como Cingapura. As vezes eu tinha a sensação de estar numa cidade cenográfica.
Pagoda Street, uma rua de pedestres em Chinatown com barraquinhas de souvenirs:
Sri Mariamman, um templo hindu:
O muro que cerca este templo é todo coberto por esculturas de vacas:
Era obrigatório deixar os sapatos do lado de fora para entrar:
Dentro do templo, turistas se misturavam a indianos que faziam suas preces:
Chinatown Food Street:
Budda Tooth Relic Temple, um templo budista:
Chegamos quando estava tendo uma "missa" budista. O templo estava lotado de chineses.
As paredes do templo eram todas decoradas com imagens de Buda:
Mais imagens de Buda atrás do altar:
Não identifiquei o que significa esta escultura, mas achei interessante:
Uma farmácia de medicina chinesa com diferentes ervas medicinais expostas no balcão:
Um prédio muito louco com jardins suspensos na fachada:
Fomos caminhando em direção ao CBD (Central Business District, o centro financeiro da cidade).
Esta região é cheia de arranha-céus, sedes de bancos e engravatados andando apressados pelas ruas. Achei parecida com Manhattan.
Calçadão da Marina Bay ao lado do CDB:
O prédio ao fundo é o Marina Bay Sands, o cartão-postal de Cingapura, com uma arquitetura muito louca. É um complexo com hotel, cassino, centro de convenções, museu, teatros, restaurantes, bares, boates e shopping. O topo dos prédios é coberto por um plataforma conhecida como "Skypark" que é a versão pós-moderna dos jardins suspensos da Babilônia. Sensacional !!!
Cadeiras públicas na sombra, com direito até a ventilador de teto:
Espreguiçadeiras públicas no deck de madeira do Marina Bay:
Vista dos arranha-céus do CDB e da Marina Bay:
Shoppes at Marina Bay Sands, o shopping do complexo Marina Bay Sands:
Esse é o shopping mais top que já vi. Pense em todas as grifes que você já ouviu falar na vida, e mais outras que são premium demais para existirem no Brasil. Estão todas lá. Tem loja até da Ferrari. Sem falar que a arquitetura do lugar é incrível, e o interior é iluminado com luz natural. Odeio shopping e nunca dei a mínima para marcas de grife, mas achei muito legal esse lugar. O fato interessante é que nenhuma das lojas tem preços expostos nas vitrines. Não é para nós mortais.
Dentro desse shopping tem uma "mini Veneza" com um canal onde ficam passando gôndolas.
Pegamos o elevador para subir no Skypark. Apenas uma parte dele, o mirante, é aberta para o público geral. O ingresso custou $23 (R$46). Lá de cima, em dias mais claros, dá para ver até as ilhas da Indonésia e a Malásia.
Singapore Flyer, a segunda maior roda gigante do mundo, com 165m de altura. É maior que a London Eye de Londres.
Quadra de futebol soçaite numa ilha da Marina Bay:
Os prédios do CDB:
A outra parte fechada ao público é acessível somente pelos hóspedes do hotel. É composta por um bar e pela famosa piscina infinita de 150m, de onde os hóspedes tem uma vista incrível da cidade. Essa foto eu tirei de uma propaganda do hotel:
Já passava de 14h e a fome apertou. Fomos almoçar no shopping, que tem diversos restaurantes. Almoçamos no Din Tai Fung, um restaurante de comida chinesa que tem filiais em diversos países. Eu conheci esse restaurante em Sydney no ano passado e achei muito bom.
Quando chegamos, o restaurante estava lotado e com gente esperando na porta. O sistema é interessante: fica uma recepcionista na porta, que te dá um papel com o cardápio disponível. Você precisa marcar com um "X" os pratos que você quer pedir. Ao devolver o papel, ela te dá uma senha com um número. Você fica então esperando na porta junto com outras pessoas. Quando o seu número é chamado, sua mesa está disponivel e você já pode entrar. A comida chega rapidamente porque o pedido já foi feito bem antes de você entrar no restaurante.
Na entrada de todas as filiais deste restaurante fica a cozinha, que fica separada do salão principal por uma parede de vidro. Os clientes podem ver os cozinheiros fazendo os famosos "dumplings", que são uma espécie de pastel cozido.
O interior do restaurante. Só tinha "china" lá. Nós éramos os únicos ocidentais.
Quando nossos pratos chegaram, o garçom trouxe nossa conta junto. Detalhe é que ela estava toda em mandarim. Pelo menos dava para entender o valor que tínhamos que pagar ! :-) O que eu pedi deu $19 (R$36).
Dumplings de frango:
Dan Dan Noodle, um macarrão chinês com molho picante (muito bom !).
Peguei o metrô ($1,50 = R$3) numa estação que existe dentro do shopping e fui para o outro lado da Marina Bay, onde fica o National Museum of Singapore:
A entrada custou $6 (R$12).
O museu tinha muitas áreas fechadas (em reforma), mas a exposição sobre a história do país é bem interessante.
Chinatown no século 19 cheia de cortiços e riquixás nas ruas:
Moradias precárias e muita pobreza:
Imigrantes indianos:
Jardins ao lado do museu:
Edifício moderno que pertence a uma universidade:
Um teatro perto da Marina Bay. Por causa do formato da cobertura, ele é conhecido como "durian" (fruta asiática semelhante à jaca).
Calçadão às margens da Marina Bay:
Uma praça de alimentação perto do calçadão:
O Marina Bay Sands e o ArtScience Museum visto do calçadão:
Campo flutuante de futebol soçaite:
Arquibancadas usadas durante o GP de Fórmula 1:
Uma ponte em forma de espiral:
ArtScience Museum:
Merlion, o leão que é o símbolo de Cingapura. Este lugar fica lotado de turistas tirando fotos:
O Marina Bay Sands e seu "jardim suspenso da Babilônia" visto de perto:
Fachada do Marina Bay Sands:
Ponte que liga o Marina Bay Sands ao Gardens by the Bay:
As fantásticas árvores artificiais gigantes do Gardens by the Bay. Esse lugar parece até cenário do filme Avatar !!
Mapa do parque:
A Singapore Flyer e o Gardens by the Bay:
Árvores artificiais gigantes vistas de perto:
Plataforma suspensa no alto das árvores artificiais, e o Marina Bay Sands ao fundo:
Quando começa a escurecer, as luzes das árvores acendem:
Plataforma sobre as árvores:
Pagamos $5 (R$10) para subir na plataforma (chamada de "Skywalk"):
Logo quando subimos, começou o Garden Rhapsody, um show de música e luzes nas árvores gigantes. Muito legal !!
Árvores gigantes com iluminação noturna:
Pegamos o metrô de volta para Chinatown ($1,50 = R$3).
Fomos numa rua de pedestres com muitos restaurantes. Aliás, como tem restaurante em Cingapura ! São tantas opções, que é até difícil escolher.
Essa rua tinha também uns quiosques que serviam comida em mesas ao ar livre.
Jantamos num restaurante chinês nessa rua.
Espetinho de frango:
Noodles (muito picante !!)
A conta deu $16 pra cada um (R$32).
Andando de noite pelas ruas de Cingapura percebe-se que este lugar é, de fato, muito seguro. Vi mulheres sozinhas andando despreocupadas por ruas escuras (e sem olhar para trás !), e pessoas sentadas em lugares públicos utilizando notebooks e tablets. O índice de crimes aqui é extremamente baixo. E o mais incrível é que praticamente não se vê policiais pelas ruas, mas através de inúmeras câmeras de observação eles ficam remotamente de olho em você, vendo o que está fazendo e para onde está indo. O país tem leis severas que multam coisas como jogar lixo nas ruas, consumir álcool em público, atravessar fora da faixa e mascar chiclete na rua (!!). Crimes graves como tráfico de drogas, homicídio, estupro e sequestro são punidos com pena de morte. O resultado disso é que Cingapura consegue a façanha de ser o 2o país mais seguro do mundo.
Voltamos pro hostel às 22h. Era uma 6a feira e estávamos com vontade de sair a noite, mas andamos tanto, tanto, taaaanto durante o dia, que não sobraram energias para a night. Resolvemos deixar para sair no sábado.
Sensacional. Cingapura não dá para competir com o Japão, óbvio, mas ganha de qualquer outro país asiático.
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