Foram 3:20h de voo de Nova Delhi a Bangkok, onde fiz conexão para Phnom Penh (mais 50 minutos de voo). Desembarquei em solo cambojano às 9h da manhã no horário local.
Eu estava um bagaço. Tinha andado o dia inteiro em Nova Delhi e estava virado, já que não consigo dormir em avião.
Brasileiros precisam de visto para entrar no Camboja, mas ele pode ser obtido no próprio aeroporto ao desembarcar pagando uma taxa de US$35, preenchendo um formulário e entregando também uma foto 5x7.
Nem precisei trocar dólares no aeroporto pela moeda local, o riel. O dólar americano é a segunda moeda do Camboja, e cada dólar vale 4000 riels. Você pode pagar em notas de dólar, em notas de riel, ou combinando notas dos dois. Valores abaixo de 4000 riels (1 dólar) só podem ser pagos em riels, porque moedas de centavos de dólar não são aceitas.
Ao sair do aeroporto, já senti a primeira diferença em relação à Índia: o calor !!!! Muito muito úmido e abafado ! E olha que ainda estamos no inverno aqui. Na Índia estava bem agradável a temperatura.
A corrida de taxi do aeroporto para o centro da cidade tem um preço fixo de US$12. Você pega esse papel no guichê de taxi no setor de desembarque e entrega para o motorista, pagando diretamente a ele no final da corrida:
Bandeiras do Camboja na saída do aeroporto:
No caminho deu para ver que o Camboja é pobre como a Índia, mas com bem menos gente nas ruas e com um trânsito mais tranquilo.
Motos e tuc tucs no caminho para o centro:
O Hotel Zing ficava num lugar bem central, ao lado do Psar Thmei (Mercado Central):
Esse hotel foi inaugurado há apenas 3 meses. Tudo novinho, show de bola. A diária em quarto duplo custou apenas US$25. Como cheguei no hotel às 10h, já estava conformado em ter que mofar cheio de sono na recepção até 14h para poder pegar o quarto, mas os simpáticos recepcionistas cambojanos disseram que o quarto estava livre e que eu já poderia entrar sem nenhum custo adicional. Muito bom !! Era tudo que eu precisava.
Uma nota de 1000 riels (US$0,25) que recebi de troco ao pagar o hotel:
Tomei um banho e dormi profundamente até o final da tarde.
Acordei com as baterias recarregadas, e saí para dar uma volta pelas redondezas.
A rua do hotel era imunda e tinha um monte de barracas e carroças vendendo comidas esquisitas:
O Mercado Central:
Deu para perceber, logo de cara, que os pedestres aqui no Camboja também não tem vez. São poucos os cruzamentos com sinal, e atravessar as ruas é um exercício de fé e paciência. A quantidade de motos e tuc tucs aqui é bem maior que a de carros. Muitas motos transportam 3 e as vezes até 4 pessoas espremidas. Pouca gente usa capacete.
As lojas de eletrodomésticos deixam as mercadorias largadas na calçada...hahaha, surreal ! Preocupação zero com roubos.
Eu estava com uma fome bizarra e fui almoçar (ou seria jantar ?) no Sorya Shopping Center:
O shopping tinha uma praça de alimentação com vários pequenos restaurantes servindo comida típica khmer (cambojana). Por mais que eu quisesse experimentar a comida local, achei que os pratos estavam com uma cara meio estranha e resolvi procurar outro lugar para comer.
Encontrei um restaurante (Master Grill) servido uma comida que pelo menos sabia o que era: frango com batata frita !! :-)
O combo do frango com fritas e refri saiu por US$4,70.
Achei uma casa de sucos de frutas exóticas no shopping e resolvi provar um suco de durian, uma fruta asiática semelhante a jaca (inclusive no cheiro forte). Custou US$2. Não gostei muito não...
Vista da cidade no alto do shopping:
Lata de 350ml de cerveja cambojana Phnom Penh por US$0,55:
As compras deram no total US$36. Ao dar o troco, a caixa deu as notas com as duas mãos e agradeceu da maneira tradicional: disse "aw koon" (obrigado em khmer, a língua local), juntou as duas mãos apontando para cima (como no "namastê" indiano) e inclinou a cabeça levemente para a frente.
Algumas das coisas que comprei:
Licor de tamarindo:
Suco de aloe vera (babosa):
Suco de tamarindo:
Suco coreano de flor:
Energético "Carabao", somente para quem é muito "bao", hehehe:
Chips de taro, um tipo de inhame:
Tamarindo:
Voltei pro hotel e abasteci o frigobar do meu quarto com as compras. Fiz um lanche, me arrumei para sair e abri os trabalhos da noite com uma Angkor, a cerveja mais tradicional do país:
Parti para desbravar a noite de Phnom Penh. O Lonely Planet indicou o Pontoon Club como um dos melhores picos da cidade. Descobri que ficava a apenas algumas quadras do hotel. Muito bom ! Ir a pé pra night é ostentação pura, hehehe !
No caminho, a todo momento motoristas de tuc tuc me ofereciam corridas na rua, como acontecia na Índia.
Muitas ruas eram escuras, mas dava para ver que eram seguras. Em nenhum momento senti medo de ser assaltado. Inclusive vi muitas mulheres andando sozinhas no escuro sem receio. As leis duras do sudeste asiático, que punem com pena de morte o tráfico de drogas, fazem desta região uma das mais seguras do mundo. Eu acredito que a violência não seja fruto da pobreza ou das desigualdades sociais, e sim das drogas.
Paguei US$8 de ingresso na Pontoon com direito a um drink.
Cerveja Tiger (US$3):
O local estava meio vazio quando entrei, mas aos poucos foi enchendo, e por volta de 1h da manhã estava bombando !
Essa Pontoon parecia ser bastante conhecida dos turistas. Muitos ocidentais no local. A maioria das mulheres cambojanas que estavam lá me pareceram um tanto quanto suspeitas de estarem "a trabalho". Muitas estavam sozinhas, vestiam roupas ousadas, e observavam atentamente os homens turistas que passavam. Outras bem novas conversavam sorridentes com velhos ocidentais que tinham idade para ser seus pais.
Fiquei até umas 3h por lá e voltei pro hotel.
Não sei se você assistiu "Gritos do Silêncio" sobre a ditadura do Khmer Rouge. O Camboja parecia a China maoísta, miséria para tudo quanto é lado. Melhorou bastante.
ResponderExcluirEm 1991 o Yes lançou uma bela música chamada Angkor Wat, fruto de uma visita do cantor Jon Anderson por lá.